Franschhoek
Franschhoek é uma cidade da África do Sul, situada na província de Cabo Ocidental a cerca de 50 quilómetros da Cidade do Cabo.
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História
editarNo século XVII, o governador Simon van der Stel tinha insistido junto da Companhia das Índias Orientais para que lhe fossem fornecidos especialistas em vinhedos e oliveiras com o fim de cultivar as terras ricas em aluviões. A referida companhia aceitou o seu pedido e a 31 de Dezembro de 1687, um primeiro navio transportando refugiados huguenotes de origens francesas deixou os Países Baixos e partiu para a Cidade do Cabo. Esses huguenotes encontravam-se nos Países Baixos devido à revogação do Édito de Nantes por Luís XIV de França. A companhia oferecia-lhes um pecúlio e uma terra para cultivar na África do Sul por cinco anos no mínimo.
Ao fim de uma viagem que durou três meses, durante a qual muitos pereceram, 176 huguenotes desembarcaram na Cidade do Cabo durante o primeiro trimestre de 1688. A 20 de Março de 1688 o navio Berg China transportando mais alguns huguenotes deixou os Países Baixos e partiu para a Cidade do Cabo. Ao todo, perto de 277 huguenotes instalaram-se na então colónia neerlandesa.
O governador Van der Stel tinha-lhes reservado terras no vale de Olifantshoek, rapidamente rebatizado para Franschhoek (literalmente: «o canto dos franceses» em língua africâner), com o fim de os franceses pudessem aí desenvolver a cultura da vinha.
O reverendo Pierre Simond tentou em vão preservar o uso da língua francesa contestando a política de assimilação do governador. . Ele tentou sem sucesso em 1689 que o culto pudesse ser praticado em língua francesa. Uma geração mais tarde, a assimilação foi concluída e não existia nenhum francófono na colónia.
A cultura da vinha desenvolveu-se em Franschhoek e em todo o vale do Drakenstein graças aos esforços dos huguenotes franceses
Segundo o reverendo Bossie Minnaar no artigo L'héritage huguenot, une bonne affaire, p 54 da revista Ulysse n°120, Novembro-Dezembro de 2007 até aos anos 80 " a pequena cidade era inteiramente povoada por pessoas falando a língua africâner, existindo apenas 3 famílias de língua inglesa e um negro".
A partir dos anos 90, numerosas quintas foram recuperadas por fundos de investimento e por pessoas de de origem europeia, especialmente ingleses e franceses. Assim não admira que na actualidade cerca de 11% da população seja anglófona.
Numerosos nomes de família franceses subsistem na região (du Toit, Marais, du Plessis, Malan, Malherbe, Joubert). É por esse motivo que a maior parte das quintas e domínios vitícolas do vale têm nomes de consonância francesa (Chamonix, l'Ormarins, l'Abri).
Desde 2000, Franschhoek faz parte do município de Stellenbosch.
Turismo
editarA uma hora de carro da Cidade do Cabo, Franschhoek é uma localidade africâner calma e próspera que dá aos visitantes a possibilidade de degustar uma vasta gama de vinhos para acompanhar a cozinha francesa refinada e de visitar soberbos domínios vinícolas como o de Boschendal.
O burgo é composto por uma rua principal possuindo o memorial e o museu dedicado aos huguenote (Hugenoot Museum), que recebe cerca de 60 mil visitantes por ano (40% são franceses). O museu é também um centro de pesquisa genealógica. Muito perto fica o velho cemitério que abriga sepulturas de huguenotes e seus descendentes.
Apesar de a língua francesa não ser aí falada, numerosas indicações em língua francesa na cidade chamam a atenção para a influência dos huguenotes, em especial no domínio vinícola.
Bibliografia
editar- Fabienne Pompey, L'héritage huguenot, une bonne affaire, revista Ulysse n°120, Novembro-Dezembroe 2007, p 52-57