Floro Bartolomeu da Costa (Salvador, 17 de agosto de 1876Rio de Janeiro, 8 de março de 1926) foi um médico e político brasileiro, filho de Virgílio Bartolomeu da Costa e Carolina Costa.[1]

Floro Bartolomeu
Nome completo Floro Bartolomeu da Costa
Nascimento 17 de agosto de 1876
Salvador, Bahia, Brasil
Morte 8 de março de 1926 (49 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia
Ocupação médico, político

Biografia

editar

Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1904, chegou ao Ceará em 1908, atraído pela mina de cobre de Coaxá, no município de Aurora, mas acabou fixando moradia em Juazeiro do Norte onde adquiriu uma farmácia e passou a atender a população, como médico e também como rábula.[2][3]

Tornando-se amigo do padre Cícero Romão Batista, convenceu-o a ingressar na política, visto que o Vaticano suspendera suas ordens religiosas.

 
Jagunços de Floro Bartolomeu.

Em 1912, Marcos Franco Rabelo foi nomeado interventor do Ceará pelo presidente Hermes da Fonseca. Logo que assumiu o governo estadual, Rabelo tratou de minar o poder de Padre Cícero, destituindo-o da prefeitura de Juazeiro do Norte e ordenando sua prisão. Floro Bartolomeu, então, convocou os romeiros a se juntar a seus jagunços com o intuito de defender Padre Cícero. Enquanto isso, Floro foi para o Rio de Janeiro onde conseguiu o apoio do senador Pinheiro Machado.[4]

A tropa juazeirense evitou a entrada das forças policiais de Franco Rabelo em Juazeiro e, em seguida, partiram para Fortaleza, para derrubar o governador. Com o apoio de Pinheiro Machado, Franco Rabelo foi deposto e Floro eleito deputado estadual, ocasião em que exerceu a presidência da Assembleia Legislativa. A revolta ficou conhecida como sedição de Juazeiro.[5]

Em 1921, surgiu um boato de que os habitantes do Sítio Baixa Dantas estavam venerando um boi de Padre Cícero como a um deus. Para contornar a situação, Floro Bartolomeu ordenou que o boi fosse morto e o beato José Lourenço, líder do sítio, fosse preso.

Em 1925, o presidente da República Arthur Bernardes encarregou Floro Bartolomeu, na época deputado federal, de defender o Ceará dos ataques da coluna Prestes.[6] Então, Floro montou o Batalhão Patriótico. Algum tempo depois da formação do batalhão, se espalhou a notícia de que a coluna Prestes tinha entrado em confronto com Lampião, em Pernambuco. Ao tomar conhecimento disso, Floro, usando o nome de Padre Cícero, sem que o sacerdote soubesse, convidou o cangaceiro a se incorporar ao Batalhão Patriótico para combater Prestes.[7]

 
Floro Bartolomeu e Padre Cícero.

Lampião, que era devoto de Padre Cícero, aceitou o convite e partiu para Juazeiro, mas não encontrou Floro, que havia viajado para o Rio de Janeiro por motivos de saúde. Padre Cícero ficou perplexo quando soube que Lampião estava em Juazeiro para servi-lo. Ao encontrar Lampião e seu bando, Padre Cícero os aconselhou a abandonar o cangaço e lhes deu rosários de presente, com a condição de que só usassem depois de abandonar o cangaço.[8][9]

Os cangaceiros deixaram Juazeiro, mas antes Lampião recebeu a patente de capitão do Batalhão Patriótico das mãos de Pedro de Albuquerque Uchoa, funcionário público e integrante do batalhão. Os bandos de Lampião e o de Prestes nunca se encontraram.[10]

 
Busto numa rua de Juazeiro do Norte.

Em 1926, Floro Bartolomeu faleceu, solteiro e pobre, na capital federal, vítima de angina. Era, na ocasião, general honorário do Exército e deputado federal. Foi enterrado com as honras de seu posto militar.

Homenagens

editar
  • Uma rua em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao médico.[11]
  • Uma rua em Juazeiro do Norte foi nomeada em homenagem ao médico.[12]

Referências

  1. «Floro Bartolomeu» (PDF). cpdoc.fgv.br 
  2. «Floro Bartolomeu | Brasiliana Fotográfica». brasilianafotografica.bn.br. Consultado em 17 de agosto de 2018 
  3. «Fotos de Morro do Chapéu - BA». www.fotosdemorrodochapeuba.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2018 
  4. Caldas, João Bandeira de (1994). Dr. Floro Bartolomeu da Costa: médico político e guerreiro. [S.l.: s.n.] 
  5. Teófilo, Rodolfo (1969). A sedição do Juàzeiro. [S.l.]: Ed. Terra de sol 
  6. Reis, Daniel Aarão (19 de novembro de 2014). Luís Carlos Prestes: Um revolucionário entre dois mundos. [S.l.]: Companhia das Letras. ISBN 9788543802169 
  7. Neto, Lira (11 de novembro de 2009). Padre Cícero: Poder, fé e guerra no sertão. [S.l.]: Companhia das Letras. ISBN 9788563397201 
  8. Grunspan-Jasmin, Elise (2006). Lampião, senhor do sertão : vidas e mortes de um cangaceiro. [S.l.]: EdUSP. ISBN 9788531409134 
  9. Teixeira, Francisco Nóbrega (31 de outubro de 2014). Padre Cícero: Biografia Psicanalítica (em inglês). [S.l.]: Escrituras Editora e Distribuirdora de Livros Ltda. ISBN 9788575315439 
  10. Farias,Airton, de (26 de janeiro de 2016). História do Ceará. [S.l.]: Armazém da cultura. ISBN 9788584920174 
  11. «Mapa da Rua Floro Bartolomeu, Fortaleza - CE - Mapa Satélite, Urbano e Relevo». Mapas App. Consultado em 17 de agosto de 2018 
  12. «Rua Doutor Floro Bartolomeu - de 734 ao fim - lado par, São Miguel - Juazeiro do Norte CE - CEP 63010-492». www.consultarcep.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2018 

Bibliografia

editar
  Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Precedido por
Francisco Ferreira Antero
Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará
1914
Sucedido por
Tibúrcio Gonçalves de Paula