Estação Ecológica de Itirapina

Estação Ecológica de Itirapina de nível Estadual, localizado (a) em Brotas (SP), Itirapina (SP)

A Estação Ecológica de Itirapina (ESEC Itirapina) é uma unidade de conservação (UC) de proteção integral instituída pelo Decreto Estadual n.º 22.335 de 07 de junho de 1984[1]. A ESEC Itirapina está localizada entre os municípios de Itirapina e Brotas, SP e possui uma área de aproximadamente 2.300 hectares. A gestão da área é feita Fundação Florestal, órgão vinculado a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Estação Ecológica de Itirapina
Categoria Ia da IUCN (Reserva Natural Estrita)
Localização Itirapina e Brotas, SP
Dados
Área 2300 hectares
Criação 1984
Gestão Fundação Florestal
Coordenadas 22° 13' 10" S 47° 53' 54" O
Estação Ecológica de Itirapina está localizado em: São Paulo
Estação Ecológica de Itirapina

Devido ao caráter de proteção integral, apenas atividades de pesquisa científica e a educação ambiental são permitidas, sendo vetada qualquer tipo de atividade turística.

Histórico de criação

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Antes da transferência para o domínio público, as glebas que hoje integram a Estação Ecológica de Itirapina faziam parte de fazendas privadas. Em meados do século XX, as glebas "Braga" e "Anulfo" — cujos nomes derivam das respetivas fazendas as quais integravam — foram transferidas para o domínio público estadual e ficaram sob gestão da Secretaria de Agricultura.

Inicialmente, essas áreas foram destinadas para expansão das áreas de pesquisa com Pinus e Eucalyptus. Devido ao solo ser essencialmente composto por areia quartzosa, os plantios não prosperaram. Com abundância de gramíneas nativas, os campos naturais da área foram usados pela Secretaria de Agricultura e por pecuaristas locais como pastagem para o gado. As pastagens naturais do Cerrado apresentam baixo teor nutricional, especialmente durante a estação seca. Deste modo, gramíneas africanas (braquiária) foram sistematicamente introduzidas e queimas prescritas eram realizadas para manejo das pastagens (naturais e plantadas).

Apesar deste uso, a dificuldade de locomoção e de acesso ao local (cercado por campos úmidos e brejos) permitiu que a área permanecesse com relativo baixo nível de antropização pelas décadas seguintes, vindo a posteriormente tornar-se a Estação Ecológica de Itirapina.

Vegetação nativa

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A ESEC Itirapina possui vegetação nativa do bioma Cerrado. Abriga o maior fragmento de fisionomias campestres do Estado de São Paulo[2]. Sua vegetação é caracterizada pelas fisionomias de campo limpo, campo úmido, campo sujo e campo cerrado.[3] Manchas de cerrado sensu stricto e cerradão ocorrem em áreas mais altas onde o solo possui alto teor de argila (latossolo).

 
Vista aérea do mosaico de fisionomias da ESEC Itirapina

A atual configuração do gradiente de vegetação nativa na UC é explicado pelo histórico de uso da área, pelo regime de precipitação, pelas variações no lençol freático superficial [4] e pelo regime de queimas das últimas décadas [5].

Pressões antrópicas

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Dentre as principais pressões antrópicas pode-se destacar: 1) a invasão biológica por espécies exóticas de plantas (braquiária, campim-gordura, pinheiro) e animais (javali e java-porco); 2) o alto acúmulo de biomassa seca de braquiária, catalisado por geadas, disponível para queimar durante o pico da estação seca (agosto e setembro); 3) a recorrência de queimas criminosas e acidentais, em especial em áreas próximas ao perímetro urbanizado ; 4) a invasão da área por caçadores, pescadores e pessoas curiosas.

Referências

  1. «Decreto n° 22.335, de 07/06/1984» 
  2. Zanchetta, Denise (2006). «Plano de manejo integrado das Unidades de Itirapina» (PDF). Instituto Florestal. Consultado em 20 de Agosto de 2018 
  3. Tannus, João L. S.; Assis, Marco A.; Morellato, L. Patrícia C. (2006). «Reproductive phenology in dry and wet grassland in an area of Cerrado at southeastern Brazil, Itirapina - SP». Biota Neotropica. 6 (3): 0–0. ISSN 1676-0603. doi:10.1590/S1676-06032006000300008 
  4. Leite, Marcelo Boccia; Xavier, Rafael Oliveira; Oliveira, Paulo Tarso Sanches; Silva, Fernanda Kelly Gomes; Silva Matos, Dalva Maria (1 de maio de 2018). «Groundwater depth as a constraint on the woody cover in a Neotropical Savanna». Plant and Soil (em inglês) (1): 1–15. ISSN 1573-5036. doi:10.1007/s11104-018-3599-4. Consultado em 2 de outubro de 2021 
  5. Conciani, Dhemerson E.; Santos, Lucas Pereira dos; Silva, Thiago Sanna Freire; Durigan, Giselda; Alvarado, Swanni T. (1 de junho de 2021). «Human-climate interactions shape fire regimes in the Cerrado of São Paulo state, Brazil». Journal for Nature Conservation (em inglês). 126006 páginas. ISSN 1617-1381. doi:10.1016/j.jnc.2021.126006. Consultado em 2 de outubro de 2021 

Ligações externas

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