Fazenda Não Me Deixes

Não Me Deixes é uma fazenda localizada no distrito de Daniel de Queiroz,[nota 1] município de Quixadá, Ceará. Com uma área total de 928 ha, a fazenda está localizada a cerca de 30 km da sede do município.

Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Não Me Deixes
Fazenda Não Me Deixes
Sede da Fazenda "Não Me Deixes"
Localização
País  Brasil
Estado Ceará
Mesorregião Sertões Cearenses
Microrregião Sertão de Quixeramobim
Localidade mais próxima Daniel de Queiroz
Dados
Área 300 ha[1]
Criação 5 de novembro de 1998[2]
Gestão ICMBio[1]
Sítio oficial RPPN FAZENDA NÃO ME DEIXES

A fazenda Não Me Deixes abriga uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) homônima de 300 ha de caatinga arbórea e arbustiva.[1]

Histórico

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Em 1870, o avô da escritora Rachel de Queiroz, o bacharel Arcelino de Queiroz Lima, deu de herança a terra a um primo da escritora que optou por vendê-la para se aventurar na extração da borracha no Amazonas. Quando o tio soube, conseguiu recuperar a fazenda e devolveu-a ao herdeiro que voltou pobre e doente. Fê-lo prometer que não sairia mais do local e que o batizaria de "Não Me Deixes". Quando o proprietário da fazenda morreu sem filhos, a terra voltou para as mãos do avô de Rachel, que a deu de herança ao pai da escritora, Daniel de Queiroz Lima.[3][4] Por iniciativa desta, parte da fazenda foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).[5]

Rachel e o marido Oyama construíram a casa em 1955. Tijolos, portas e janelas, além dos móveis, foram feitos com materiais retirados da própria fazenda. O projeto da casa foi da própria escritora, e era caracterizado por elementos rústicos: cantareiras com potes de barro, o fogão era de lenha e mobília artesanal, desenhada pela proprietária.[6] Ela recorda até que fez uma maquete da construção, com varas de mata-pasto, para mostrar como deveria ficar o telhado alto.[3] A escritora passava meses a fio na fazenda, independentemente de ano seco ou chuvoso.[6]

Reserva particular do patrimônio natural

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Panorama com paisagem no interior da RPPN e monólitos ao fundo.

A RPPN, criada em 5 de novembro de 1998 através da portaria nº 148/98 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),[2] compreende uma área de 300 ha de caatinga arbórea e arbustiva e uma parte para uso agrícola da "Fazenda Não Me Deixes". A área apresenta boas condições de conservação da vegetação, sendo usada como área de soltura de aves nativas apreendidas pelo IBAMA em feiras e comércio irregular.


Notas e referências

Notas

  1. Segundo a ortografia vigente da língua portuguesa o correto é Queirós, embora a forma arcaica (e incorreta) Queiroz seja amplamente utilizada.

Referências

  1. a b c «RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL - RPPN FAZENDA NÃO ME DEIXES». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  2. a b «PORTARIA Nº37-N, DE 16 DE ABRIL DE 1999» (pdf). Diário Oficial (73): 31. 19 de abril de 1999 
  3. a b «Rachel de Queiroz» [ligação inativa] 
  4. Schlecht, Cristiane (2010). «Olhares divergentes = Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 26 de abril de 2021 
  5. «ICMBio - SIMRPPN | RPPN Fazenda Não me Deixes». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 26 de abril de 2021 
  6. a b Lins, Letícia (6 de novembro de 2003). «A alegria de ser a dama do sertão». O Globo. Consultado em 29 de setembro de 2014 

Ligações externas

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