Forte de Santo Antônio

 Nota: Para outros significados, veja Forte de Santo Antônio (desambiguação).

O Forte de Santo Antônio localizava-se sobre a ponta de Santo Antônio, à margem esquerda da barra do rio Paraíba do Norte, no litoral do estado da Paraíba, no Brasil.

Forte de Santo Antônio
Construção Filipe IV de Espanha (1633)
Estilo Abaluartado
Aberto ao público Não

História

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Antecedentes

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No contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), remonta a um simples reduto sob a invocação de Santo Antônio (Reduto de Santo Antônio), iniciado em 1631 em frente ao Forte do Cabedelo (onde atualmente localiza-se Costinha) com quem cruzava fogos. Comandado pelo Capitão Duarte Gomes da Silveira (BARRETTO, 1958:122), resistiu ao ataque neerlandês de dezembro desse ano.[1]

O forte

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A primitiva estrutura de campanha foi ampliada e reforçada a partir de 1633, pelo Engenheiro militar Diogo Pais, transformando-se em um forte, passando a contar com dois baluartes. Ainda incompleto, sob o comando do Capitão Lourenço de Brito Correia (Lourenço Cavalcanti?), com o reforço de forças do cacique dos Potiguaras Simão Soares Jaraguari, resistiu, em fevereiro do ano seguinte, aos ataques do neerlandês Sigismund van Schkoppe. À época, recebeu reforços na artilharia e melhorias na sua defesa, ficando guarnecido com uma companhia de sessenta homens, sob o comando do Capitão Luiz de Magalhães. Com os parapeitos ainda por construir, quando do maciço assalto neerlandês de dezembro de 1634 ao Forte de Santa Catarina, o Forte de Santo Antônio, sob o comando do Capitão Valcassar, capitulou a 23 de dezembro (BARRETTO, 1958:122).

Ocupado, foi reformado por determinação do Conde Maurício de Nassau (1604-1679), quando de sua visita à Paraíba, em 1637. BARLÉU (1974) relata as providências, confiadas a Elias Herckmans, diretor da Paraíba, na ocasião:

"(...) Abandonou, na margem setentrional do rio um outro forte - o de Santo Antônio -, por causa das grandes despesas, deixando ali somente uma torre para a defesa do lugar." (op. cit., p. 76)

Mas Nassau, no "Breve Discurso", datado de 14 de janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:

"O forte do Norte [da barra do rio Paraíba do Norte], denominado Santo Antônio, é quadrangular com quatro baluartes e está ainda no estado em que o tomamos ao inimigo, exceto que, como era muito escarpado, quando o levantaram, e, por isso, ameaçava cair, foi necessário adelgaçá-lo por fora, para dar-se-lhe mais forma."

Na iminência do ataque de uma frota espanhola ao Brasil holandês (c. 1639), foi reforçado por determinação de Nassau:

"Ele próprio, dirigindo-se à Paraíba, mandou restaurar as fortificações arruinadas, providenciando cuidadosamente todo o necessário à defensão desta província. (...) Reduziu, porém, o forte de Santo Antônio do Norte a uma torre de vigia, refazendo-lhe o parapeito e provendo-o de três peças contra os opugnantes." (BARLÉU, 1974:159)

O "Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil", de autoria de Adriano do Dussen, datado de 4 de abril de 1640, confirma:

"O forte situado ao Norte, de Santo Antônio, à margem setentrional da barra, é batido do mar; o baluarte que olha para o lado da terra foi transformado num reduto, cercado de forte paliçada. Há aí 3 peças."

BARLÉU (1974) transcreve o Relatório de Dussen: "(...) o de Santo Antônio do Norte, quase sorvido pelo mar, e que se reduz a uma torre protegida por uma cerca e sua artilharia." (op. cit., p. 144)

Os neerlandeses perderam o controle da cidade de Frederica (Filipeia de Nossa Senhora das Neves) em 1645, ficando restritos à ocupação do Forte do Cabedelo e deste Forte de Santo Antônio, que quando da capitulação em Recife (1654), foram abandonados e reocupados por forças portuguesas comandadas pelo Coronel Francisco de Figueiroa.

Notas

  1. «Atlas of Dutch Brazil». Consultado em 15 de julho de 2009. Arquivado do original em 9 de fevereiro de 2009 

Bibliografia

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  • BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 418 p. il.
  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Ver também

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Ligações externas

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