Feminismo abolicionista
Feminismo abolicionista é um ramo do feminismo que apela à eliminação do complexo industrial-prisional. O termo foi cunhado pelas pensadoras Angela Davis, Gina Dent, Erica Meiners e Beth Richie em seu livro "Abolicionismo. Feminismo. Já."[1] Suas defensoras promovem a ideia da abolição das prisões enquanto defendem um feminismo antirracista, anticapitalista e antiviolência.[2] Contrapõem o feminismo carcerário[2][1][3][4] rejeitando soluções carcerárias para a violência de gênero e propõem modelos de justiça restaurativa e transformativa.[2][1]
Terminologia
editarO Feminismo Abolicionista é definido como um dialético e relacional. Afirma que teorias e práticas abolicionistas são mais convincentes quando também são feministas e, inversamente, um feminismo que também é abolicionista é a versão mais inclusiva e persuasiva do feminismo para estes tempos.”[1] Para atingir seus objetivos acerca da prisão e da polícia, as feministas abolicionistas argumentam pela eliminação de estruturas de opressão que se cruzam, como o racismo, a violência de gênero, a violência sexual e o heteropatriarcado.[1] Tal ponto de vista é nomeado "democracia da abolição", propondo alternativas ao militarismo e encarceramento através de práticas restaurativas.[5]
As feministas abolicionistas compreendem o crime como um conceito fluido e Construção social, não como fenômeno natural.[6] Defendem que o feminismo e o abolicionismo devem informar-se mutuamente, para uma maior e melhor crítica ao sistema carcerário.[1] Para as Feministas abolicionistas, a violência não é entendida como uma questão individual com soluções individuais; em lugar, a violência deve ser enfrentada com reformas estruturais para além da prisão.[7]
Referências
- ↑ a b c d e f Davis, Angela Y.; Dent, Gina; Meiners, Erica R.; Richie, Beth E. (2022). Abolition, feminism, now. Col: The abolitionist papers series. Chicago, Illinois: Haymarket Books. ISBN 978-1-64259-258-0
- ↑ a b c «For Angela Davis and Gina Dent, Abolition Is the Only Way». Harper's BAZAAR (em inglês). 14 de janeiro de 2022. Consultado em 29 de novembro de 2023
- ↑ «Abolition. Feminism. Now. - International Viewpoint - online socialist magazine». internationalviewpoint.org. Consultado em 29 de novembro de 2023
- ↑ Whalley, Elizabeth; Hackett, Colleen (2 de outubro de 2017). «Carceral feminisms: the abolitionist project and undoing dominant feminisms». Contemporary Justice Review. 20 (4): 456–473. ISSN 1028-2580. doi:10.1080/10282580.2017.1383762
- ↑ Ciolkowski, Laura E. (9 de março de 2023). «"What to Do with the Dangerous Few?": Abolition-Feminism, Monstrosity and the Reimagination of Sexual Harm in Miguel Piñero's "Short Eyes"». Humanities. 12 (2). 25 páginas. ISSN 2076-0787. doi:10.3390/h12020025
- ↑ Richie, Beth E.; Martensen, Kayla M. (27 de dezembro de 2019). «Resisting Carcerality, Embracing Abolition: Implications for Feminist Social Work Practice». Affilia. 35 (1): 12–16. ISSN 0886-1099. doi:10.1177/0886109919897576
- ↑ Lo, Bao (março de 2023). «Anti-Asian Violence and Abolition Feminism as Asian American Feminist Praxis». Feminist Formations. 35 (1): 221–239. ISSN 2151-7371. doi:10.1353/ff.2023.a902075