Gerson Machado
Gerson Machado (Londrina)[1] é um ex-delegado da Polícia Federal brasileiro. É considerado o "marco zero" das investigações que antecederam a Operação Lava Jato.[2]
Gerson Machado | |
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Conhecido(a) por | Atuar como delegado da Polícia Federal investigando o doleiro Alberto Youssef |
Nascimento | Londrina, Paraná |
Nacionalidade | brasileiro |
Foi um dos primeiros delegados da PF a investigar o doleiro Alberto Youssef, sobre o qual, em 2008, abriu um inquérito. Passou a investigar o doleiro a partir da CPI dos Correios, e suspeitava que Youssef continuava a operar às sombras mesmo após delação premiada no caso Banestado.[2]
Na série O Mecanismo da Netflix, um dos principais personagens, o delegado Marco Ruffo,[3] interpretado pelo ator Selton Mello retrata de modo fictício o delegado Gerson Machado.[4]
Em abril de 2018, foi entrevistado por Roberto Cabrini, no programa Conexão Repórter, onde falou de temas relacionados à Lava Jato.[5]
Operação Lava Jato
editarApesar de ser considerado o marco zero para as investigações contra doleiros, segundo Gerson Machado, a Operação Lava Jato só obteve sucesso graças aos trabalhos da força tarefa (policiais e procuradores) e do juíz federal Sergio Moro, e que não guarda ressentimentos de sua antecipada aposentadoria da instituição da Polícia Federal, ainda que à época tenha sofrido de depressão.[2]
Aposentadoria
editarEm 2013 foi retirado da PF, após ser acusado pelo doleiro Youssef de perseguição.[2]
Surgiram pressões contra o delegado por parte do doleiro e do já ex-deputado Janene. Este, após seu envolvimento no Mensalão, afastou-se de licença médica e se aposentou precocemente, evitando seu julgamento pela Comissão de Ética da Câmara.
Sua influência política na região era conhecida e pode ter contribuído para a aposentadoria de Machado. Contrariando o que sempre falou o diretor da polícia Federal na primeira gestão de Lula, delegado Paulo Lacerda – que não houve nomeações políticas na instituição – no norte paranaense dizem que Janene conseguiu nomear amigos. [fonte?]
Machado foi aposentado, compulsoriamente, aos 48 anos, por uma junta médica. Diagnosticaram invalidez para o exercício do cargo. A causa foi uma crise de stress, provocada não só pelo excesso de trabalho, mas, principalmente, pela pressão da parte do doleiro e do ex-deputado José Janene (PP-PR) [fonte?], que faleceu em 2010. Tudo junto causou-lhe profunda depressão, o que afetou também mulher e filhos, relatam os que presenciaram o drama.
Após ser tratado, médicos particulares atestaram que ele tinha condições de retornar ao trabalho aos poucos – inicialmente sem o porte de arma. Não foi o que entendeu a junta médica do Departamento de Polícia Federal (DPF), provavelmente, influenciada por um surto de suicídios – 27 policiais e um agente administrativo, entre 2010 e 2016, segundo informações do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal – SinpecPF.[6]
Referências
- ↑ «O que é verdade e o que é invenção em 'O Mecanismo', a série da Netflix sobre a Lava Jato». BBC. 27 de março de 2018. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ a b c d «O policial 'marco zero' da Lava Jato». Estadão. 4 de julho de 2016. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ Leonardi, Ana Carolina; Fernandez, Sophia (11 de abril de 2018). «O Mecanismo: mapeamos todas as referências que você não percebeu». Super Interessante. Abril. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ «Selton Mello, Caroline Abras e Lee Taylor farão nova série da Netflix». Notícias de TV. 9 de maio de 2017. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ «Gerson Machado revela quem são os inimigos da Lava Jato». Conexão repórter. SBT. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ Auler, Marcelo. «Delação não cumprida que Moro e Deltan mantiveram». Consultado em 24 de abril de 2018