Estação Ferroviária de Mogadouro
A Estação Ferroviária de Mogadouro foi uma gare da Linha do Sabor, que servia a vila de Mogadouro, no Distrito de Bragança, em Portugal.
Mogadouro | |||
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Antigo edifício da estação de Mogadouro, em 2008 | |||
Linha(s): | Linha do Sabor (PK 72,555) | ||
Altitude: | 770 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 41°20′3.11″N × 6°39′2.63″W (=+41.3342;−6.65073) | ||
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Município: | Mogadouro | ||
Inauguração: | 1 de junho de 1930 (há 94 anos) | ||
Encerramento: | 1 de agosto de 1988 (há 36 anos) |
Descrição
editarA estação de Mogadouro distava 5,8 km da vila homónima, via EN221 (desnível acumulado de +23−56 m).[1] O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via.[2]
História
editarConstrução e inauguração
editarEm Julho de 1926, foi anunciado que iriam ser retomados os trabalhos no troço da Linha do Sabor entre Carviçais e Mogadouro, após um longo período de suspensão.[3]
Em 1 de Junho de 1930, entrou ao serviço o lanço entre Lagoaça e Mogadouro,[4] pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro.[5] No entanto, as obras de assentamento de via e de construção dos edifícios só foram concluídas em 1932; ainda assim, a Direcção Geral de Caminhos de Ferro, que vistoriou o projecto em Fevereiro desse ano, ordenou a instalação de mais algumas infra-estruturas, incluindo uma casa para pessoal braçal e um cais descoberto na estação de Mogadouro.[5] Devido a atrasos na aprovação, estas obras só se iniciaram em Agosto, estando quase terminadas nos princípios do ano seguinte.[5] Em 1933, foi construída uma casa com 3 moradias nesta estação, para habitação do pessoal.[6] Nesse ano, também foi submetida à aprovação do Ministro das Obras Públicas e Comunicações uma portaria relativa à expropriação de um terreno junto à estação, para a instalação de uma oficina de creosotagem de travessas.[7] Este edifício foi construído no ano seguinte.[8]
Continuação até Duas Igrejas - Miranda
editarO troço seguinte da Linha do Sabor, até Duas Igrejas - Miranda, foi aberto à exploração em 22 de Maio de 1938.[4]
Transversal de Chacim
editarO Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, introduziu o Plano Geral da Rede Ferroviária, que tinha como objectivo regular os projectos das linhas férreas em território nacional, tendo uma das ligações programadas sido a Transversal de Chacim, de Macedo de Cavaleiros, na Linha do Tua, a Mogadouro.[9] Este troço, que teria cerca de 50 km de extensão,[10] faria parte da Transversal de Trás-os-Montes, que ligaria entre si as linhas de via estreita a norte do Douro: Sabor, Tua, Corgo, Tâmega, e Guimarães.[11] Esta ligação transversal nunca viria a ser construída.[carece de fontes]
Encerramento
editarA Linha do Sabor foi encerrada em 1 de Agosto de 1988.[12][13]
Ver também
editarReferências
- ↑ Google Maps. «Cálculo de distância rodoviária». Consultado em 15 de outubro de 2021
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 39 (925). 1 de Julho de 1926. p. 208. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b c «Ainda o que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1082). 16 de Janeiro de 1933. p. 61-63. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Direcção Geral dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 53. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 16 de Agosto de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1935). «Caminhos de Ferro em Trás-os-Montes: o que a lei manda» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1140). p. 262-272. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Saudades do comboio na Linha do Sabor». Jornal Público. Consultado em 25 de Outubro de 2010
- ↑ REIS et al, 2006:150
Bibliografia
editar- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X