Fraternité2020
Fraternité2020 é uma Iniciativa de Cidadania Europeia lançada em 2010 pela Rede de Cidadãos Europeus. O seu objectivo é promover programas de intercâmbio entre países, tais como o Serviço Voluntário Europeu (SVE) ou o Programa Erasmus, através, entre outros meios, de mais fundos do Orçamento da UE para estes programas. O objectivo desta iniciativa é que, até ao ano 2020, 20% dos europeus tenham passado pelo menos 20 semanas noutro país europeu.
Contexto
editarA mobilidade geográfica na UE é considerada bastante baixa[1]. O sucesso de programas de intercâmbio como o Programa Erasmus pode ser considerado limitado: menos de 1% de todos os estudantes na UE participaram num intercâmbio Erasmus em 2006[2]. Tem-se dito que uma das causas para o Programa Erasmus não ser melhor recebido pelos estudantes em toda a Europa é a falta de apoio financeiro[3]. Outros dados estatísticos que indicam a baixa mobilidade geográfica na UE dizem respeito à percentagem de cidadãos da UE que vivem noutros países de UE. Em 2008, apenas uma média de 2.3% da população total da UE27 eram cidadãos de um outro Estado-membro da UE[4].
Objetivos da Iniciativa
editarA Iniciativa de Cidadania Fraternité2020 tem três objectivos:
- O orçamento da UE disponibilizará anualmente 20 biliões de euros para programas tais como o Programa Erasmus e o SVE, de modo que mais pessoas possam participar nestes programas e receber bolsas maiores.
- O limite de idade máxima para participar no SVE (actualmente 30 anos de idade) será eliminado, de modo que todas as pessoas, independentemente da idade, tenham a possibilidade de participar no programa.
- Implementação de outras medidas necessárias para garantir que, até ao ano 2020, 20% dos europeus tenham passado voluntariamente pelo menos 20 semanas noutro país europeu (com uma língua oficial diferente).
Crítica
editarA natureza desta Iniciativa foi criticada por ser demasiado ampla para uma Iniciativa no âmbito do Artigo 11º do Tratado de Lisboa, que estipula que as Iniciativas só podem ser dirigidas à Comissão Europeia. O terceiro objectivo, em particular, foi considerado demasiado abrangente e refere-se principalmente aos Estados-membros da UE. Isto é alimentado pela secção das Perguntas Frequentes da própria Iniciativa, a qual sugere que se intensifiquem os esforços para ensinar línguas estrangeiras nas escolas públicas – claramente uma competência nacional. Os organizadores desta Iniciativa responderam a esta crítica através do envio da sua Iniciativa igualmente ao Conselho Europeu e ao Parlamento Europeu, dado que ambos têm que concordar com as alterações introduzidas no orçamento da UE, alterações essas previstas no primeiro objectivo da Iniciativa e, em todo o caso, a serem propostas pela Comissão Europeia.
Apoio da Sociedade Civil
editarA Iniciativa procura apoios particularmente entre académicos, cosmopolitas e artistas. Encorajam-se os artistas a lançar propostas novas para uma bandeira e um hino europeus.
Referências
editar- ↑ Bonin, H., W. Eichhorst, C. Florman, M. O. Hansen, L. Skiöld, J. Stuhler, K. Tatsiramos, H. Thomasen, e K. F. Zimmermann. “Geographic mobility in the European Union: Optimising its economic and social benefits.” IZA Research Reports (2008). Disponível em: http://www.iza.org/en/webcontent/publications/reports/report_pdfs/iza_report_19.pdf
- ↑ Statistical Office of the European Communities. The Bologna Process in Higher Education in Europe: Key Indicators on the Social Dimension and Mobility. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, 2009. Disponível em: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-78-09-653/EN/KS-78-09-653-EN.PDF Arquivado em 14 de agosto de 2012, no Wayback Machine.
- ↑ West, A., e E. Barham. “Student mobility, qualifications and academic recognition in the EU.” Assessment in Education: Principles, Policy & Practice 16, no. 1 (2009): 25-37.
- ↑ Vasileva, Katya. “Citizens of European countries account for the majority of the foreign population in EU-27 in 2008.” Eurostat Statistic in Focus, no. 94 (2009). Disponível em: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-SF-09-094/EN/KS-SF-09-094-EN.PDF Arquivado em 22 de junho de 2010, no Wayback Machine.