Gioconda Rizzo
Gioconda Rizzo (São Paulo, 18 de abril de 1897 – São Paulo, 22 de março de 2004[1]) foi uma fotógrafa brasileira, e a primeira mulher a abrir um estúdio de fotografia no Brasil.[2][3]
Gioconda Rizzo | |
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Gioconda Rizzo, em 2003, por Maíra Soares.
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Nascimento | 18 de abril de 1897 São Paulo |
Morte | 22 de março de 2004 (106 anos) São Paulo |
Nacionalidade | brasileira |
Progenitores | Pai: Michele Rizzo |
Cônjuge | Onofre Pasqualucci |
Ocupação | Fotógrafa |
Principais trabalhos | Retrato de Yolanda Pereira fotografia da família Da Col - Gattai |
Biografia
editarGioconda nasceu em São Paulo, em 1897. Sua família era de origem italiana; seu pai, Michelle Rizzo era fotógrafo e possuía um estúdio, o Ateliê Rizzo, na Rua Direita, no centro da cidade.[4] A filha começou a fotografar aos quatorze anos, sem que ele soubesse. Michele, contrariado a princípio, logo permitiu que Gioconda trabalhasse no estúdio, fotografando apenas mulheres e crianças.[2]
Gioconda inovou ao fotografar seus retratados enquadrando apenas os ombros e o rosto, em vez do corpo inteiro. Seus retratos faziam sucesso entre as mulheres da alta sociedade paulistana. Também inovou ao retratar as mulheres com véus, ombros à mostra e arranjos de flores, e ao utilizar o flash de magnésio. Em 1914 abriu o próprio estúdio, chamado Photo Femina, ao lado do do pai, no qual se especializou em retratos femininos.[2] O estúdio fechou em 1916, por pressão da sociedade conservadora da época, quando o irmão de Gioconda, Vicente, descobrira que algumas das clientes da fotógrafa eram cortesãs francesas e polonesas.[5][6]
Gioconda voltou a trabalhar no estúdio do pai, fazendo retratos coloridos à óleo. Em 1925 especializou-se na técnica de aplicação do filme fotográfico sobre esmalte e porcelana, para uso em joias, pratos e túmulos. Dentre as personalidades retratadas por Gioconda estavam a primeira Miss Brasil, Zezé Leone (1922), e a Miss Universo, Yolanda Pereira (1931).[7]
Casou-se em 1926, com o comerciante Onofre Pasqualucci (morto em 1935), com quem teve uma filha.[1] Posteriormente abriu o ateliê Gioconda Rizzo e continuou a trabalhar até a década de 1960.[3]
É de sua autoria a fotografia da família da escritora Zélia Gattai que ilustra a edição da Círculo do Livro de sua obra Anarquistas, Graças a Deus, de 1979.[8]
Em 1982 foi "redescoberta" e expôs suas fotos na Fotogaleria Fotótica, em São Paulo.[6]
Morreu em 2004, poucas semanas antes de completar 107 anos de idade.[2] Foi sepultada no Cemitério da Consolação.[1]
Galeria
editarFotos de Gioconda:
Referências
- ↑ a b c «Mortes». Folha de S.Paulo. 22 de março de 2004. Consultado em 22 de novembro de 2018
- ↑ a b c d Cid Costa Neto. «Gioconda Rizzo‚ a primeira fotógrafa brasileira | Grandes Fotógrafas da História». iPhoto Channel. Consultado em 30 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 22 de novembro de 2018
- ↑ a b Schumaher, Maria Aparecida (1 de outubro de 2000). Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a atualidade - Biográfico e ilustrado. [S.l.]: Zahar. ISBN 9788537802151
- ↑ «Rizzo e sua filha Gioconda». Álbum de Retratos
- ↑ «O retrato da ousadia - Portal Photos». Portal Photos. 26 de março de 2004
- ↑ a b «Gioconda Rizzo, 81, expõe suas fotos». Folha de S. Paulo. 12 de abril de 1982. Consultado em 30 de outubro de 2018
- ↑ IBRAHIM, Carla Jacques. As Retratistas de uma época: fotógrafas de São Paulo na primeira metade do século XX. Campinas, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes,2005. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284778. Acesso em 30 de outubro de 2018
- ↑ Institucional. «Anarquistas, graças a Deus». Fundação Casa de Jorge Amado. Consultado em 22 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 23 de novembro de 2018