Forte do Bom Jesus (Horta)
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O Forte do Bom Jesus, também referido como Castelo do Bom Jesus, Castelo Novo e Forte Novo, localizava-se na freguesia da Matriz, cidade e concelho de Horta, na ilha do Faial, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
História
editarNo contexto da Dinastia Filipina, o desembargador Manuel Correia Borba, quando esteve em correição na Horta em julho de 1621, considerou que esta baía estava muito aberta e sem nenhuma defesa fixa, pelo que, com o parecer dos oficiais da Câmara Municipal, "mandou se fizesse um baluarte de terra e canas" (faxina) no montículo de João Silveira, assim para daí se defender com algumas peças de artilharia. Esse foi o embrião do chamado forte da Alagoa.
Acredita-se que o Forte do Bom Jesus tenha sido principiado na mesma época.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim do Bom Jesus." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[1]
SOUSA (1995), em 1822, refere: "(...) A sua defesa marítima é (...) e o [forte] Novo [fortificado] de 12 [peças]; guarnecidos pelo 3º Batalhão de Linha dos Açores, e pelo Regimento de Milícia Nacional que toma o nome da cidade.".[2]
Em 1858 o forte passou a abrigar a cadeia da Comarca. Em 1861 foi descrito como tendo alguma artilharia e a necessitar de reparos.[carece de fontes]
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 localiza-o na freguesia da Conceição, informando: "Está algum tanto arruinado; já se procedeo ao orçamento respectivo para a sua reparação". E observa, com relação às estruturas da ilha:
- "Devem ser conservados, por que defendem o porto da cidade da Horta, dando-lhe a conveniente importancia, mas seria util fazer-lhes as reparações de que carecem, e artilha-los convenientemente; pois quazi toda a artilharia e reparos se achão incapazes de serviço."[3]
A estrutura não chegou até aos nossos dias.
Referências
- ↑ "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 179. Consultado em 8 dez 2011.
- ↑ Op. cit., p. 117.
- ↑ BASTOS, 1997:274.
Bibliografia
editar- BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que devem ser conservados para defeza permanente." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 272-274.
- CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
- MACHADO, Francisco Xavier. "Revista aos Fortes das Ilhas do Faial e Pico (Arquivo Histórico Ultramarino)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
- NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Artur Teodoro (coord.). "Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
- PEGO, Damião. "Tombos dos Fortes das Ilhas do Faial, São Jorge e Graciosa". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
- SOUSA, João Soares de Albergaria de. Corografia Açórica: Descrição Física, Política e Histórica dos Açores. Ponta Delgada (Açores): Jornal de Cultura, 1995. 142p. ISBN 972-755-013-4
- VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores – Introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.
Ver também
editarLigações externas
editar- «Fortificação/Ilha do Faial». in Instituto Histórico da Ilha Terceira