Fruela II das Astúrias e Leão
Fruela II das Astúrias e Leão,[1] o Leproso (c. 874-925), também designado como Froila, foi Rei das Astúrias, subordinado ao rei de Leão,[2] entre 910 a 924, e Rei de Leão de 924 até a sua morte em 925.
Fruela II das Astúrias e Leão | |
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Rei das Astúrias | |
Reinado | 910 a 924 |
Antecessor(a) | Afonso III das Astúrias |
Sucessor(a) | Ele mesmo (como rei de Leão) |
Rei de Leão | |
Reinado | 924 a 925 |
Predecessor(a) | Ordonho II |
Sucessor(a) | Afonso Froilaz |
Nascimento | 874 |
Morte | 925 (51 anos) |
Casa | Rei das Astúrias e Rei de Leão |
Pai | Afonso III |
Mãe | Jimena Garcês de Pamplona |
Biografia
editarFoi o terceiro filho de Afonso III, o Grande e sua esposa, a rainha Jimena Garcês de Pamplona, por consequência era irmão dos reis Garcia I de Leão e Ordonho II, e tio dos reis Sancho Ordonhes, Afonso V e Ramiro II.
O nome de Fruela II aparece pela primeira vez na documentação do Reino de Leão no ano 886. O relacionamento que Fruela teve com seu irmão mais velho, Garcia I, sempre foi distante e diferente daquele que teve com o seu outro irmão Ordonho II, como vários autores se referem.[3]
Por razões desconhecidas, os filhos de Afonso III revoltaram-se contra o pai corria o ano de 909. Embora ainda criança Garcia I, irmão de Fruela, foi preso e encarcerado no Castelo de Gauzón, passado um ano depois deste acontecimento Afonso III foi forçado a abdicar e a dividir o seu reino pelos filhos.
Assim o Reino de Leão correspondeu ao filho primogénito, o infante Garcia I, o Reino das Astúrias foi atribuído a Fruela, e o Reino da Galiza a Ordonho II da Galiza e Leão, ficando ambos subordinados ao rei de Leão.[2]
Rei das Astúrias (910-924)
editarDurante o reinado de seu irmão, Garcia I , Fruela não foi mencionado em sua documentação e, por sua vez, quando Fruela assumiu o trono de Leão tampouco fez menção de seu irmão Garcia, ao contrário do que aconteceu com suo outro irmão, Ordonho II.
Seu pai, o rei Afonso III, morreu na cidade de Zamora em 20 de dezembro do ano 910, e dois anos depois, no ano 912, a faleceu sua mãe, a rainha Jimena. O rei Fruela estabeleceu a sua corte na cidade de Oviedo, enquanto seu irmão, o rei Garcia I estabeleceu-o na Leão.
No ano 912, o rei Fruela foi com seu irmão Garcia na cidade de Santiago de Compostela, e confirmou, precedendo os filhos de seu irmão, em vários documentos emitidos por o rei Garcia. Em 24 de outubro 912, Fruela fez uma doação de vários lugares e igrejas para a Catedral de Oviedo e confirmou muitos dos privilégios ao templo, que havia sido concedida por seus antecessores. No ano 914 faleceu seu irmão, o rei Garcia, e tendo morrido sem descendencia, o irmão de ambos, Ordonho II, assumiu o trono de Leão, acentuando-se assim, a submissão do rei Fruela ao seu irmão, o rei Ordono, que agora governava todo o território em torno do reino das Astúrias.
Rei de Leão (924-925)
editarApós a morte de seu irmão o rei Ordonho em 924, Fruela ocupou o trono de Leão. Seu reinado durou um ano e alguns meses.
A ausência de conflitos militares durante o seu reinado de quatorze anos nas Astúrias, levou Fruela a desejar uma existência pacífica, embora durante o seu reinado em Leão, os muçulmanos atacaram suas fronteiras,[4] e no ano de 924 lançaram uma expedição contra o reino de Pamplona. Fruela II enviou ajuda ao rei Sancho Garcês I de Pamplona.
O rei Fruela morreu em agosto de 925, possivelmente devido a lepra,[5] e seus restos mortais foram enterrados na Catedral de Leão ao lado de seu irmão Ordonho II.[6]
Matrimónios e descendência
editarCasou antes de 911 com Nunilo de quem teve:
- Afonso Froilaz (m. 932), foi rei de Leão e da Galiza durante um breve lapso de tempo, entre 925 e 926. Em 932, juntamente com seus irmãos Ordonho e Ramiro, e junto com Afonso IV, "o Monge", foi capturado e cegado por ordem de seu primo, o rei Ramiro II de Leão.
Voltou a casar antes de 917 com Urraca, filha de Abedalá ibne Maomé, Uale de Tudela da linhagem dos Banu Cassi tal como é referido no Jamarate Ançabe Alárabe (Yamharat ansāb al-arab; Linhagens árabes) de Abzeme.[7] Depois de viúva, Urraca podeira ter se casado com Ramiro, irmão menor de Fruela.[8] Urraca aparece pela primeira vez em 8 de janeiro de 917 como Urraca regina, acompanhando a seu marido nos diplomas emitidos por este até 925, ano da morte do mesmo. Este segundo casamento produziu dois filhos:
- Ramiro e Ordonho Froilaz. Em 932, junto com Afonso IV de Leão, "o Monge", foram capturados e cegados por ordem de seu primo o rei Ramiro II de Leão. Os restos mortais dos irmãos foram transferidos por ordem de Afonso V de Leão para a Basílica de Santo Isidoro.[9]
Como é afirmado em algumas doações feitas, o rei Fruela teve outros dois filhos, embora não se sabe quem era a mãe de cada filho:
- Fortis, possivelmente o filho menor, confirmou uma doação em 27 de setembro de 924 feita por seu pai ao Mosteiro de Eslonza.[10]
- Eudon[11]
Precedido por: Afonso III |
Rei das Astúrias 910 - 925 |
Sucedido por: Afonso Froilaz (de jure) Afonso IV (de facto) |
Precedido por: Ordonho II |
Rei de Leão 924 - 925 |
Referências
- ↑ História de Portugal, Alexandre Herculano, Tomo I, p. 190 et al; Memorias de literatura portuguesa publicadas pela Academia Real das Ciências de Lisboa (1806) Tomo VII, p. 134, n. 151;Lendas de Portugal: Lendas heróicas. Gentil Marques, 1963, p. 269
- ↑ a b Suárez Fernández 1976, p. 253.
- ↑ García-Osuna y Rodríguez 2008, pp. 25-28.
- ↑ Martínez Díez 2004, p. 263.
- ↑ García-Osuna y Rodríguez & 2008 p.
- ↑ Elorza 1990, p. 50.
- ↑ Lorenzo Jiménez 2010, p. 188.
- ↑ Salazar y Acha 2006, p. 31-32.
- ↑ Arco y Garay 1954, pp. 54, 162 e 165.
- ↑ García Álvarez 1960, p. 208.
- ↑ Risco, Manuel. Historia de la ciudad y corte de León y sus reyes.
Ver também
editarBibliografia
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Fruela II de León», especificamente desta versão.
- Arco y Garay, Ricardo (1954). Sepulcros de la Casa Real de Castilla (em espanhol). [S.l.]: Instituto Jerónimo Zurita. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 11366237
- Elorza, Juan C.; Vaquero, Lourdes; Castilla, Belén; Negro, Marta (1990). El Panteón Real de las Huelgas de Burgos. Los enterramientos de los reyes de León y de Castilla (em espanhol). León: Editorial Evergráficas S.A.; Junta de Castilla y León. Consejería de Cultura y Bienestar Social. ISBN 84-241-9999-5
- García Álvarez, Manuel Rubén (1960). «¿La Reina Velasquita, nieta de Muniadomna Díaz?» (PDF). Revista de Guimarães (em espanhol) (70): 197-230
- García-Osuna y Rodríguez, José María Manuel (2008). «El astur rey de León Fruela II Adefónsiz "El Leproso"». Asociación Cultural "Monte Irago". Argutorio: jornal de la Asociación Cultural "Monte Irago" (em espanhol) (20): 25-28. ISSN 1575-801X
- * Lorenzo Jiménez, Jesús (2010). La dawla de los Banū Qasī: origen, auge y caída de una dinastía muladí en la frontera superior de Al-Ándalus (em espanhol). Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas. ISBN 978-84-00-09164-4
- Martínez Díez, Gonzalo (2004). El Condado de Castilla (711-1038). La historia frente a la leyenda (em espanhol). Valladolid: Junta de Castilla y León. ISBN 84-9718-275-8
- Rodríguez Fernández, Justiniano (1997). Reyes de León (I): García I, Ordoño II, Fruela II y Alfonso IV (em espanhol). [S.l.]: La Olmeda. ISBN 84-920046-8-1
- Salazar y Acha, Jaime de (2006). «Urraca. Un nome egregio en la onomástica altomedieval» (PDF). En la España medieval (1): 29-48. ISSN 0214-3038
- Suárez Fernández, Luis (1976). Historia de España Antigua y media (em espanhol). Madrid: Rialp. ISBN 84-321-1866-4