Estação Ferroviária de Leça
A Estação Ferroviária de Leça foi uma interface do Ramal de Matosinhos, que servia a localidade de Leça da Palmeira, em Portugal.
Leça | |
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Linha(s): | Ramal de Matosinhos (PK 10,544) |
Município: | Matosinhos |
Website: |
História
editarSéculo XIX
editarO Ramal de Matosinhos foi construído pelos empreiteiros Dauderni & Duparchy em 1884, para transportar pedras desde as Pedreiras de São Gens até aos molhes do Porto de Leixões.[1] O Ramal foi concessionado à Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão, que iniciou os serviços de passageiros e mercadorias em 6 de Maio de 1893.[2][1]
Século XX
editarEm 1901, a Companhia da Póvoa de Varzim propôs a construção de vários ramais, incluindo um de Leça a Estação Ferroviária de Modivas, ligando assim a sua linha ao Porto de Leixões, e criando um percurso alternativo ao já existente entre Modivas e a Senhora da Hora.[3] No entanto, estes planos encontraram grande oposição na cidade do Porto, tendo sido recusado pelo Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado em meados daquele ano.[4] Em 1905, a Companhia da Póvoa voltou a pedir autorização para construir a linha de Modivas a Leça, desta vez destinada a servir as praias a Norte de Leça; este troço só poderia ser construído depois de terminada a Linha de Leixões.[5]
Décadas de 1920 a 1940
editarEm 1927, a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão foi fundida com a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.[1]
Em 1935, os corpos gerentes da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, que estava com problemas financeiros, apresentaram uma proposta ao governo para a reconstituição da empresa; entre as bases desta proposta, estava o compromisso em duplicar a via no troço entre a Estação Ferroviária da Senhora da Hora a Matozinhos-Leça.[6]
Um diploma do Ministério das Obras Públicas e Comunicações, publicado no Diário do Governo n.º 181, II Série, de 5 de Agosto de 1937, aprovou um projecto para um aviso ao público acerca do serviço que prestava o cais de Leça - Mar, proposto pela da Companhia do Norte.[7]
A Companhia do Norte foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses em 1947.[8]
Encerramento
editarNo dia 30 de Junho de 1965, foi encerrada a exploração ferroviária no Ramal de Matosinhos.[9]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 19 de Outubro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ MARTINS et al, 1996:251
- ↑ «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1520). 16 de Abril de 1951. p. 76. Consultado em 4 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1525). 1 de Julho de 1951. p. 160-168. Consultado em 4 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1613). 1 de Março de 1955. p. 477. Consultado em 4 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Reconstituição Financeira da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1150). 16 de Novembro de 1935. p. 467-468. Consultado em 4 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1192). 16 de Agosto de 1937. p. 413-414. Consultado em 4 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ REIS et al, 2006:83
- ↑ «Vai ser encerrada, a partir do dia 1 de Julho próximo, a exploração ferroviária do Ramal de Matosinhos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 78 (1859). 1 de Junho de 1965. p. 144. Consultado em 19 de Outubro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
Bibliografia
editar- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X