A geração Z (abreviado gen-Z) [1](coloquialmente alcunhada em inglês de zoomers,[2][3] centennials e/ou igeneration)[4] é a definição sociológica da geração de pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade da década de 1990 até o início da década de 2010, mais especificamente, de 1997 a 2012 (de acordo com outras fontes, de 1995 a 2010).[5][6][7][8][9] Ou seja, é o perfil geracional sucessor da Geração Y, de 1980 (começo do Echo Boom).[4][10] É a geração que não possui memórias (em razão da pouca idade à época) da virada do Século, Milênio e Década - ocorridas em 1º de Janeiro de 2001, que corresponde ao primeiro dia do Século XXI, do Terceiro Milênio e da Década de 2000. É a geração que corresponde à idealização e nascimento da World Wide Web (criada em 1990 por Tim Berners-Lee) e, na substancial intensificação da criação de aparelhos tecnológicos modernos. É, ademais, uma das gerações nativas digitais, assim como a Geração Y e a Geração Alfa, sendo nativo digital termo cunhado por Marc Prensky, para se referir, como definido pelo autor, às gerações de pessoas nascidas a partir da década de 1980, isto é, às pessoas que nasceram e cresceram com as tecnologias digitais presentes em suas vidas, como videogames, MP3, iPod, etc. [11][12][13]

Os especialistas comumente utilizam os ataques de 11 de setembro de 2001 para delimitar o início dessa geração e o fim da geração millenial. Aqueles que não apenas nasceram nas últimas décadas do milênio passado, mas que também se recordariam desse evento pertenceriam à geração millenial, haja vista tal demarcador histórico ter sido um dos maiores acontecimentos globais que representariam e impactariam a geração do Milênio ao redor do mundo, criando, acima de tudo, uma memória coletiva dos ataques entre os millenials. Os Zoomers (Geração Z), pelo contrário, não viram (ou eram muito novos para entender) a queda das Torres Gêmeas; os nascidos a partir da segunda metade da década de 1990 não sabem o que é o mundo pré-11 de setembro, assim como os millenials não sabem o que é o mundo pré-queda do Muro de Berlim. [14][15][16][17][18]

Muitos membros da geração Z são os filhos da geração X.[19][20]

Sabrina Carpenter é uma das personalidades representativas da geração Z.[21]

Descrição

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As pessoas da Geração Z são conhecidas por serem nativas digitais, muito familiarizadas com a internet, compartilhamento de arquivos, telefonia móvel, não apenas acessando a rede de suas casas, mas também pelo celular, estando assim extremamente conectadas.[10] Suas principais características são: compreensão da tecnologia e abertura social às tecnologias.[22]

 
Um Tablet, um grande lançamento das indústrias de informática e telefonia nos anos 2000.

Alguns especialistas sugerem que, por estarem passando pela Grande Recessão, a primeira grande crise econômica desde a Grande Depressão — porém não maior[23] — e que atinge sobretudo os jovens, as gerações Y e Z passaram a ser dominadas por um sentimento de insatisfação e insegurança quanto à realidade e ao futuro da economia e da política. Esta geração é confrontada com uma diferença de renda cada vez maior em todo o mundo[24] e uma classe média encolhendo, o que tem levado ao aumento dos níveis de estresse nas famílias.[25]

O habitat da Geração Z, assim como o da Geração Y, é o do desemprego e da precariedade.[26] A Geração Z presenciou o surgimento de indivíduos, grupos e movimentos políticos e sociais anti-establishment, resultado do aprofundamento da polarização ideológica na sociedade,[27][28][29][30] através da chamada Ciberpolítica e que atrai uma parcela — ainda que minoria — dessa geração, parcela essa constitutiva a uma "geração bloqueada",[31] segundo o sociólogo João Teixeira Lopes.[27]

Por outro lado, ao contrário de todas as outras gerações anteriores, esta geração é tida como a mais tolerante que já existiu,[32] a mais aberta à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo,[33] e inclusive sendo também a mais favorável à igualdade de gênero.

 
Duas jovens tirando uma selfie em 2016.

O ano de 2020 marca a entrada dessa geração na corrida eleitoral brasileira, com o grupo mais jovem estando entre 18 e 20 anos.[34]

Brasil

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Investigando o contexto brasileiro, as pesquisadoras Milhome e Rowe, da Universidade Federal da Bahia, identificaram os nascidos entre 1992 e 2005, que chegaram a vivenciar no começo de seu período de formação macro o governo Dilma Rousseff seguido de seu impeachment, Governo Temer, Bolsonaro, junto da pandemia de COVID-19, como parte da geração 4.0.[35]

Ver também

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Referências

  1. Cachón, Iñaki Ortega (22 de agosto de 2017). «Tribuna | Una generación que se enfrenta al mundo». Cinco Días (em espanhol). Consultado em 18 de abril de 2018 
  2. «Words We're Watching: 'Zoomer'». Merriam-Webster. Outubro de 2021. Consultado em 25 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2020 
  3. «zoomer». Dictionary.com. Consultado em 14 de junho de 2020. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2021 
  4. a b Zambrana, Carolina Oliveira (2020). Mudanças Curriculares no Ensino Médio na Percepção e Vivência dos Alunos em Colégio Particular de São Paulo (PDF). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) 
  5. «Quais as principais semelhanças e diferenças entre a geração Z e Alpha?». Blog - MyLife Educação Socioemocional. 29 de julho de 2022. Consultado em 1 de março de 2023 
  6. «Conflito de gerações e a arte de ensinar na sociedade contemporânea». Jornal da USP. 7 de julho de 2022. Consultado em 8 de outubro de 2023 
  7. «Gerações X, Y, Z e Alfa: como cada uma se comporta e aprende». BEĨ Educação (em inglês). 9 de março de 2021. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  8. Writter_01. «What generation do I belong to? What are the birth year cutoffs?». Dr. Jean Twenge (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2023. Cópia arquivada em 27 de junho de 2023  Parâmetro desconhecido |deadlink= ignorado (ajuda)
  9. Tracy Francis; Fernanda Hofel (12 de novembro de 2018). «The "True Generation": Generation Z and its impact on companies». McKinsey & Company (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2022 
  10. a b «The Generation Z Connection: Teaching Information Literacy to the Newest Net Generation». Redorbit (em inglês). 19 de fevereiro de 2006. Consultado em 1 de março de 2023 
  11. «Nativos digitais». Sebrae/PR. Consultado em 15 de março de 2023 
  12. «O que são os nativos digitais e o que eles desejam? Entenda aqui». Rock Content. Consultado em 29 de março de 2023 
  13. «O novo perfil de aluno: quem são os nativos digitais?». Blog Flexge. Consultado em 18 de março de 2023 
  14. «Como os ataques de 11 de setembro mudaram o mundo». G1 - Globo. Consultado em 10 de março de 2022 
  15. «As consequências dos atentados de 11 de setembro de 2001 para a economia brasileira». Revista Marília - Unesp. Consultado em 10 de março de 2022 
  16. «September 11 and the millenial generation». American. Consultado em 10 de março de 2022 
  17. «Too young to remember or have lived it, Generation Z reflects on 9/11». Mass live. Consultado em 10 de março de 2022 
  18. «'We don't know life before that': gen z reflects on 9/11, an event they didnt experience». Fox 17 online. Consultado em 10 de março de 2022 
  19. «Who Are the Parents of Gen Z?». Signal Vine. 26 de agosto de 2021. Consultado em 10 de março de 2022. Cópia arquivada em 7 de abril de 2022 
  20. «6 celebridades que são ícones da moda da geração Z». Blog - Vogue - Globo. 7 de outubro de 2022. Consultado em 1 de março de 2023 
  21. «Billie Eilish, Olivia Rodrigo, Sabrina Carpenter e mais: quem são as popstars da geração Z». Blog - Gshow - Globo. 29 de junho de 2024. Consultado em 30 de junho de 2024 
  22. Amiama-Espaillat, Cristina; Mayor-Ruiz, Cristina (2017). «Digital Reading and Reading Competence – The influence in the Z Generation from the Dominican Republic». Comunicar (em espanhol). 25 (52): 105–114. ISSN 1134-3478. doi:10.3916/c52-2017-10 
  23. Crises globais: do ‘crash’ de 1929 à Grande Recessão
  24. «FMI: 'Aumento da desigualdade reduz crescimento econômico'». Consultado em 10 de julho de 2016. Cópia arquivada em 9 de abril de 2016 
  25. Generation Z: Technology and Social Interest
  26. A geração que quer “transformar isto tudo”
  27. a b Condições de vida levam jovens a ingressar na extrema-direita
  28. A Intolerância desavergonhada: por que a nova extrema-direita cresce?
  29. Chance de vitória da extrema esquerda na Grécia mantém Europa em alerta
  30. O que o Brexit ensina ao Brasil: Direita e esquerda não resolverão os nossos problemas
  31. Geração bloqueada
  32. The First Generation Of The Twenty-First Century Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine. (em inglês)
  33. «Tudo o que sua marca precisa saber sobre a Geracao Z». Consultado em 10 de julho de 2016. Cópia arquivada em 16 de julho de 2016 
  34. «A estreia dos candidatos da geração Z». 28 de setembro de 2020. Consultado em 5 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de outubro de 2020 
  35. Milhome, Jaqueline Cavalcante (2022). Gerações Brasileiras (PDF). Uma proposta de classificação e de identificação dos valores pessoais e no trabalho (Tese). Salvador: Universidade Federal da Bahia. p. 67-68. 164 páginas. Consultado em 8 de julho de 2024 

Ligações externas

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Precedido por
Geração Y
Geração Z
1997 - 2010
Sucedido por
Geração Alfa