Fraternidade Cearense

Fraternidade Cearense é uma loja maçônica do Ceará. Foi a primeira loja regular, tendo sido organizada com registro de 1 de dezembro de 1859 junto ao Grande Oriente do Brasil com numeração de registro 136.[1] Em 1937 foi uma das lojas fundadoras do Grande Oriente do Brasil Ceará. A loja opera pelo Rito Escocês Antigo e Aceito.[2]

Na Planta de Fortaleza de 1888, Adolfo Herbster fez uma marcação no endereço em que até hoje funciona o endereço mais antigo da maçonaria cearense.

Vários intelectuais, políticos e pessoas proeminentes fizeram parte dessa loja tais como Araripe Júnior, João Brígido, João Cordeiro, José Liberato Barroso, Justiniano de Serpa, Manuel Moreira da Rocha, Tomás Pompeu de Sousa Brasil, Nogueira Acioly, Gonçalo de Lagos Fernandes Bastos, Joaquim Mendes da Cruz Guimarães e Dario Telles de Menezes, fundador da Ypióca.[3] Já em 1873 a publicação "Almanak da Província do Ceará" listava membros da loja com o seu grau. Naquele ano, alem do Venerável Antônio Mendes da Cruz Guimarães, os outros membros com 33º Grau eram: João Brígido, José Dias Macieira, e José Liberato Barroso.[3]

Existe outra Loja "Fraternidade Cearense" filiada à Grande Loja Maçônica do Ceará. Essa loja foi criada em 1991 com a numeração de registro 106.[4] Casimiro Ribeiro Brasil Montenegro foi iniciado em 1899 na Fraternidade Cearense[5] foi um dos fundadores, em 1905, e primeiro Venerável da Loja Porangaba nº2, uma das lojas fundadoras da Grande Loja Maçônica do Ceará.[6]

Recorte do jornal "Província do Ceará" de outubro de 1881 que diz: Em observância ao que prescreve a Constituição Maçônica convidase a todos os obreiros do quadrado para comparecerem a loja Freternidade Cearense, as 7 horas da noite do dia 21 do corrente, afim de se proceder a eleição das novas lojas e oficinas que teem de servir no ano futuro. Vale da Fortaleza. 1º de outubro de 1881. J. M. grau 18.
Anúncio no jornal "Província do Ceará" em outubro de 1881 convocando para reunião eletiva em seu templo.[7]

História

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Antes da Fraternidade Cearense, mas sem regularidade com as obediências do Brasil, surgiram algumas lojas: em Aracati no ano de 1833;[8] em Fortaleza a loja "União e Beneficência" foi fundada por José Martiniano de Alencar e Diogo Antônio Feijó, quando da vinda de Alencar para tomar posse no governo do Ceará em 1834.[9] A "regularidade" é uma característica importante das instituições maçônicas. No sentido estrito ao que tange às constituições da obediências. Nesse sentido a Fraternidade é a primeira loja regular na fundação.[10]

Seus membros fora muito influentes e a Loja irradiava novidade. Vários temas sociais foram discutidos por maçons da Fraternidade Cearense e ações sociais importantes foram protagonizadas pelos obreiros dessa loja no Ceará.[11] Durante a Questão Religiosa foi fundado o jornal "Fraternidade" (entre 1873 e 1875) que era redigido por maçons em defesa dos ideais do Liberalismo, notadamente a separação entre Igreja e Estado.[12]

A Fraternidade Cearense foi muito ativa no combate às mazelas da Grande Seca de 1877. Seus membro realizaram vários eventos e noticiaram para os 'irmãos' maçônicos do Brasil que mandaram fundos e donativos diversos para diminuir o sofrimentos da população mais carente.[13] Também foi muito ativa no movimento abolicionista do Brasil. Realizou vários eventos para arrecadação de fundos para pagar alforria de escravos.[14]

A primeira diretoria

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A primeira diretoria da Loja Fraternidade Cearense foi composta dos nomes abaixo, de acordo com apontamentos encontrados por Raimundo B. Aragão[15]:

  • Venerável - José Domingues do Couto
  • 1º Vigilante - Miguel Ayres do Nascimento
  • 2º Vigilante - Tomaz Lourenço de Castro Silva
  • Orador - José Joaquim, Gonçalves de Carvalho
  • Secretário - José Joaquim Antônio Ribeiro
  • Tesoureiro - João Batista Gomes
  • 1º Experto - Francisco José Pacheco de Medeiros
  • 1º Diácono - João Franklin de Lima
  • Cobridor - Manuel Moreira da Rocha
  • Arquiteto - José Dias Macieira

Fontes e referências

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  1. «Lojas maçônicas em Grande Oriente Do Brasil – Ceará (Gob) - Cidade Fortaleza - Guia da Maçonaria de Negócios». www.guiadamaconaria.com.br. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  2. Grande Oriente Unido e Supremo Conselho do Brasil (1873). «Loja da Obediência». Boletim do Grande Oriente Unido e Supremo Conselho do Brazil : Jornal Offical da Maçonaria Brazileira (RJ). Consultado em 2 de janeiro de 2018 
  3. a b GUIMARÃES, Joaquim Mendes da Cruz (1873). «Almanak da Provincia do Ceará : Administrativo, Mercantil e Industrial (CE) - 1873». Almanak da Provincia do Ceará. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  4. «glmecev2». glmecev2. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  5. MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria no Ceará. Fortaleza: Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. 220 páginas 
  6. «www.lojaporangaba.com.br Maçonaria». www.lojaporangaba.com.br Maçonaria. Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  7. Mello, Joaquim (1881). «A GL. DO SUP. ARCH. DO UNR.». Província do Ceará. 224 – via bndigital 
  8. ABREU, Berenice (2009). Intrépidos Romeiros do Progresso: Maçons cearenses no Império. Fortaleza: Museu do Ceará:Secult. 58 páginas 
  9. MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria do Ceará. Fortaleza: Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. 17 páginas 
  10. MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria do Ceará. Fortaleza: Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. 228 páginas 
  11. ABREU, Berenice (2009). Intrépidos Romeiros do Progresso: Maçons cearenses no Império. Fortaleza: Museu do Ceará:Secult. 65 páginas 
  12. ABREU, Berenice (2009). Intrépidos Romeiros do Progresso: Maçons cearenses no Império. Fortaleza: Museu do Ceará:Secult. 93 páginas 
  13. MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria no Ceará. Fortaleza: Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. 27 páginas 
  14. MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria no Ceará. Fortaleza: Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. 32 páginas 
  15. ARAGÃO, Raimundo Batista (1987). Maçonaria no Ceará: raízes e evolução. Fortaleza: Imprensa Oficial do Ceará. 146 páginas 
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