Eulophidae
Eulophidae é uma família muito diversa de pequenas vespas parasitas (ordem Hymenoptera), figurando atualmente como a maior dentro de Calcidoidea. A maioria destas vespas não passa de 4 mm, e possui coloração marrom escura ou negra; algumas espécies, no entanto, apresentam tons metálicos. Existem também espécies marrom claras, e com detalhes em amarelo. São bastante comuns, de forma que qualquer tentativa de coletar muitos insetos voadores devem trazer pequenas vespas deste grupo, principalmente aqueles da subfamília Tetrastichinae.
Eulophidae | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Qualquer tentativa de generalizar a biologia destas vespas vai esbarrar em exceções. A maioria das espécies desenvolve-se como larvas endoparasitoides de outros invertebrados, mas algumas poucas desenvolvem-se alimentando-se de plantas (como minadoras de folhas)[1]. Seus hospedeiros incluem uma vasta gama de diversidade, desde aranhas até outras vespas do mesmo grupo, de forma que abarcam mais de 100 famílias de, pelo menos, 10 ordens de insetos. As espécies de vespas eulofídeas melhor estudadas atacam outros insetos holometábolos, principalmente as lagartas (larvas de Lepidoptera)[2], mas existem espécies que atacam variadas ordens e estágios de vida de invertebrados desde nematóides adultos[3] até ovos de besouros[4] e mesmo de ácaros[5]. Existem espécies que são ectoparasitóides idiobiontes, incluindo que atacam pupas de outras vespas, além de hiperparasitóides facultativos ou obrigatórios. Desta forma, a diversidade de hábitos de vida dos Eulophidae resulta no fato de que são animais que exercem profundo impacto nas comunidades de artrópodes onde ocorrem.
Diversidade e taxonomia
editarEstão distribuídas por todos os continentes exceto a Antártica, ocorrendo em quase todos habitats terrestres. Atualmente, Eulophidae conta com cerca de 5,300 espécies descritas distribuídas dentre 324 gêneros[6]. Muitos autores consideram 5 subfamílias dentro de Eulophidae: Eulophinae, Entedoninae, Tetrastichinae e Euderinae[7], mas dependendo do autor este número varia para 3 ou 4. A maior instabilidade de interpretação desta diversidade deve-se ao status do gênero Elasmus, que apresenta particularidades morfológicas ao ponto de ter sido durante muito tempo considerado em sua própria família: Elasmidae.
Morfologicamente, estas vespas caracterizam-se por terem todos os tarsos com apenas 4 segmentos (outros Hymenoptera geralmente apresentam 5 tarsômeros), antenas filiformes com 7-9 segmentos (com 2-4 destes com formato funicular) e geralmente partindo da parte baixa dos olhos compostos, esporões apicais das tíbias anteriores retilíneos e curtos, e o gáster claramente pedunculado formando uma "cintura de vespa" pronunciada [8]. Nas asas, as veias estigmal e pós-marginal são frequentemente curtas.
Seus ovos são ovalados, podendo ou não conter algum pedúnculo sobre o qual ancoram-se sobre seus hospedeiros[9]. No desenvolcvimento larval, estima-se que eulofídeos apresentem de 3 a 5 ínstares larvais [10]. Em algumas espécies, um destes estádios larvais pode alimentar-se de um hospedeiro diferente do original [11].
Devido ao seu tamanho diminuto e delicadeza de estrutura, são vespas bastante difíceis de serem propriamente estudadas, uma vez que deterioram-se com facilidade depois de mortos a não ser que sejam preservados de forma especial (p.ex., em coleção úmida com etanol). Frequentemente, os espécimes depositados em museus tornam-se bastante difíceis de serem identificados com propriedade.
Importância Econômica
editarDiversas espécies são extensivamente estudadas como agentes de Controle Biológico de pragas[12].
Referências
- ↑ Salvo, A.; Valladares, G. R. (setembro de 1997). «An analysis of leaf-miner and plant host ranges of threeChrysocharis species (Hym.: Eulophidae) from Argentina». BioControl (em inglês) (3): 417–426. ISSN 1386-6141. doi:10.1007/BF02769835. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Favoreto, Ana Laura; Pavani, Rafaela Freitas; Ribeiro, Murilo Fonseca; Zanuncio, Antonio José Vinha; Soares, Marcus Alvarenga; Zanuncio, José Cola; Wilcken, Carlos Frederico (15 de maio de 2020). «Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae): first report of parasitism in Oxydia vesulia (Lepidoptera: Geometridae)». Brazilian Journal of Biology (em inglês): 406–410. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/1519-6984.228541. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ «How to access research remotely». www.cabdirect.org. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Meiners, Torsten; Hilker, Monika (1 de setembro de 1997). «Host location in Oomyzus gallerucae (Hymenoptera: Eulophidae), an egg parasitoid of the elm leaf beetle Xanthogaleruca luteola (Coleoptera: Chrysomelidae)». Oecologia (em inglês) (1): 87–93. ISSN 1432-1939. doi:10.1007/s004420050287. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Kosheleva, O. V.; Kostjukov, V. V. (1 de dezembro de 2014). «Types of parasitism in eulophid wasps (Hymenoptera, Eulophidae)». Entomological Review (em inglês) (9): 1202–1217. ISSN 1555-6689. doi:10.1134/S0013873814090024. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Rasplus, Jean-Yves; Blaimer, Bonnie B.; Brady, Seán G.; Burks, Roger A.; Delvare, Gérard; Fisher, Nicole; Gates, Michael; Gauthier, Nathalie; Gumovsky, Alex V. (18 de março de 2020). «A first phylogenomic hypothesis for Eulophidae (Hymenoptera, Chalcidoidea)». Journal of Natural History (em inglês) (9-12): 597–609. ISSN 0022-2933. doi:10.1080/00222933.2020.1762941. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Gadallah, Neveen S.; Yefremova, Zoya A.; Yegorenkova, Ekaterina N.; Soliman, Ahmed M.; El-Ghiet, Usama M. Abu; Edmardash, Yusuf A.; Edmardash, Yusuf A. (15 de dezembro de 2015). «A review of the family Eulophidae (Hymenoptera: Chalcidoidea) of Egypt, with thirty three new records». Zootaxa (1). 66 páginas. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.4058.1.3. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ «Key to the World Genera of Eulophidae Parasitoids (Hymenoptera) of Leafmining Agromyzidae (Diptera)». keys.lucidcentral.org. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ «Chalcidoidea». www.nhm.ac.uk. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Bittencourt, Maria A. L.; Berti Filho, Evoneo (março de 2004). «Desenvolvimento dos estágios imaturos de Palmistichus elaeisis Delvare & LaSalle (Hymenoptera, Eulophidae) em pupas de Lepidoptera». Revista Brasileira de Entomologia: 65–68. ISSN 1806-9665. doi:10.1590/S0085-56262004000100012. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Rodrigues, Augusto; Pereira, Fabrício F.; Barbosa, Paulo R.R.; Silva-Torres, Christian S.A.; Torres, Jorge B. (1 de maio de 2021). «Parasitism Behavior of Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae) on Larvae and Pupae of Sugarcane Borers». Journal of Insect Behavior (em inglês) (3): 71–81. ISSN 1572-8889. doi:10.1007/s10905-021-09770-4. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Pikart, Tiago Georg; Costa, Valmir Antonio; de Castro, Ancidériton Antonio; Zanuncio, José Cola; Serrão, José Eduardo (1 de dezembro de 2015). «Thripastichus gentilei: A New Agent for Biological Control of the Guava Thrips in Brazil (Hymenoptera: Eulophidae)». Entomologia Generalis (em inglês) (3): 151–155. ISSN 0171-8177. doi:10.1127/entomologia/2015/0086. Consultado em 31 de julho de 2023