Filipa Leal
Filipa de Mira Godinho Grego Leal (Porto, 1979) é uma escritora, poetisa, argumentista e jornalista portuguesa.
Filipa Leal | |
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Filipa Leal no ciclo Poetas Di(n)versos, A Corunha | |
Nascimento | 1979 (45 anos) Porto, Portugal |
Género literário | Poesia, Teatro, Cinema |
Carreira
editarFormou-se em jornalismo na Universidade de Westminster, em Londres, e concluiu o mestrado em Estudos Portugueses e Brasileiros na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com uma dissertação sobre "Aspectos do cómico na poesia de Alexandre O'Neill, Adília Lopes e Jorge de Sousa Braga".
Publicou o seu primeiro livro, «lua-polaroid» (conto/ficção), em 2003, e estreou-se na poesia no ano seguinte com «Talvez os Lírios Compreendam» (Cadernos do Campo Alegre). Seguiram-se, na editora Deriva, «A Cidade Líquida», «O Problema de Ser Norte», «A Inexistência de Eva» (finalista do Prémio Correntes d’Escritas) e «Vale Formoso» (2012). Em 2014, publicou "Adília Lopes Lopes", pela não-edições; em 2015, o manifesto "Pelos Leitores de Poesia" (ed. Abysmo). Seguiram-se «Vem à Quinta-feira» (2016, ed. Assírio & Alvim, já na 5ª edição), e «Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano», em 2019, (ed. Assírio & Alvim), ambos finalistas do Prémio Correntes d’Escritas e Semi-Finalistas do Prêmio Oceanos. Em 2020, editou o seu primeiro livro de teatro: "O Quadrado de F." (não-edições).
Está editada em Espanha («La Ciudad Líquida», ed. Sequitur, Madrid, 2010); na Colômbia («En los días tristes no se habla de aves», ed. Tragaluz, Medellín, 2016); e em França (com a plaquete “La Ville Oubliée”, ed. Cahiers de l’Approche, Angoulême, 2021). Em 2022, saiu a sua primeira edição no Brasil («A Cidade Líquida», ed. Moinhos, Belo Horizonte, 2022). Em 2024, foi editada na Polónia (com o livro “Fósforos e Metal sobre Imitação de ser Humano”- “Zapałki i metal na imitacji materii ludzkiej”, ed. Lokator) e no Luxemburgo (com o livro "Vale Formoso", ed. Phi).
Tem colaborações dispersas em vários jornais e revistas (Egoísta, MeaLibra, INÙTIL, Colóquio Letras, Textos e Pretextos, Flanzine, Eufeme, entre outras). Está representada em diversas antologias em Portugal (destaque para a edição de 2012 da FNAC, «O Prazer da Leitura», com o conto "Isabel") e no estrangeiro (Venezuela, México, Bulgária, Grécia, Países Baixos ou Eslovénia).
Em 2010, teve um dos seus poemas exposto no Metro de Varsóvia, na iniciativa «Poems on the Underground». Em 2012 e 2014, representou Portugal em encontros literários na Alemanha – no Festival de Poesia de Berlim 2012 e na Conferência dos Escritores Europeus 2014/Long Night of European Literature, no âmbito da qual fez uma leitura dos seus poemas no Deutsches Theater. Em 2016, o seu poema "Hoje, também os carros dançam" integrou uma instalação sonora europeia na British Library, em Londres; e, em 2023, o poema “Quanto tempo para o intervalo” esteve exposto na Polónia na iniciativa “Poems in the City”.
Em 2021, a compositora colombiana Mónica Giraldo adaptou um poema seu (“Digo-te por Isso”/ “Te Digo por Eso”) que interpreta no álbum “Hubo um Tiempo”. No mesmo ano, Filipa Leal atreveu-se nas primeiras letras de canções: “Mudar de Canção”, a convite da banda The Happy Mess, já lançada no disco “Jardim da Parada”; e “Ferida”, adaptação livre de “Fever” (imortalizada por Peggy Lee), a convite de Mafalda Veiga para o seu concerto SOLO.
Em 2013, depois de uma formação em escrita de argumento na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, escreveu e encenou a sua primeira curta de teatro. «Morrer na Praia» estreou em Lisboa, no Teatro Rápido, e passou pelo Teatro do Campo Alegre, no Porto. Em 2014, encenou «A Inexistência de Eva», e a sua segunda micro-peça de teatro, «Cama de Gato», integrou o Festival de Curtas dos Primeiros Sintomas, no Cais do Sodré, com encenação de Pedro Lamares. Escreveu ainda a sua primeira longa de teatro (musical infantil) - “A Volta ao Mundo em 60 Minutos” - para a Elenco Produções, que esteve em cena no Teatro Municipal de Vila do Conde, no CAE (Figueira da Foz) e no Europarque (Santa Maria da Feira), com 16.484 espectadores em oito dias.
Em 2014, desenvolveu o seu primeiro guião para longa-metragem de cinema, realizada por Patrícia Sequeira. O filme JOGO DE DAMAS estreou no Lisbon & Estoril Film Festival, 2015, e nos cinemas em Janeiro de 2016, e recebeu o prémio Golden Aphrodite de Melhor Guião no Festival de Cinema do Chipre (2016) e o Prémio de Melhor Guião no International Monthly Film Festival de Copenhaga (2017).
Autora e argumentista da série MULHERES ASSIM, emitida na RTP1, 2016-2017.
Co-autora, com Patrícia Sequeira, do telefilme "MEDO" (2021), que estreou no canal "Opto Sic", no âmbito dos 30 anos da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Desde o início de 2015, fez, com Pedro Lamares, a selecção de textos literários e leituras no programa "Literatura Aqui" (RTP2) - Prémio Sociedade Portuguesa de Autores 2017 para Melhor Programa de Entretenimento. Entre Setembro de 2019 e Janeiro de 2024, apresentou, também com Pedro Lamares, o programa de literatura “Nada Será Como Dante” na RTP2.
Foi, durante os últimos três anos do programa, jornalista e locutora residente do Câmara Clara - Diário Câmara Clara, da RTP2. Fez uma passagem pela Rádio Nova, foi editora do suplemento «Das Artes, Das Letras» no jornal O Primeiro de Janeiro, e da revista da Casa Fernando Pessoa. Colaborou também com a revista Os Meus Livros. Integrou o projecto LEM (Lisboa, Encruzilhada de Mundos), na Câmara Municipal de Lisboa, que levou a cabo o primeiro pavilhão de troca de livros na Feira do Livro de Lisboa. Coordenou, em 2014 e 2015, com Inês Fonseca Santos, o ciclo de debates «Os Espaços em Volta», na Casa Fernando Pessoa.
Tem integrado alguns júris internacionais: fez parte do Júri do Prémio de Literatura Oceanos (2018) e do Júri do Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez (Colômbia, 2019).
Depois de um ano de formação no balleteatro do Porto, começou a participar, em 2003, em recitais de poesia no Teatro do Campo Alegre (Porto), ciclo Quintas de Leitura, e desde então tem feito leituras com regularidade (Centro Cultural de Belém, Casa Fernando Pessoa, Casa da Música, Teatro São Luiz, etc.).
Em 2007, o jornal EXPRESSO colocou-a entre as 27 novas promessas portuguesas, e em 2010, na lista de 10 talentos para a próxima década. Em 2018, a revista SÁBADO considerou-a uma dos sete “argumentistas que estão a mudar a ficção nacional”.
Obras publicadas
editarPoesia
editar- Adrenalina. Ed. Assírio & Alvim, 2024.
- A Estrada para Firopótamos. Ed. Nova Mymosa, 2022.
- A rapariga já não gosta de brincar. (Poesia-colagem) Não-Edições, 2022. ISBN 978-989-53492-1-0
- Fósforos e metal sobre imitação de ser humano. Assírio & Alvim, 2019.
- Vem à quinta-feira. Assírio & Alvim, 2016.
- Pelos leitores de poesia. (Manifesto) Lisboa, Ed. Abysmo. 2015.
- Adília Lopes Lopes. Lisboa, Não-Edições. 2014. ISBN 978-989-99120-1-4
- Vale Formoso. Porto, Deriva Editores. 2012. ISBN 978-972-9250-86-6
- A Inexistência de Eva. Porto, Deriva Editores. 2009. ISBN 978-972-9250-51-4
- O Problema de ser Norte. Porto, Deriva Editores. 2008. ISBN 972-9250-35-4
- A Cidade Líquida e Outras Texturas. Porto, Deriva Editores, 2006. ISBN 978-972-9250-21-7
- Talvez os Lírios Compreendam. Prefácio de António Mega Ferreira. Porto, Fundação Ciência e Desenvolvimento, 2004. ISBN 972-95418-8-4
Ficção
editar- lua-polaroid. Vila Nova de Gaia, Corpos, 2003.
- O vestido de noiva. Lisboa, Relógio d'Água, 2023.
Teatro
editar- O Quadrado de F. Lisboa, Não-Edições. 2020. ISBN 978-989-54400-8-5
Ligações externas
editar- Valter Hugo Mãe sobre Filipa Leal no jornal PÚBLICO
- Filipa Leal no Bairro Alto RTP2 (Entrevista a José Fialho Gouveia)
- Crónica de Eduardo Prado Coelho - Suplemento Mil Folhas, Público
- Revista Única: Talentos para a próxima década
- Filipa Leal representa Portugal no Festival de Poesia de Berlim
- Ao Vivo no Festival de Poesia de Berlim - poema de FILIPA LEAL
- Poems from the Portuguese - Filipa Leal
- Lyrikline - Filipa Leal
- Ankara: alunos lêem poemas de Filipa Leal
- Poesia Portuguesa hoje na Arquitrave - Filipa Leal em revista da Colômbia
- «A Cidade Líquida» traduzido em Espanha
- Vídeo de David Bonneville - «A Varanda»: texto e voz de Filipa Leal
- Crónica de Francisco José Viegas - ref. «A Inexistência de Eva»
- Homenagem no ciclo «Poesia à Mesa»
- Centro Cultural de Belém - Filipa Leal lê Clarice Lispector