Flávia Domitila foi uma romana da dinastia flaviana, neta do imperador Vespasiano (r. 69–79) e de Domitila, a Maior, e sobrinha dos imperadores Tito (r. 79–81) e Domiciano (r. 81–96). Era filha de Domitila, a Menor, possivelmente com Quinto Petílio Cerial.

Flávia Domitila
Flávia Domitila
Andrea de Bonaiuto, Santa Inês e Santa Domitila (Galeria da Academia de Belas Artes de Florença)
Mártir
Nascimento Século I
Roma, Império Romano
Morte Século I ou II
Ponza ou Pandateria, Império Romano
Veneração por Igreja católica; Igreja ortodoxa
Principal templo Santi Nereo e Achilleo, onde estão suas relíquias
Festa litúrgica 7 de maio na Igreja católica; 12 de maio na Igreja ortodoxa
Portal dos Santos

Existem diferentes opiniões sobre se a Flavia Domitila mencionada em escritos cristãos do século IV seriam uma pessoa ou duas e sobre sua real identidade.

Sobrinha de Domiciano, esposa de Flávio Clemente

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Suetónio, nascido no ano 69 e por portanto contemporâneo de Domitila, no da qualquer informação acerca de ela, mas menciona-a como uma pessoa bem conhecida pelos seus leitores: na sua obra Vidas dos Doze Césares, publicada provavelmente por volta do ano 121, diz que o principal assassino do imperador Domiciano em 96 foi "Estêvão, mordomo de Domitila".[1]

Poucas linhas mais cedo no mesmo livro, Suetónio conta que Domiciano "apenas esperou Flávio Clemente, seu primo, sair do consulado, para fazê-lo perecer pela mais fútil suspeita, apesar de ele ser um homem de incapacidade notória, e embora tivesse adotado para sucessores os seus filhos, ainda crianças, fazendo-os chamar, em lugar dos seus anteriores nomes. a um Vespasiano e ao outro Domiciano. Essa crueldade contribuiu muito para acelerar o seu fim."[2] Em nenhuma parte desta obra Suetónio menciona que a esposa de Flávio Clemente e mãe das crianças que Domiciano adotou era Domitila, o que sabemos por outras fontes.

Quintiliano menciona no prefácio do livro IV da sua mais famosa obra, os Institutos de Oratória, que Domiciano lhe confiou a instrução dessas crianças, netos da irmã do imperador.[3]

Flávia Domitila e Flávio Clemente tiveram sete filhos, de acordo com uma inscrição de Tatia Baucylis, ama de leite de todos os sete.[4]

Dião Cássio (ca. 155 a 163/164 – depois de 229) na sua História de Roma (provavelmente de 202) fornece mais informações sobre a morte de Flávio Clemente: "Domiciano executou, entre muitos outros, ao cônsul Flávio Clemente embora fosse seu primo e tivesse de esposa a Flávia Domitila, uma parente do imperador. Os dois foram acusados de ateísmo, imputação pela que também. muitos outros encalhados nos costumes dos judeus foram condenados, alguns à morte, os outros ao confisco de seus bens. No entanto Domitila foi apenas banida para la ilha de Pandateria".[5]

Sobrinha de Flávio Clemente

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O bispo cristão Eusébio de Cesareia (ca. 265 – 339) na sua História Eclesiástica escreve: "Nessa altura o ensinamento da nossa fé brilhou a tal ponto que mesmo aqueles escritores que estavam fora da nossa tradição não hesitaram em citar nas suas histórias a perseguição e os martírios que nessa tiveram lugar. Incluso indicaram o tempo com precisão ao contar que no décimo quinto ano de Domiciano, juntamente com muitíssimos outros, Flávia Domitila, filha de uma irmã de Flávio Clemente, então um dos cônsules de Roma, foi por dar testemunho a Cristo condenada ao exílio na ilha de Ponza."[6]

Noutra obra sua, a Crônica, que sobrevive numa tradução feita por Jerónimo (c. 340–420), Eusébio indica o nome de um escritor que dá informações semelhantes às dadas na História Eclesiástica: em relação ao ano 16 de Domiciano (96 d.C.), na Olimpíada 218, diz que "Bruttius escreve que sob Domiciano muitos cristãos foram martirizados, incluindo Flávia Domitila, sobrinha por parte de sua irmã do cônsul Flávio Clemente, que foi exilada para a ilha de Ponza por haber-se declarada cristã".[7]

Há muitas incertezas sobre a identidade (e a religião) deste Bruttius.[8]

Jorge Sincelo, que morreu depois de 810, repetiu o texto da Crônica de Eusébio, mas acrescentou que Flávio Clemente morreu por Cristo e assim foi o primeiro a dizer que este cônsul do século I era cristão.[9][10] Ao citar a Eusébio, Sincelo diz que Domitila era ἐξαδελφή de Flávio Clemente, palavra que pode significar também "prima" e não unicamente, como Jerónimo la interpretou, "sobrinha".[11]

Jerónimo, ao escrever da morte em 404 de Santa Paula diz que na sua viagem de Roma para a Terra Santa, esta piedosa viúva fez uma parada na ilha de Ponza, "que ficou famosa pelo exílio de Flávia Domitila, a mulher mais famosa do seu tempo", e que visitou "as células onde ela passou um longo martírio".[12]

Uma ou duas?

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Evidentemente se contradizem as informações dadas por Dião Cassio e por Eusébio sobre a Flávia Domitila desterrada por Domiciano. De acordo com Dião Cassio, ela era a esposa de Flávio Clemente, foi banida para a ilha de Pandateria e é mencionado no contexto de pessoas "encalhadas nos costumes dos judeus". De acordo com Eusébio, que atribuiu as suas informações a Bruttius, ela era sobrinha de Flávio Clemente (filha de sua irmã), o local de exílio foi a ilha de Ponza e a razão para o seu exílio foi ter-se declarada cristã.

Alguns assumem que Dião Cassio e Bruttius falaram de duas vítimas diferentes de Domiciano pertencentes à mesma família senatorial e chamadas cada uma Flávia Domitila.[13]

César Barónio (1538–1609) foi o primeiro a dizer que existiam estas duas distintas Flávias Domitilas:[14][15] na antiguidade nenhum autor falou assim e Suetónio achava que os seus leitores entenderiam de quem falava ao dizer que Estevão o assassino de Domiciano era mordomo "de Domitila".[16]

Outros julgam máis provável que houve apenas uma Flávia Domitila banida por Domiciano, e que há erros no texto de Dião Cassio ou Eusébio ou ambos.[17][18] De acordo com eles, é possível, por exemplo, que houve uma confusão entre as ilhas geograficamente próximas de Ponza e Pandateria.[19][20]

A Flávia Domitila lendária

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Santa Domitila entre os santos Nereu e Aquileu, por Rubens (1608), atualmente em Santa Maria in Vallicella, Roma.

Uma lenda do século V ou VI, os Atos dos Santos Nereu e Aquileu, cuja falta de valor histórico é reconhecida, afirma no começo que Domitila foi sobrinha do imperador Domiciano,[21][22][23] mas apresenta-a mais tarde como sobrinha do cônsul.[24][25][26] Além disso, não a apresenta como na inscrição de Tatia Baucylis, ou seja, como mãe de sete filhos, senão como virgem cristã consagrada, ideia que não aparece nem em Eusébio nem na citada carta de Jerónimo.

De acordo com certos historiadoes, os mártires Nereu e Aquileu, elogiados numa inscrição do Papa Dâmaso I (366–384) como soldados convertidos, morreram na perseguição de Diocleciano dirigida inicialmente contra os cristãos do exército (295-298) e, em seguida, contra a Igreja cristã como tal (a partir do ano 303).[27][28][29]

A lenda torna-os de soldados do século terceiro para eunucos do primeiro século no serviço doméstico de Flávia Domitila, que persuadem-na a renunciar ao casamento para o qual ela está embelezando-se e a abraçar uma vida de virgindade. O noivo faz que ela seja exilada para a ilha de Ponza e que os eunucos sejam martirizados. Mais tarde, depois de fazê-la levar para Terracina, ele pretende usar-lhe violência, mas morre milagrosamente. Por instigação do irmão dele, também Flávia Domitila é martirizada.

Culto na Igreja católica

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No século IX Flávia Domitila é listada como santa por primeira vez: o martirológio de Floro de Lyon lhe dedica um longo elogio com base nos Atos dos Santos Nereu e Aquileu e lhe atribui como festa o 7 de maio, talvez só porque o Martirológio Jeronimiano mencionava naquele dia um são Flávio,[30][31] e menciona-a também em 12 de maio ao dizer, mais uma vez com base nos mesmos Atos, que Nereu e Aquileu, celebrados naquele dia, eram seus eunucos.[32] O martirológio de Ado de Vienne faz o mesmo mais brevemente.[33][31] O martirológio de Usuardo copiou o de Ado e foi por sua vez copiado por el Martirológio Romano de César Barónio, que acreditava na lenda dos Atos dos Santos Nereu e Aquileu[34] e no 1595 fez inserir no Calendário Romano Geral o nome de Domitila em conjunto com os de Nereu e Aquileu na festa destes, em 12 de maio.

A partir de então até a revisão de 2001, o Martirológio Romano dizia em 7 de maio: "Em Terracina na Campânia, o dia natal [para o céu] da abençoada virgem e mártir Flávia Domitila. Filha de irmã do cônsul Flávio Clemente e consagrada com o sagrado véu por São Clemente, ela na perseguição de Domiciano foi exilada com muitos outros para a ilha de Ponza, onde experimentou um martírio prolongado. No final foi levada para Terracina, e ali, depois de ela converter muitos com o seu ensinamento e os seus milagres para a fé de Cristo, incendiou-se fogo, por ordem dum juiz, o quarto em que morava junto com as suas virgens Euphrosyne e Theodora, e assim ela acabou o curso de su martírio glorioso. Celebra-se também junto com os santos mártires Nereu e Aquileu em 12 de maio."[35]

No Breviário Romano leia-se: "A virgem romana Flávia Domitila, sobrinha dos imperadores Tito e Domiciano, depois de receber o véu sagrado da virgindade das mãos do abençoado Papa Clemente, foi acusada por seu namorado Aureliano, filho do cônsul Tito Aurelio, de ser cristã e foi banida pelo imperador Domiciano para a ilha de Ponza, onde sofreu na prisão um longo martírio. Finalmente, levada para Terracina, confessou Cristo novamente e sob o imperador Trajano, como ela parecia sempre mais constante, incendiou-se por ordem judicial o seu quarto e, juntamente com as suas irmãs de leite as virgens Theodora e Euphrosyna, terminou o curso do seu glorioso martírio em 7 de maio. Os corpos delas foram encontrados intactos e foram enterrados pelo diácono Cesário. Neste dia [12 de maio] os corpos dos dois irmãos [Nereo e Aquiles] e Domitila foram levadas da diaconia de São Adrião de volta para a basílica desses mártires, a igreja titular cardinalícia da Fasciola."[36]

A mencionada transferência das relíquias foi organizada em 1597 com a maior solenidade pelo Cardeal Barónio.[37][38]

Assim, o Breviário Romano do período Tridentino afirmou que a santa mártir Flávia Domitila era a neta de Vespasiano, em desacordo com o Martirológio Romano do mesmo período, que a chamava de sobrinha não dos imperadores Tito e Domiciano, mas do cônsul Flávio Clemente.

O decreto de promulgação da edição de 2001 do Martirológio Romano declara: "A Constituição Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II sobre a sagrada liturgia decidiu que "as paixões ou vidas dos Santos sejam restituídas à verdade histórica" (art. 92 c). Em conformidade com esta decisão, é necessário sujeitar ao juízo da disciplina histórica e tratar com mais diligência do que no passado, seja os nomes dos santos inscritos no Martirológio seja os seus elogios."[39]

A atual edição do Martirológio Romano não identifica Santa Domitila com a neta de Vespasiano: na data de 7 de maio diz:: "Em Roma, comemoração de santa Domitila, mártir, que, sendo filha de irmã do cônsul Flávio Clemente, foi acusada durante a perseguição do imperador Domiciano de negar os deuses pagãos e por motivo do seu testemunho a Cristo, foi banida com outros para a ilha de Ponza, en la que experimentou um prolongado martírio.[40]

Já em 1969, foi removido do Calendário Romano Geral o nome de Domitila, inserido apenas en 1595, porque o seu culto não tem base na tradição.[41] Por isso, ela já não é mencionada em 12 de maio, festa dos soldados mártires Nereu e Aquileu.

Culto na Igreja ortodoxa

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A Igreja ortodoxa da Grécia celebra em 12 de maio uma santa Domitila, neta de Vespasiano. De acordo com o que diz o Serviço Apostólico dessa Igreja, a santa viveu em Roma no primeiro século, esposa do cônsul Tito Flavio Clemente e filha da irmã do imperador Domiciano, e morreu como mártir por recusar-se a sacrificar aos ídolos.[42]

Ver também

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Referências

  1. Suetonio, Vida de Domiciano, 17
  2. Suetônio, Vida de Domiciano, 15]
  3. Quintiliano, Institutio Oratoria, IV, praefatio
  4. John Granger Cook, Roman Attitudes Toward the Christians: From Claudius to Hadrian (Mohr Siebeck 2011 ISBN 978-3-16150954-4), pp. 128–129
  5. Dião Cássio (epítome de Xiphilin) LXVII, 14
  6. Εἰς τοσοῦτον δὲ ἄρα κατὰ τοὺς δηλουμένους ἡ τῆς ἡμετέρας πίστεως διέλαμπεν διδασκαλία, ὡς καὶ τοὺς ἄποθεν τοῦ καθ̓ ἡμᾶς λόγου συγγραφεῖς μὴ ἀποκνῆσαι ταῖς αὐτῶν ἱστορίαις τόν τε διωγμὸν καὶ τὰ ἐν αὐτῷ μαρτύρια παραδοῦναι, οἵ γε καὶ τὸν καιρὸν ἐπ̓ ἀκριβὲς ἐπεσημήναντο, ἐν ἔτει πεντεκαιδεκάτῳ Δομετιανοῦ μετὰ πλείστων ἑτέρων καὶ Φλαυίαν Δομέτιλλαν ἱστορήσαντες, ἐξ ἀδελφῆς γεγονυῖαν Φλαυίου Κλήμεντος, ἑνὸς τῶν τηνικάδε ἐπὶ Ῥώμης ὑπάτων, τῆς εἰς Χριστὸν μαρτυρίας ἕνεκεν εἰς νῆσον Ποντίαν κατὰ τιμωρίαν δεδόσθαι (Eusébio, História Eclesiástica, III, 18
  7. Texto em latim
  8. T.J. Cornell, The Fragments of the Roman Historians (Oxford University Press 2013 ISBN 978-0-19927705-6), vol. 1, pp. 593–595
  9. Peter Lampe, Christians at Rome in the First Two Centuries: From Paul to Valentinus (A&C Black 2006 ISBN 978-1-44111004-6), p. 200
  10. T.J. Cornell, The Fragments of the Roman Historians (Oxford University Press 2013),, vol. 1, p. 631
  11. John Granger Cook, Roman Attitudes Toward the Christians: From Claudius to Hadrian (Mohr Siebeck 2011 ISBN 978-3-16150954-4), p. 130
  12. Carta de Jerónimo 108, 7
  13. Andrew Cain, Jerome's Epitaph on Paula: A Commentary on the Epitaphium Sanctae Paulae with an Introduction, Text, and Translation (Oxford University Press 2013 ISBN 978-0-19967260-8), p. 196
  14. John Granger Cook, Roman Attitudes Toward the Christians: From Claudius to Hadrian (Mohr Siebeck 2011 ISBN 978-3-16150954-4), p. 129
  15. Brian Jones, The Emperor Domitian (Routledge 2002 ISBN 978-1-13485313-7), p. 116
  16. Leo H. Canfield, The Early Persecutions of the Christians (reimpressão: The Lawbook Exchange 2005 ISBN 978-1-58477481-5), pp. 82–83]
  17. John Granger Cook, Roman Attitudes Toward the Christians: From Claudius to Hadrian (Mohr Siebeck 2011 ISBN 978-3-16150954-4), p. 130
  18. Cilliers Breytenbach, Laurence L. Welborn, Encounters with Hellenism (BRILL 2004 ISBN 978-9-00412526-1), p. 208
  19. Stephen Spence, The Parting of the Ways: The Roman Church as a Case Study (Peeters 2004 ISBN 978-9-04291336-3), p. 167
  20. Peter Lampe, Christians at Rome in the First Two Centuries: From Paul to Valentinus (A&C Black 2006 ISBN 978-0-82648102-3), p. 200
  21. Edição de Surius
  22. Edição dos Bolandistas
  23. Edição de Achelis do texto grego, p. 1, l. 17[ligação inativa]
  24. Edição de Surius, capítulo 5
  25. Edição dos Bolandistas, capítulos II-III
  26. Edição de Achelis do texto grego, p. 8, l. 12 – p. 9, l. 18
  27. Tyler Lansford, The Latin Inscriptions of Rome: A Walking Guide (Johns Hopkins University 2011 ISBN 978-1-42140325-0), p. 211
  28. Claudio Leonardi, Andrea Riccardi, Gabriella Zarri, Diccionario de los Santos (Editorial San Pablo 2000 ISBN 978-84-2852257-1), pp. 1745–1746
  29. Ross Cowan, Roman Legionary AD 284-337: The age of Diocletian and Constantine the Great (Bloomsbury 2015 ISBN 978-1-47280667-3), p. 22
  30. Henri Quentin, Les martyrologes historiques du Moyen-Âge (Paris 1908), pp. 364–366
  31. a b Jean Éracle, Une grande dame de l'ancienne Rome: Flavia Domitilla, petite fille de Vespasien em Échos de Saint-Maurice, 1964, vol. 62, p. 130
  32. Quentin (1908), p. 362
  33. Martyrologe d'Adon, 18 verso e 19 recto
  34. Tina Saji, Christian Social Reformers (Mittal 2005 ISBN 978-81-8324008-6), p. 41
  35. Tarracinae in Campania natalis beatae Flaviae Domitillae virginis et martyris: quae cum esset Flavii Clementis sororis filia, et a sancto Clemente sacro velamine consecrata, in persecutione Domitiani ob testimonium Christi cum aliis plurimis in insulam Pontiam exilio deportata, longum ibi martyrium duxit: novissime vero Tarracinam deducta, cum doctrina et miraculis plurimos ad fidem Christi convertisset, iussu iudicis incenso cubiculo, in quo simul cum suis virginibus Euphrosyna et Theodora morabatur, cursum gloriosi martyrii consummavit. Celebratur etiam cum sanctis martyribus Nereo et Achilleo die duodecima Maii: Martyrologium Romanum, Antuérpia 1678, p. 129
  36. Flavia Domitilla, virgo Romana, Titi et Domitiani Imperatorum neptis, cum sacrum virginitatis velamen a beato Clemente Papa accepisset, ab Aureliano sponso, Titi Aurelii Consulis filio, delata, quod christiana esset, a Domitiano Imperatore in insulam Pontiam est deportata, ubi in carcere longum martyrium duxit. Demum Tarracinam deducta, iterum Christum confessa, cum semper constantior appareret, sub Traiano Imperatore, iudicis iussu incenso eius cubiculo, una cum Theodora et Euphrosyna virginibus et collactaneis suis, gloriosi martyrii cursum confecit, nonis maii: quarum corpora integra inventa, a Caesario Diacono sepulta sunt. Hac vero die duorum fratrum ac Domitillae corpora ex Diaconia sancti Adriani simul translata, in ipsorum Martyrum Basilicam, tituli Fasciolae, restituta sunt: Breviarium Romanum, pars vernalis (Paris e Lyon 1828), p. 636).
  37. Pio Franchi de' Cavalieri, "Nereo e Achilleo, santi" em Enciclopedia Italiana (1934)
  38. Jetze Touber, Law, Medicine and Engineering in the Cult of the Saints in Counter-Reformation Rome: The Hagiographical Works of Antonio Gallonio, 1556-1605 (BRILL 2014 ISBN 978-9-00426514-1), pp. 89–93
  39. Decreto Victoriam paschalem Christi de 29 de junho de 2001, pp. 5–6 do Martyrologium Romanum 2001; tradução italiana Arquivado em 26 de agosto de 2016, no Wayback Machine.
  40. Romae, commemoratio sanctae Domitillae, martyris, quae, filia sororis Flavii Clementis consulis, cum in persecutione Domitiani imperatoris accusata esset deos alienos negandi, ob testimonium Christi cum aliis in insulam Pontiam deportata, longum ibi martyrium duxit: Martyrologium Romanum (Typis Vaticanis 2004 ISBN 978-88-209-7210-3), p. 274
  41. Calendarium Romanum (Typis Vaticanis 1969), p. 123
  42. Μέγας Συναξαρίστης: Ἡ Ἁγία Δομιτίλλα ἡ Μάρτυς,

Ligações externas

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