Geir Nuffer Campos (São José do Calçado, ES,[nota 1] 28 de fevereiro de 1924Niterói, RJ, 8 de maio de 1999) foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro.[2][3][nota 2]

Geir Campos
Geir Campos
Nome completo Geir Nuffer Campos
Nascimento 28 de fevereiro de 1924
São José do Calçado, ES
Morte 8 de maio de 1999 (75 anos)
Niterói, RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Professor universitário, jornalista, tradutor e escritor
Prémios Prémio Olavo Bilac (1957)
Magnum opus Canto Claro & Poemas Anteriores (1957)
Escola/tradição Pós-Modernismo/Geração de 45

Biografia

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Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora. Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes (RJ), parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói (RJ).[4] Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói. Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com Rosa dos Rumos, após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo,[4] e chegaram a publicar vinte volumes de poema e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros; nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, Arquipélago, o seu segundo livro de versos.[4]

Professor ginasial (atual ensino fundamental), no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói.

Professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho (publicado) sobre Tradução e ruído na comunicação teatral, e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre O ato criador na tradução.

Tradutor, começou a publicar em 1953, com uma coletânea de Poemas de Rainer Maria Rilke.

Contista, lançou em 1960 a primeira edição de O Vestíbulo.

Radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva"; para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.[2]

Jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos Jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.[2]

É o autor da letra do hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.[2]

Militante comunista,[5] foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".[2]

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Poesia

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  • Rosa dos rumos (1950)
  • Arquipélago (1952)
  • Coroa de Sonetos (1953)
  • Da Profissão do Poeta (1956)
  • Canto Claro e Poemas Anteriores (1957) (Prêmio "Olavo Bilac" da Prefeitura do Distrito Federal)
  • Operário do Canto (1959)
  • Canto Provisório (1960)
  • Cantigas de Acordar Mulher (1964)
  • Canto ao Homem da ONU (1968)
  • A Meus Filhos (1969)
  • Metanáutica (1970) (Metanáutica: poesia vencedora do II Torneio da Poesia Falada do DDC/RJ)
  • Canto de Peixe e Outros Cantos (1977)
  • Cantos do Rio (roteiro lírico do Rio de Janeiro) (1982)
  • Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada (1983)
  • Em antologias:
  • DOWNES, Leonard Stephen. An introduction to modern brazilian poetry. São Paulo: Clube de Poesia do Brasil, 1954.
  • PROENÇA, M. Cavalcanti. Ritmo e Poesia. Rio de Janeiro: Simões, 1955. (coleção REX) p. 109.
  • BANDEIRA, Manuel. Apresentação da Poesia Brasileira. 3ª edição atualizada. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1957.
  • CAMPOS. Geir et al. Violão de rua; Cadernos do povo brasileiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962. V. 1 e 2.
  • LISBOA, Henriqueta. Antologia poética para a infância e a juventude. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1961.
  • LINS, Álvaro. Jornal de Crítica, 7ª série. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1963. p. 61-67.
  • RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Geir Campos. In: ___. Poesia moderna: antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1967. p. 445-450.
  • BARATA, Manoel Sarmento. Canto Melhor – uma perspectiva da poesia brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.
  • LOANDA, Fernando Ferreira de. Antologia da nova poesia brasileira. Rio de Janeiro: Orfeu, 1970.
  • MILLIET, Sérgio. Diário crítico. Introd. Antonio Candido. 2.ed. São Paulo: Martins: EDUSP, 1981. v.7, p. 345-348, v.9, p. 79-80.
  • JÁNOS, Benihe. Járom és csillag – Latin-amerikai költők antológiája. Budapeste, Hungria: Kosmosz Könyvek, 1984.
  • SAVARY, Olga. Carne viva; 1ª antologia brasileira de poemas eróticos. Rio de Janeiro: Anima, 1984.
  • ALVES, Henrique L. Poetas Contemporâneos. 2 vol. São Paulo: Roswitha Kempf, 1985.
  • NEJAR, Carlos. Antologia da poesia brasileira contemporânea. Seleção, organização e notas de Carlos Nejar. Lisboa: Imprensa Nacional, 1986. Escritores dos Países de Língua Portuguesa, 6. 8°. Prefácio de Eduardo Portella.
  • SAITO, Roberto et al. 100 haicaistas brasileiros. Antologia. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão ; Massao Ohono, 1990.
  • MELLO, Thiago de. Visión de la Poesía Brasileňa. Edición Bilíngue. Trad. Ádan Méndez. Santiago de Chile: Red Internacional del Libro, 1996.
  • RÊGO, Neide Barros. Água Escondida - poesia. Rio de Janeiro: CBAG, 1994.
  • FÉLIX, Moacyr. 41 Poetas do Rio. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1998.
  • RODRIGUES, Claufe & MAIA, Alexandra. 100 anos de Poesia – Um panorama da poesia brasileira no século XX. Rio de Janeiro: O Verso, 2001.
  • BRAGANÇA, Aníbal & SANTOS, Maria Lizete dos [Orgs.]. A Profissão do Poeta & Carta aos Livreiros do Brasil. Niterói: Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, 2002.
  • PEDROSA, Israel [Org.]. Geir Campos – Antologia Poética. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 2003.
  • SEFFRIN, André [Org.]. anos 1950. Seleção e prefácio de André Seffrin - São Paulo: Global, 2007. (Coleção Roteiro da Poesia Brasileira)

Contos

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  • O Vestíbulo (1979)
  • Conto & Vírgula (1982)

Teatro

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Nota: SBAT - Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais

Teatro infantil

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  • O Gato ladrão (1959)
  • A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga (1960)
  • História dos Peixinhos Voadores (parceria com Maria Niedenthal) (1960)

Literatura infanto-juvenil

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  • Qual é a história de hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo [Coord.] (Ilust. Gian Calvi) (1973)

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187).

  • Estórias Pitorescas da História do Brasil (para gente grande e pequena) (1987)
  • Histórias de Anjos (Ilust. Cláudio Duarte) (1991)

Ensaios

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  • Carta aos Livreiros do Brasil (1960) (Menção honrosa da Associação Brasileira do Livro)
  • Rubén Dário, Poeta Participante (1967)
  • O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro (1978)
  • Tradução e Ruído na Comunicação Teatral (1981)
  • Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado. Inédita em livro)(1985)

Referências

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  • Pequeno Dicionário de Arte Poética (1960), 2ª ed. (1965), 3ª ed. revista e aumentada 1978), 4ª ed. revista e aumentada (1989)
  • Como Fazer Tradução (1986)
  • O que é Tradução (1986), 2ª ed. (1987)
  • Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo (1989), Reedição: (1991).

Antologias

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  • Alberto de Oliveira (s/ data)
  • Poesia Alemã Traduzida no Brasil [Org.] (1960)
  • Livro de Ouro da Poesia Alemã (s/ data)
  • No exterior:
  • Versei, Antologia poética. Budapeste, Hungria: Europa Konyo-kiado, 1986.

Traduções

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(Levantamento parcial)

Traduções em que colaborou

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Artigos em revistas especializadas e/ou magazines

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(levantamento parcial)

  • "Poética e Retórica – pontos comuns do vocabulário técnico – as chamadas figuras de palavras", in Revista Brasileira de Poesia, ano VIII, nº 7, vol II, São Paulo, abril de 1956. pp. 27–56.
  • "O Processo de Leitura", in Bloch Comunicação, nº 17, Rio de Janeiro, s/data. pp. 19–22.
  • "A Alma-boa de Setsuan", in: ROCHA, Daniel da Silva e/ al. A tradução da grande obra literária (Depoimentos). São Paulo: Álamo, 1982.
  • "O Ato Criador na Tradução", in Tradução & Comunicação, nº 2, São Paulo, março de 1983. pp. 129–144.
  • "Literalidade e Criatividade na Tradução", in Tradução & Comunicação, nº 7, São Paulo, dezembro de 1985. pp. 9–20.
  • "Traduções de Baudelaire", in Tradução & Comunicação, nº 9, São Paulo, dezembro de 1986. pp. 33–40.

Prefácios e apresentações de livros

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(levantamento parcial)

  • Apresentação de Gargantua, de Rabelais. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Introdução a A gaia ciência, de Nietzsche. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Introdução a Além do bem e do mal, de Nietzsche. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Introdução a O anticristo, de Nietzsche. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Introdução a Crepúsculo dos ídolos, de Nietzsche. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Introdução a Parábolas e fragmentos e Cartas a Milena, de Kafka. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Prefácio a Assim Falava Zaratustra, de Nietzsche. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Prefácio a Redondilhas e sonetos, de Luís de Camões. RJ: Ediouro, s/d.
  • Prefácio a Sátiras, de Horácio. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.
  • Prefácio (com Fernando Jorge) a Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, de Rilke. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d.

Notas e referências

Notas

  1. De acordo com o Guiness Book, São José do Calçado é o município capixaba com maior número de escritores e poetas por metro quadrado[1]
  2. Grande parte das informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir. Estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Referências

  1. Robens Pontes (21 de setembro de 2024). «Geir Campos, do município com mais escritores e poetas por metro quadrado do ES». Consultado em 1 de novembro de 2024 
  2. a b c d e «Livros e autores do Espírito Santo: Geir Campos». Tertúlia. Consultado em 1 de novembro de 2024 
  3. «Geir Campos». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 1 de novembro de 2024 
  4. a b c «Geir Campos». Recanto do poeta. Consultado em 1 de novembro de 2024 
  5. «A militância poética de Geir Campos». Vermelho. 10 de fevereiro de 2011  Texto "https://vermelho.org.br/2011/02/10/a-militancia-poetica-de-geir-campos/" ignorado (ajuda);

Ligações externas

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