Português: Para Jaison, os autênticos jogaram papel fundamental nas Diretas Já.
“Para Santa Catarina veio o Miguel Arraes, que falou para mais de 200 estudantes. Tomamos dois porretes, ele tinha substrato! O Lula veio a Brusque quando era apenas um barbudo. Trouxemos um usineiro, da Arena de Alagoas, o Teotônio Vilela. O Fernando Henrique veio ainda em 1976 e lançamos ele para presidente no Lira Tênis Clube”, em Florianópolis.
De acordo com o ex-líder emedebista, a campanha das Diretas foi uma mobilização sem precedentes na história brasileira.
“Mas não houve jeito, ainda fizemos o movimento 'Só Diretas', mas o já PMDB foi para o Colégio Eleitoral. Era ilegítimo, imoral, dava câncer, o fato mais deseducador da política brasileira. Com ele veio o governo mais desastrado da história. Toda essa raça que está aí sobreviveu aos pecados cometidos, lavaram a cara.”
Sempre contra a corrente, Jaison não votou no Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves presidente e José Sarney, vice. “Assisti ao discurso do Maluf, depois saí”.
Seis meses antes, em agosto de 1984, Ulysses Guimarães, líder inconteste da oposição à ditadura, chamou-o pelo telefone.
“‘Precisamos da tua presença aqui no gabinete, José Sarney vai assinar a ficha no PMDB’. Me deu um engasgo, deve ser uma brincadeira de mau gosto, pensei, mas era a voz do Ulysses. Fui até o gabinete e disse-lhe: ‘presidente não me peça isso’. Aí começou meu desentendimento com o PMDB. Eu discursava e eles se retiravam do plenário. Era uma solidão e os caras rindo da minha cara. Até os deuses se rebelaram com a morte trágica do Tancredo. Praticamente fui expulso do PMDB, migrei para o PDT do Brizola ainda em 1985.”