Galinha caipira

galináceo doméstico criado solto em quintais e fazendas

Galinha caipira é o termo usado na culinária brasileira para se referir ao galináceo doméstico criado solto em quintais e fazendas, em contraste com o de criação industrial ou de granja.[1][nota 1] Aparece em receitas tradicionais da culinária mineira e da maioria dos outros estados brasileiros[2] com o nome de “galinha caipira” (Sudeste), “galinha de capoeira” (Norte-Nordeste), "galinha matuta" ou "galinha pé-duro" (Nordeste), "galinha crioula” (Rio Grande do Sul) ou “caneludo”.[nota 2]

Galinha de capoeira com pintos
Galinhas caipiras soltas
 Nota: Se procura pela ave enquanto animal vivo, veja Gallus gallus domesticus.

Relata-se que como os tropeiros comiam apenas carne de sol e farinha durante suas viagens, ao retornar para casa ansiavam por algo diferente. Assim, as famílias preparavam o frango caipira acompanhado de pirão, arroz branco e feijão tropeiro. Outros autores afirmam que a galinha caipira com quiabo e angu, herança indígena, era usada para alimentar escravos.[5]

No livro Um, dois, feijão com arroz: a alimentação no Brasil de norte a sul há a seguinte citação:

A galinha de capoeira é aquela criada em sítios, de forma natural, ou seja, criada em seu habitat natural, sem ter sido submetida a nenhum tratamento para crescimento rápido.[1]

Já no livro Ser tão mineiro, de 1984, há a seguinte narrativa complementar:

No interior todo mundo criava galinhas no quintal. (...) Criadas em terrenos abertos, eram as chamadas galinhas caipiras, que botavam aqueles ovos vermelhos na casca e na gema.[6]

Ver também

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Notas

  1. Em virtude da influência da criação da indústria, tem havido uma tendência a chamar o prato de “frango caipira” em áreas urbanas.
  2. Segundo o Dicionário Aulete, capoeira é “terreno com mato, cuja vegetação anterior foi roçada ou queimada para o cultivo da terra ou para outro fim”.[3] Do tupi ko'puera: ko (roça) + puera (que já foi).[4]

Referências

  1. a b FISBERG, Mauro; WEHBA, Jamal; COZZOLINO, Silvia M. Franciscato (2002). Um, dois, feijão com arroz: a alimentação no Brasil de norte a sul. [S.l.]: Atheneu. 418 páginas. ISBN 8573795336 
  2. BARRETO, Maria Laura; e NETORodrigo Galvani (2001). O ouro de Minas. [S.l.]: Fotoinverso. 94 páginas 
  3. Editores do Aulete (2013). «Verbete capoeira». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 15 de julho de 2017 
  4. CUNHA, Geraldo da (2003). Os estrangeirismos da língua portuguesa: vocabulário histórico-etimológico. [S.l.]: Humanitas, FFLCH/USP. 197 páginas. ISBN 9788575061237 
  5. Guia quatro rodas (2007). Minas Gerais. [S.l.]: Editora Abril 
  6. SILVA, Manoel Crisóstomo; SILVA, Cristiano Siquinelli (1984). Ser tão mineiro. [S.l.]: Edição do Autor 

Ligações externas

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