Estação Ferroviária de Serpins

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A estação ferroviária de Serpins é uma interface encerrada do Ramal da Lousã, que servia a localidade de Serpins, no Distrito de Coimbra, em Portugal.

Serpins
Estação Ferroviária de Serpins
a estação em 2024, já convertida para uso rodoviário
Linha(s): Ramal da Lousã (PK 35+008)
Altitude: 121 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°9′21.58″N × 8°12′33.39″W

(=+40.15599;−8.20928)

Mapa

(mais mapas: 40° 09′ 21,58″ N, 8° 12′ 33,39″ O; IGeoE)
Município: LousãLousã
Serviços: sem serviços
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
 
Inauguração: 10 de agosto de 1930 (há 94 anos)
Encerramento: 1 de dezembro de 2009 (há 15 anos)
Gancho do guindaste da estação de Serpins; em fundo, automotoras 0350 e 0450 em 2008, último ano de serviço.

Descrição

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Localização e acessos

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Esta estação situa-se na rua epónima (EM552) da localidade nominal, distando cerca de 14 km de Góis,[1] e cerca de 24 km de Arganil[2] — locais para onde foram previstos prolongamentos da linha.

Infraestrutura

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Apesar da sua condição de estação terminal, o edifício de passageiros de Serpins situa-se lateralmente à via, do lado noroeste da via (lado direito do sentido descendente, para Coimbra-B).[3][4]

História

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 Ver artigo principal: Ramal da Lousã § História

Antecedentes, planeamento e inauguração

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Já em 1870, tinha sido planeada uma linha de Coimbra a Arganil,[5] e em 22 de Fevereiro de 1889 foi assinada a escritura para construção deste caminho de ferro.[6] Um dos principais objectivos era servir aquela vila, que estava muito isolada em relação aos transportes terrestres.[7]

 
Estação de Serpins, em 1990

Um alvará de 10 de Setembro de 1887 autorizou a companhia Fonsecas, Santos e Viana a construir um caminho de ferro de via estreita de Coimbra a Arganil, mas no ano seguinte a Companhia do Mondego tomou a construção como uma linha de via larga.[8] A empresa entrou em falência por uma sentença de 17 de Fevereiro de 1897, pelo que a licença para a construção e exploração da linha foram transferidas para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 22 de Novembro de 1904, que concluiu a linha até à Lousã.[8] O Decreto 8:910, de 8 de Junho de 1923, autorizou a Companhia do Mondego a terminar a linha até Arganil, que passou novamente a sua concessão para a C.P.[8] Assim, o lanço entre Lousã e Serpins entrou ao serviço no dia 10 de Agosto de 1930, pela C.P..[9] Arganil passou a ser servida pela estação de Serpins após a sua inauguração, embora ainda se situasse a cerca de 30 km de distância.[7]

No entanto, logo em 19 de Maio de 1933, os comboios de passageiros entre Coimbra e Serpins foram substituídos por carreiras rodoviárias.[10]

Continuação do ramal

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Em Setembro de 1948, já se tinham feitas todas as expropriações necessárias, e várias terraplanagens e obras de arte no troço entre Serpins e Arganil, que teria pouco mais de 20 km de extensão.[7] Nessa altura, a continuação do ramal já tinha sido pedida ao Ministro das Obras Públicas por várias entidades de Arganil e pela sua Casa em Lisboa.[7] No entanto, esta obra não chegou a ser concluída, tendo Serpins permanecido como a estação terminal do ramal.[11][8]

 
Estação de Serpins, em 2008

Século XXI

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Em Fevereiro de 2009, a circulação no Ramal da Lousã foi temporariamente suspensa para a realização de obras, tendo os serviços sido substituídos por autocarros.[12]

O troço entre Serpins e Miranda do Corvo foi encerrado em 1 de Dezembro de 2009, para as obras de construção do Metro Mondego.[13][14] Já em 2007, o projeto apresentado para o Metro Mondego (entretanto nunca construído) preconizava a inclusão de Serpins como uma das 14 interfaces do Ramal da Lousã a manter como estação/paragem do novo sistema.[15]

Comboios em Coimbra
(Serviços ferroviários pesados suburbanos e
regionais de passageiros, na região de Coimbra)

        em operação •   extinto em 2010
    ext. anunc. 2020 •     extinto em 2009


 
   
 
(ã) Lobazes 
   
 Moinhos (ã)
(ã) Miranda do Corvo 
   
 Trémoa (ã)
(ã) Padrão 
   
 Vale de Açor (ã)
(ã) Meiral 
   
 Ceira (ã)
(ã) Lousã-A 
   
 Conraria (ã)
(ã) Lousã 
   
 Carvalhosas (ã)
(ã) Prilhão-Casais 
   
 S. José (Calhabé) (ã)
(ã) Serpins 
 
 
 Coimbra-Parque (ã)
(ã) Coimbra 
 
 
 
 
 
 
       
 
 
 
 
 
   
 
 
 
(ã)(n) Coimbra-B   
(n) Souselas 
       
 
 
 
(f)(n) Pampilhosa 
 
 
 Bencanta (n)
(f) Mala 
   
 Espadaneira (n)
(f) Silvã-Feiteira 
   
 Casais (n)
(f) Enxofães 
   
 Taveiro (n)
(f) Murtede 
   
 V. Pouca Campo (n)
(f) Cordinhã 
   
 Ameal (n)
(f) Cantanhede 
   
 Pereira (n)
(f) Limede-Cadima 
   
 Formoselha
(f) Casal 
   
 Alfarelos (a)(n)
(f) Arazede 
   
 Montemor (a)
(f) Bebedouro 
   
 Marujal (a)
(f) Liceia 
   
 Verride (a)
(f) Santana-Ferreira 
   
 Reveles (a)
(f) Costeira 
   
 Bif. de Lares (a)(o)
(f) Alhadas 
   
 Lares (o)
(f) Carvalhal 
   
 Fontela (o)
(f) Maiorca 
   
 Fontela-A (o)
 
   
 Figueira da Foz (f)(o)

Linhas: a R. Alfarelosf R. Figueira da Foz
ã R. Lousãn L.ª Norteo L.ª Oeste
Fonte principal: Diagrama oficial (2001)

Ver também

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Referências

  1. «Cálculo de distância rodoviária (40,15496; −8,11056 → 40,15623; −8,20931)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 23 de dezembro de 2024 : 14 080 m: desnível acumulado de +273−350 m
  2. «Cálculo de distância rodoviária (40,21779; −8,05521 → 40,15623; −8,20931)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 23 de dezembro de 2024 : 23 880 m: desnível acumulado de +626−684 m
  3. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  4. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  5. SERRÃO, 1986:238
  6. MARTINS et al, 1996:249
  7. a b c d «Arganil» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 60 (1457). 1 de Setembro de 1948. p. 495-496. Consultado em 4 de Abril de 2016 
  8. a b c d AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 10 de Outubro de 2018 
  9. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 19 de Dezembro de 2015 
  10. MARTINS et al, 1996:259
  11. BORGES, 1987:217
  12. «Obras condicionam circulação de comboios na Linha da Lousã este fim-de-semana». Público. 6 de Fevereiro de 2009. Consultado em 12 de Outubro de 2013 
  13. «Ramal da Lousã: Utentes manifestam-se "revoltados" com encerramento do troço Serpins-Miranda a partir de quarta-feira». Expresso. 1 de Dezembro de 2009. Consultado em 19 de Dezembro de 2015 
  14. ALEXANDRE, Jorge (2 de Dezembro de 2009). «Misto de emoções na despedida do comboio». Trevim. Consultado em 12 de Outubro de 2013. Arquivado do original em 6 de outubro de 2013 
  15. Metro Mondego (2007). «SMM 7». Consultado em 11 de novembro de 2021. Arquivado do original em 4 de outubro de 2007 

Bibliografia

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  • BORGES, Nelson (1987). Coimbra e Região 1.ª ed. Lisboa: Editoral Presença. 259 páginas 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • SERRÃO, Joaquim (1986). História de Portugal. O Terceiro Liberalismo (1851-1890). 9. volumes 19. Lisboa: Verbo. 423 páginas 

Ligações externas

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