Fuxico
O fuxico é uma roseta feita de tecido, geralmente retalhos e sobras de tecido, usada como um aplique em bordados, quilt, scrapbooking etc.[1]
É chamado de yo-yo na América do Norte[2] e de Suffolk puff[3] ou Yorkshire Daisy[4] nas Ilhas Britânicas[5]
O fuxico é uma técnica artesanal em que há o reaproveitamento de retalhos de tecido. O retalho é recortado em formato circular e alinhava-se suas extremidades. Ao puxar a linha, forma-se uma trouxinha de tecido, aí está formado o fuxico. Na elaboração desta técnica são normalmente utilizados: tesoura, retalhos de tecidos, agulhas, linhas, um molde de formato redondo. Ele é composto especialmente com a união de várias pequenas trouxas de tecido, as quais, entre-tecidas, constituem flores coloridas. Estas, ao se conectarem, dão um novo visual a confecções, bolsas, tapetes, colares, broches, colchas, entre outros itens.
História
editarNão se sabe realmente quem inventou o fuxico, mas esses apliques são usados nas Filipinas há séculos, uma teoria é que o nome "yo-yo" é devido a sua semelhança com o brinquedo chamado io-iô é um derivado da palavra filipina para "vai-vem" ou "volta".[5]
Na América do Norte, são mais comumente associado às décadas de 1930 e 1940, as colchas de fuxicos daquela época frequentemente imitam padrões de mosaicos hexagonais populares na época; os fuxicos também foram usados para criar colchas pictóricas notáveis, como o Texas Under Six Flags, criado por Leila Chaney em 1936, que apresenta mais de 10.000 fuxicos de seda de tamanhos variados.[5] Outros usavam fuxicos da mesma maneira que os artistas pontilhistas usavam tinta: como pequenos pontos de cor dispostos em padrões para criar uma imagem geral. Os fuxicos foram muito populares nos Estados Unidos durante a Grande Depressão, pois eram uma boa maneira de usar pequenos pedaços de tecido, o que fazia eles serem econômicos. Também são simples de criar e portáteis, outras qualidades úteis.[5] Uma teoria interessante relacionada ao nome deles tem a ver com o brinquedo redondo de madeira com uma corda enrolada no eixo central chamada ioiô, que também teve grande popularidade durante o mesmo período.[5]
No Brasil, a história do fuxico tem início no período colonial. Eles foram criados para que existisse o aproveitamento de sobras de tecidos, que eram artigos de luxo na época. O fuxico sempre esteve associado à comunidades de baixa renda, mas com a introdução de diversas técnicas artesanais na moda e na decoração, ele começou a ser mais valorizado e utilizado.[6] A palavra “fuxico” é de origem africana e significa “remendo”, “alinhavo com agulha e linha”.[7]
O fuxico e a moda
editarO fuxico destaca-se não apenas em meio ao artesanato, ele vem conquistando cada vez mais espaço no universo da moda. Em 2005[8], na São Paulo Fashion Week, o estilista mineiro Renato Loureiro, utilizou essa técnica artesanal para apresentar a versatilidade e o requinte dela em sua coleção outono-inverno. No evento de moda, o fuxico foi incorporado a bordados, a aplicações, formando desenhos detalhados, além de configurar leveza, integrando-se aos tecidos como se fosse parte da trama.
Atualmente, o fuxico mantém seu status presente na moda tanto em acessórios (bolsas, bijuterias) quanto em roupas de uso popular ou de alta costura. Em variadas cores e estampas, pode ser usado apenas em barrados e detalhes ou até mesmo para confeccionar uma peça integramente. O fuxico se tornou uma tendência, marca registrada de criadores da moda, contudo, por ter um baixo custo e ser utilizado de várias formas, é uma opção criativa, acessível para incrementar o vestuário.
Referências
- ↑ Beth Bradley (2009), The Best of Sew Simple Magazine: A Collection of Quick Projects, ISBN 978-1-60140-614-9 (em inglês), Leisure Arts, p. 200
- ↑ Amy Butler (14 de junho de 2016), Amy Butler's Piece Keeping: 20 Stylish Projects that Celebrate Patchwork, ISBN 978-1-4521-3932-6 (em inglês), Chronicle Books LLC, p. 27
- ↑ Country Bumpkin (24 de agosto de 2016), A-Z of Quilting, ISBN 978-1-78126-533-8 (em inglês), Search Press, p. 58
- ↑ Pamela Tubby (1980), Patchwork & appliqué, ISBN 978-0-89673-059-5 (em inglês), Exeter Books, p. 71
- ↑ a b c d e Labry, Suzanne. «The Story of Fabric Yo-Yos» (em inglês). Quilts INC. Consultado em 6 de março de 2020
- ↑ Larissa Pampolha. «Fuxico - Arte Popular Brasileira». Fuchic. Consultado em 25 de Setembro de 2019
- ↑ Roberto Midlej (12 de Dezembro de 2013). «Vestido feito de fuxico narra sua própria história em livro de Viga Gordilho». Jornal CORREIO. Consultado em 25 de Setembro de 2019
- ↑ Camila Marques, Camila (25 de janeiro de 2015). «Folha Online - Ilustrada - Fuxicos dominam desfile de Renato Loureiro na SP Fashion Week - 25/01/2005». Folha Online. Consultado em 27 de abril de 2020