Go-Kōmyō

imperador do Japão

Go-Kōmyō (後光明? 20 de abril de 163330 de agosto de 1654) foi o 110.º imperador do Japão, na lista tradicional de sucessão.[1] Seu reinado abrangeu os anos de 1643 a 1654.

Go-Kōmyō
Go-Kōmyō
Imperador do Japão
Reinado 14 de novembro de 1643
a 30 de outubro de 1654
Entronamento 2 de dezembro de 1643
Predecessora Meishō
Sucessor Go-Sai
Xogum Tokugawa Iemitsu (1643–51)
Tokugawa Ietsuna (1653–54)
 
Nascimento 20 de abril de 1633
Morte 30 de agosto de 1654 (21 anos)
Nome de nascimento Tsuguhito (紹仁?)
Esposa Niwata Hideko
Descendência Takako
Casa Casa Imperial do Japão
Pai Go-Mizunoo
Mãe Fujiwara no Mitsuko
Religião Xintoísmo

Antes da ascensão ao Trono do Crisântemo, seu nome pessoal (sua imina) era Tsuguhito. Em 14 de novembro de 1643, no 15.º ano do reinado de Meishō, a imperatriz abdicou e a sucessão foi recebida pelo seu meio-irmão mais novo Tsuguhito e logo em seguida, foi proclamado imperador Go-Kōmyō. Go-Kōmyō tinha 11 anos quando ascendeu ao trono.[2]

Meishō tinha vinte e um anos de idade nessa época e abdicou ao trono presumivelmente porque Go-Kōmyō, um sucessor do sexo masculino, havia atingido a idade apropriada para substituí-la. Go-Kōmyō, era o segundo filho de Go-Mizunoo.[3] Sua mãe era Sono Mitsuko que pertencia a um ramo do Clã Fujiwara.[4]

Go-Kōmyō era fascinado pelo estudo de todos os assuntos da arte de governar e preferia o confucionismo ao budismo, não há dúvida de que essa por trás dessa predileção existia a ambição de recuperar a autoridade administrativa do xogum. Go-Kōmyō passava muito tempo envolvido em exercícios de esgrima.[5][6]

Apesar de estar cercado pelos altos sacerdotes dos cinco templos budistas, Go-Kōmyō desprezava o budismo, dizendo que era um ensino inútil para soberanos e senhores feudais, que, como chefes de Estado, deviam adotar algum ensinamento útil. Em sua opinião, o confucionismo era um estudo muito mais necessário para os governantes, mas afirmava que a antiga forma dos chineses abordarem o confucionismo era absoluto demais, e que deveriam organizar uma nova maneira de interpretá-lo, que se deveria fazer um novo começo a partir de seu tempo. Go-Kōmyō também criticou severamente os poemas japoneses, e o famoso antigo romance da corte, Genji Monogatari. Afirmava que nenhum dos grandes imperadores e sábios ministros da antiguidade se importava com a poesia, e que esta servia apenas para corromper a mente do povo em geral, além de gerar imoralidade e que a decadência do poder imperial estava ligada a isso.[7]

Em 1645 o Shōgun Iemitsu foi elevado ao posto de Sadaijin.[2] Em 1649 ocorreu um grande terremoto em Edo.[2] Em 1651 Tokugawa Ietsuna foi nomeado xogum. Em meados desse ano o Imperador Aposentado Go-Mizunoo fez tonsura e se tornou um monge budista, passando o Insei para Meishō.[2] Em 1652 o Nihon Odai Ichiran é publicado pela primeira vez em Quioto, sob o patrocínio do tairo Sakai Tadakatsu, senhor do Domínio de Obama da Província de Wakasa.[2]

Em 1653 um violento incêndio destruiu uma grande parte do palácio imperial e muitos templos que estavam por perto, pouco tempo depois, várias meninas, com idades entre 12-14 anos, ficaram presas por outro incêndio em Quioto.[2] Em 1654 Ingen, um monge budista que viria a ser muito influente, chegou a Nagasaki vindo da China. Sua intenção era implementar uma nova escola budista (Ōbaku) que viesse a desenvolver a prática do Zen budismo no Japão.[2] Em 30 de outubro de 1654 o Go-Kōmyō veio a falecer vitima de varíola.[5] Ele foi enterrado no Sennyū-ji e passou a ser consagrado no mausoléu imperial (misasagi) nomeado Tsukinowa no misasagi, Higashiyama-ku, Quioto. [1] E como não tinha filhos foi Sucedido pelo seu irmão, o futuro imperador Go-Sai.[5]

Referências

  1. a b Agência da Casa Imperial: Go-Kōmyō-tennō (110) (em japonês)
  2. a b c d e f g Klaproth, Julius von (1834). Annales des empereurs du Japon (em francês). [S.l.]: Oriental Translation Fund, p. 412-413 
  3. Lillehoj, Elizabeth (2011). Art and Palace Politics in Early Modern Japan,. 1580s-1680s (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 209. ISBN 9789004211261 
  4. Walthall, Anne (2002). The Human Tradition in Modern Japan (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield, p. 5. ISBN 9780842029124 
  5. a b c Hopkins, Donald R. (2002). The Greatest Killer:. Smallpox in History (em inglês). [S.l.]: University of Chicago Pres, p. 116s. ISBN 9780226351681 
  6. Brinkley, Frank & Kikuchi (1912). A History of the Japanese People From the Earliest Times to the End of the Meiji Era (em inglês). [S.l.]: Library of Alexandria, p. 1017. ISBN 9781465513045 
  7. Takekoshi, Yosaburō (2004). The Economic Aspects of the History of the Civilization of Japan (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis, pp. 8-9. ISBN 9780415323802