Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca de Barbosa Pinheiro Pereira e Sá
Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca de Barbosa Pinheiro Pereira e Sá, primeiro visconde de Azevedo e conde de Azevedo, (Marrancos, Vila Verde, 21 de Fevereiro de 1809 - Porto, 25 de Dezembro de 1876) foi um homem com intervenção ativa no seu tempo. Interveio, ainda jovem, nas lutas liberais, ao lado dos realistas, interveio depois de passagem na política e foi sobretudo um sábio bibliófilo. Ficou célebre a sua livraria, que doou em testamento a seu primo o conde de Samodães.[1] Segundo Camilo Castelo Branco, “tinha a singularidade fenomenal de ser sábio e rico”. Foi sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e colaborador do Dicionário Bibliográfico de Inocêncio. Possuia um observatório astronómico na sua quinta e solar d'Azevedo.[2]
Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca de Barbosa Pinheiro Pereira e Sá | |
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Nascimento | Francisco Lopes de Azevedo Velho de Fonseca Barbosa Pinheiro Pereira e Sá Coelho 21 de fevereiro de 1809 Marrancos |
Morte | 25 de dezembro de 1876 Porto |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | tipógrafo, escritor, poeta, tradutor |
Título | Visconde de Azevedo, Conde de Azevedo |
Possuía residência no Porto – hoje designada por Palácio dos Condes de Azevedo[3] - e Póvoa de Varzim, que é a sede do Museu poveiro. No Porto e na Póvoa, reunia cenáculos culturais. Na casa do Porto, instalou uma tipografia particular onde fez imprimir algumas raridades bibliográficas, em tiragens limitadas.
Escreveu alguma prosa de ficção, alguma poesia e artigos de apreciação crítica, traduziu Virgílio e Cervantes. Ajudou a salvar a Gramática da Linguagem Portuguesa, de Fernão de Oliveira, primeira gramática da nossa língua, publicada originalmente em 1536, e que ele republicou.
A Biblos, Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa dedicou-lhe recentemente um artigo. Católico esclarecido, prefaciou em 1865 o importante livro de Camilo A Divindade de Jesus, onde o escritor refutava a blasfema Vida de Jesus, da autoria de Renan.
É curioso que tenha dirigido cartas ao redator da Gazeta de Portugal, refutando o que, a respeito da mesma Vida de Jesus, escrevera Pinheiro Chagas. Pronunciou um discurso na Assembleia dos Oradores e Escritores Católicos no Palácio de Cristal, em 1 de Janeiro de 1872.
Era casado com Maria José Carneiro da Grã Magriço que nasceu em 6 de agosto de 1804, da Casa dos Carneiros, na Póvoa de Varzim; Maria José Carneiro da Grã Magriço era descendente do Morgado Pedro Carneiro da Gram da Freguesia de Balazar, Concelho da Póvoa de Varzim, deste casamento não houve filhos.
O seu livro Distracções Métricas está publicado online, por cópia do exemplar da Harvard College Library [4]
Já no final da sua vida, o Visconde de Azevedo foi elevado a Conde de Azevedo.
Referências
- ↑ Jornal do Porto, nr. 296, pág.1 (28 de Dezembro de 1876). «Noticiário» (PDF)
- ↑ Jornal do Porto, nr. 295, pág.1 (27 de Dezembro de 1876). «Noticiário» (PDF)
- ↑ Olhares Fotografia Online. «Palácio dos Condes de Azevedo»
- ↑ Google livros. «"distracções métricas"»
Bibliografia
editar- Manuel Silva, "O senhor d'Azevedo", in Revista Quinzenal "A Póvoa de Varzim", 3º ano, n.os 19/20, 20/08/1914.
- Nobiliário de Famílias de Portugal de Felgueiras Gaio (1750-1831)