Fyodor Remez
Fyodor Semyonovich (Mikhailovich) Remez (em russo: Феодор Семенович Ремез; São Petesburgo, c. 1878 — Alapayevsk, 18 de julho de 1918) foi um secretário particular e gerente de negócios do grão-duque Sergei Mikhailovich. Ele foi preso junto de Sergei e levado com outros reféns para Alapayevsk, onde foram mortos por bolcheviques em 1918.[1]
| Fyodor Remez | |
|---|---|
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| Nascimento | 1878 São Petersburgo |
| Morte | 18 de julho de 1918 Alapayevsk |
| Sepultamento | Catedral da Santíssima Trindade, Alapayevsk |
| Etnia | russo |
| Ocupação | secretário particular, gerente |
| Religião | Judaísmo |
Em 1981, a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior glorificou os Mártires de Alapayevsk, entre eles Fyodor Remez como novo mártir.[2] Eles são celebrados em 18 de julho, data em que foram executados.[3]
Biografia
editarNascido por volta do ano 1878 em São Petesburgo, cidade aonde ainda possui família,[4] Fyodor Remez era de ascendência judaica. O sobrenome "Remez" teria origem espanhola e foi usado na Rússia por judeus, especialmente na Bielorrússia, lugar onde seus avós residiam antes de emigrarem para a Palestina em 1913.[5] Não são conhecidos fotos de Fyodor Remez, mas seus contemporâneos o descrevem como um homem de cabelos escuros, corpulento e de baixa estatura.[6]
Durante a Revolução Russa de 1917, o grão-duque Sergei Mikhailovich começou a ser perseguido por bolcheviques. Nesse período, ele havia iniciado relações com comissários, momento em que Fyodor Remez começa a atuar como seu secretário particular e gerente de negócios.[4]
Exílio e execução
editarEm 9 de março de 1918, Fyodor Remez foi preso em São Petesburgo junto de Sergei e enviado para Perm Krai, em seguida para Ecaterimburgo. Em 20 de maio eles foram levados para Alapayevsk, onde se juntaram a grã-duquesa Isabel Feodorovna, a freira Bárbara Yakovleva e os irmãos de Sergei: Ioann Konstantinovich, Konstantin Konstantinovich, Igor Konstantinovich e Vladimir Pavlovich Paley.[1] Na tarde de 18 de julho de 1918, eles foram levados para uma floresta fora de Alapayevsk sob a mira de uma arma, golpeados na parte de trás da cabeça e jogados um por um em um poço de mina na floresta.[7]
Fyodor Remez ainda manteve-se vivo após a queda. Tendo reunido suas últimas forças, ele conseguiu rastejar ao longo do trilho que transportava o carvão para a sala de máquinas, lugar onde seu corpo foi encontrado.[8] No entanto, foi também o único atingido pela explosão de granada, fazendo seu corpo ficasse gravemente queimado.[4]
Descoberta dos corpos
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Em 20 de outubro de 1918, o corpo de Fyodor Remez e seus companheiros foram recuperados da mina pelo Exército Branco. Durante vários dias, 8 caixões ficaram na igreja do cemitério de Alapayevsk, quando o saltério eterno foi lido sobre eles e serviços funerários foram prestados, e após a vigília que durou toda a noite eles foram transferidos para a Catedral da Santíssima Trindade, onde o serviço fúnebre aconteceu e foram por fim sepultados.[9][10] Na ocasião, muitas pessoas compareceram e a igreja teria ficado pequena para os moradores da cidade se despedirem. Pela falta de lugares, muitos choravam de pé enquanto outros oravam na rua.[2]
Sobre o corpo de Fyodor Remez, foi relatado que "na região dos músculos do peito [há] um hematoma grave, que se espalhou por toda a cavidade torácica. [Há] uma hemorragia na região da pleura direita. Na região da têmpora direita, na dissecção da pele, uma grande hemorragia [foi encontrada]. Um hematoma se espalhou por toda a região occipital. Sob a dura-máter na região da têmpora esquerda [há] uma hemorragia".[11]
Veneração
editarEle foi glorificado pela Igreja Ortodoxa Russa no Exterior em 1981 como neomártir, juntamente com os demais membros da família Romanov e os servos, mas não oficialmente pela Igreja Ortodoxa Russa.[2]
Em 2018, durante o centenário do martírio dos Romanov, Fyodor Remez foi comemorado na Igreja de Santa Maria Madalena, em Jerusalém, durante uma celebração conduzida pelo hierarca da Igreja Russa no Exterior, Nicolau Olhovski, bispo de Manhattan.[12]
A Igreja Ortodoxa Russa também lembrou os mártires de Alapayevsk durante o centenário de execução. O metropolita Cirilo de Ecaterimburgo presidiu a divina liturgia e se dirigiu ao local da antiga mina em que Fyodor e seus companheiros foram mortos, e que teria se tornado destino de peregrinação.[13]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b «July 18, 2018 – Execution of Grand Duchess Elizabeth Feodorovna and Five Other Romanos» (em inglês). Unofficial Royalty. 17 de julho de 2018. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ a b c «Вел. кн. Сергий Михайлович Романов и Феодор Ремез» (em russo). Svelizaveta. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «60,000 faithful venerated relics of St. Elizabeth the New Martyr in Urals» (em inglês). Orthodox Christianity. 23 de julho de 2018. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ a b c Dubasov, Alexander (25 de dezembro de 2017). «Алапаевские мученики. Сергей Михайлович Романов и Феодор Семенович Ремез» (em russo). Каменская епархия. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «Subject: looking for Fyodor Semyonovich Remez» (em inglês). CDI Russia Weekly. 14 de janeiro de 2000. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «Martyrs of Alapayevsk» (em inglês). Ministry of Culture Russian Federation. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ Mager (1998), p. 331
- ↑ «"There are still many conjectures surrounding the death of Grand Duchess Elizabeth Feodorovna"» (em inglês). Nicholas II. Emperor. Tsar. Saint. 16 de agosto de 2020. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «В ночь на 18 июля 1918 года большевиками было совершено ещё одно преступление» (em russo). tvsher. 18 de julho de 2016. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «Sts Elizabeth, Barbara and the other Alapayevsk Martyrs» (em inglês). Orthodox.cn. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ Lambton, Anthony (1985). «Murder of the Imperial Family - Murder of the Romanovs in Alapayevsk» (em inglês). Alexander Palace. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «100th anniversary of New Martyrs Elizabeth, Barbara celebrated at their relics in Holy Land» (em inglês). Basilica.ro - Agenția de Știri Basilica a Patriarhiei Române. 19 de julho de 2018. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «Borne to God on Angelic Hymns» (em inglês). Orthodox Christianity. Consultado em 22 de julho de 2024
Bibliografia
editar- Mager, Hugo (1998). Elizabeth: Grand Duchess of Russia. Carroll and Graf Publishers. ISBN 0-7867-0678-3