Eurico de Góis
Eurico Dória de Araújo Góis (Salvador, 24 de agosto de 1878 — São Paulo, 2 de março de 1938)[1][2] foi um advogado, escritor e político brasileiro.[3]
Eurico de Góis | |
---|---|
Nascimento | 24 de agosto de 1878 Salvador |
Morte | 2 de março de 1938 São Paulo |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | advogado, escritor, político |
Filho de Antonio dos Reis de Araújo Góis e Carolina Dória Góis, formou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo.
Além de Deputado estadual na Bahia de 1921 a 1922,[2] Góis foi o organizador e primeiro diretor da Biblioteca Municipal de São Paulo[4], sendo sucedido, em 1935, por Rubens Borba de Moraes.[5]
Bandeira do Brasil
editarEu não me insurgi, propriamente contra o Cruzeiro do Sul, que não deixa de ser uma bela constelação, embora haja outras mais belas e tão belas. Porém contra o aspecto infeliz ou a pretensa representação astronômica da bandeira positivista, que nos deram. E também por quererem, à força, que o Cruzeiro do Sul recorde, especial ou simbolicamente, a descoberta do Brasil. [...]
Góis, 1935, p. 175-176.
Eurico de Góis foi um dos maiores críticos da bandeira republicana, adotada em 1889. Chegou a elaborar um projeto de mudança da bandeira, que foi apresentado e defendido em seu livro, no ano de 1908. Assim era a descrição da proposta de bandeira:
- Sobre o retângulo verde e losango amarelo inscrito, assenta uma grande estrela de prata, de cinco pontas (simbolizando o Brasil-República), no centro da qual se vê um anel azul circulado por 21 estrelas de prata (indicando o Brasil-Império), e dentro deste, uma esfera armilar de ouro (presença do Brasil-Reino), sobreposta à cruz vermelha da Ordem de Cristo (recordação do Brasil-Colônia).[6][7]
Em 1933, na época da nova Assembleia Constituinte, vários outros projetos de reforma da bandeira foram apresentados. Aproveitando a oportunidade, Eurico de Góis, apresentou novo projeto na subcomissão de Anteprojeto Constitucional. A sua bandeira era assim constituída:
- Retângulo verde e losango amarelo; no centro: a cruz vermelha, aberta em branco; dentro dela, a bola azul, com as estrelas nas margens, circundando o Cruzeiro.
Em contraste com seu primeiro projeto, este excluía a esfera armiliar e a estrela grande, bem como adiciona as estrelas do Cruzeiro do Sul. Explicou Eurico que o Cruzeiro "não poderia ser retirado, pois já pertencia à alma do povo e recordaria, ainda, a interferência dos positivistas, reincorporados, dessa maneira, no sentimento uno e coletivo da Pátria".
-
Proposta de Eurico de Góis para bandeira nacional apresentada em 1908
-
Segundo projeto de Eurico de Góis para bandeira nacional, apresentado em 1933.
-
Proposta de Eurico de Góis para o brasão nacional em 1908.
Obras
editarEntre seus principais escritos, destacam-se:[8][1]
- Os símbolos nacionais , 1908
- A bandeira positivista, 1927
- Bandeiras e Armas do Brasil, 1935
- Prodigios da Biopsychica Obtidos com o Medium Mirabelli, 1937
- Flor de Neve
- Novela
- A corrente filosófica do século (ensaio)
- Horas de lazer (crônica e outros escritos)
- Valor da Instrução (discurso pedagógico)
- Sobre a metralha...
- O Espiritualismo na Índia e a filosofia vedanta
- O culto e o amor ao livro
- Heroínas paulistas
- Uma festa a Luis
- Um paladino da Abolição
Ver também
editarReferências
- ↑ a b «Falleceu Hontem, o Illustre escriptor Eurico de Góes». Correio Paulistano. 3 de março de 1938. p. 3. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ a b DORIA, Francisco Antonio; BARATA, Carlos Eduardo de Almeida (1995) [1994]. Os herdeiros do poder 2º ed. rev. ampl. ed. Rio de Janeiro: Revan. 201 páginas. ISBN 978-85-710-6081-4. LCCN 94833835. OCLC 33367880. OL 26325615M
- ↑ DORIA, Francisco Antonio (5 de janeiro de 2003). «Menezes Doria, da Ilha dos Frades.» (PDF). Pedigrees, arquivos e livros de Francisco Antonio Doria, Tabelas dos Dorias, 4, Bahia II. Buratto.net. 1 páginas. Consultado em 7 de setembro de 2011. Cópia arquivada (PDF) em 21 de julho de 2014
- ↑ SÃO PAULO, Prefeitura de (8 de abril de 1925). «Acto 2511 de 8 de abril de 1925» (PDF). Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ CYTRYNOWICZ, Roney. «A biblioteca e o farol: leituras e navegações». Consultado em 15 fev. 2011
- ↑ RIBEIRO, Clóvis (1933). Brazões e Bandeiras do Brasil. São Paulo: São Paulo Editora
- ↑ GÓIS, Eurico de; PRADO, Eduardo (1908). Os symbolos nacionais. São Paulo: Escolas Profissionaes Salesianas
- ↑ CORREIA FILHO, Virgílio (1938). Rio de Janeiro: Imprensa NacionalRevista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 173: 889-890