Gariã
Gariã (em árabe: ريان; romaniz.: Garyan) é uma cidade do noroeste da Líbia, no distrito de Jabal Algarbi. Entre 1963 e 1969, foi capital de uma província (mohafazah) chamada Jabal Algarbi, cujo nome foi alterado em 1969 para Gariã e que continuou a existir até 1983. Em 1983, com a reorganização da Líbia, foi capital de municipalidade (baladia) homônima que existiu entre 1983 e 1995, quando nova reforma foi feita e ela passa a ser capital da municipalidade de Jabal Algarbi. Em 1998, criou-se o distrito (xabia) de Gariã, do qual era capital e em 2001, quando Gariã foi transformado numa municipalidade, continuou com sua capital. Desde 2002, é capital do distrito de Jabal Algarbi.[2]
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Cidade | ||
Vista panorâmica de Gariã | ||
Localização | ||
Gariã na década de 1940 | ||
Localização de Gariã | ||
Coordenadas | 32° 10′ 11″ N, 13° 01′ 00″ L | |
País | Líbia | |
Região | Tripolitânia | |
Distrito | Jabal Algarbi | |
Características geográficas | ||
População total (2012) | 39 062[1] hab. | |
Fuso horário | EET (UTC+2) |
História
editarGariã é uma das maiores cidades das montanhas Ocidentais e serviu como uma das rotas comerciais em direção a Fezã no sul e os montes Nafuça a oeste. Cerca de 1884, o Império Otomano estabeleceu um prefeito e um conselho civil em Gariã.[3] Ela foi o principal centro da colonização italiana da Líbia no começo da década de 1910. Após a Guerra ítalo-turca (1911–12) e a derrota otomana, os locais continuaram a resistir ao avanço italiano, porém Gariã caiu aos italianos em dezembro de 1912. Apesar disso, foi recapturada num contra-ataque em julho de 1913. Mais adiante, ela foi ligada a Trípoli e Mizda. A moagem de farinha, o processo de azeite, a tecelagem de tapetes e a produção cerâmica são suas principais atividades econômicas.[4]
Em 2011, a cidade envolveu-se no movimento de posição a Muamar Gadafi. Inicialmente teve sucesso, mas em 2 de março o governo retomou-a.[5] Em abril os rebeldes conseguiram ocupar várias cidades vizinhas e estabelecer um território na Líbia Ocidental além de Misurata que não mais estava sob controle das forças de Gadafi, mas até final de junho os rebeldes falharam em retomar Gariã.[6] Em 13 de agosto, os rebeldes iniciaram novo conflito pelo controle da cidade, conseguindo capturá-la em dois dias.[7] Em 2014, na subsequente guerra civil que se instalou no país, combates foram travados perto de Gariã.[8]
Educação
editarEm junho de 2017, com a divisão da Universidade da Montanha Ocidental em duas e a subsequente criação das Universidades de Gariã e Zintane, várias universidades locais ficaram sob sua jurisdição: as Faculdades de Medicina Humana, Ciências da Saúde, Ciências, Educação, Direito e Ciência Política, Medicina e Cirurgia Dental, Engenharia, Contabilidade, Artes, Farmácia, Educação Física e Tecnologia da Informação, todas de Gariã; a Faculdade de Artes e Ciências de Mizda; a Faculdade de Educação de Quicla; a Faculdade de Artes e Ciência de Axguiga; a Faculdade de Artes e Ciência de Badre; e as Faculdades de Artes, Ciências e Educação de Assaba.[9]
Referências
- ↑ Estatística 2012.
- ↑ Statoids 1999.
- ↑ Anderson 1984, p. 331.
- ↑ Editores 1998.
- ↑ Aljazeera 2011.
- ↑ Kirkpatrick 2011.
- ↑ Reuters 2011.
- ↑ Cousins 2014.
- ↑ Cousins 2017.
Bibliografia
editar- Anderson, Lisa (1984). «Nineteenth-Century Reform in Ottoman Libya». International Journal of Middle East Studies. 16 (3): 325–348
- Editores (1998). «Gharyān»
- «Battle rages over Libyan oil port». Aljazeera. 2011
- «Libya rebels take Garyan, south of Tripoli-witness». Reuters. 2011
- Cousins, Michel (2014). «Fighting continues near Gharian». Libya Herald
- Cousins, Michel (2017). «Western Mountain University split into two – Gharyan and Zintan universities; new Wirshefana university». Libya Herald
- Estatística (2012). «Libya: largest cities and towns and statistics of their population»
- Kirkpatrick, David D. (2011). «Western Libya Earns a Taste of Freedom as Rebels Loosen Qaddafi's Grip». Roguebã, Líbia: The New York Times
- Statoids (1999). «Districts of Libya»