Gomes Gonçalves de Manzanedo

Gomes Gonçalves de Manzanedo (em castelhano: Gómez González de Manzanedo; ca. 1120-12 de outubro de 1182[1] foi um rico-homem castelhano, neto do conde Gomes Gonçalves conde de Candespina e descendente dos condes de Castela. Alferes e depois mordomo-mor de Sancho III de Castela, conde graças ao rei Afonso VIII de Castela, também mordomo-mor do Fernando II de Leão e governador da várias tenências, o conde Gomes é o antepassado de duas das linhagens castelhanas mais importantes da Idade Média: os Manrique e os Manzanedo.

Gomes Gonçalves de Manzanedo
Conde em Calahorra
Morte 12 de outubro de 1182
● Milia Peres de Lara
Pai Gonçalo Gomes

Relações familiares

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Seu avô, o conde Gomes Gonçalves, teve tres filhos: umo chamado Diogo que não teve descendência; Rodrigo Gomes, o pai do conde Gonçalo Rodrigues de Bureba; e Gonzalo Gomes. Este último é o que muitos historiadores e genealogistas modernos consideram como o pai de Gomes Gonzalez Manzanedo.[2][3]Gomes teve provavelmente dois irmãos; Pedro Gonçalves, chamado “de Villaescusa”, e Rodrigo Gonçalves de Cevallos que também foi alferes real entre 1160 e 1171.[4] [5]

Biografia

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Mosteiro de Oña beneficiário das doações feitas por Gomes Gonçalves de Manzanedo

Membro da cúria régia, o conde Gomes aparece pela primeira vez nos documentos medievais em 1146 durante o reinado de Sancho III de Castela de quem foi alferes real e depois, entre 1157 e 1158 seu mordomo-mor.[6] Entre 1164 e 1161 substituiu a Fernando Rodrigues de Castro "o Castelhano" como o mordomo de Fernando II de Leão. Figura nos documentos leoneses com o apelido “o Castelhano” para distingui-lo de seu homónimo o conde galego Gomes Gonçalves de Trava.[1] Em 1169, de volta a Castela, recebeu a dignidade condal do rei Afonso  VIII.[7]

Governou várias tenências durante diferentes períodos, algumas por conta própria e outras compartilhadas, incluindo Calahorra, Liébana, La Pernía, Mudá, Cervera,Villafranca, Alba, Piedras Negras, Cereceda (em Burgos), Astúrias de Santillana e Castela a Velha que depois foi governada por seu filho Gil Gomes.[8]Foi também um rico proprietário de terras em vários lugares, especialmente no Valle de Manzanedo que deu o nome a seu linhagem [9]

O conde Gomes faleceu em 12 de outubro de 1182 conforme é registrado no obituario da Catedral de Burgos.[1]

Matrimônio e descendência

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Do matrimônio do conde Gomes com Milia Peres de Lara vêm os Manrique e os Vilalobos. Sua esposa, Milia Pérez de Lara, foi a filha de Pedro Gonçalves de Lara e da condesa Ava. Luis de Salazar e Castro, genealogista espanhol que viveu nos séculos XVII e XVIII, pensaba que ela era a filha de Manrique Perez de Lara, realmente suo irmão. O historiador Gonzalo Martínez Díez tem conseguido esclarecer a verdadeira paternidade de Milia e suas conclusões são aceitas pela maioria dos historiadores e genealogistas modernos.[1][10][11][a]

Assim, de acordó com Martínez Díez, a linhagem dos Manrique não vem de Rodrigo Peres de Molina, filho de Pedro Manrique de Lara, que passou a maior parte de sua vida em Narbona onde aparece na documentação até 1208 e não participou nos eventos dos reinos da Península Ibérica. A confusão é devida à existência de dois homónimos: Rodrigo Peres de Molina, e Rodrigo Manrique, filho de Manrique Gomes de Manzanedo e neto dos condes Gomes Gonçalves Manzanedo e Milia Peres de Lara.

Do casamento de Gomes e Milia nasceram os seguintes filhos:[12]

Estos são os únicos filhos documentados do conde Gomes Gonçalves Manzanedo e Milia Peres de Lara.[c]


[a] ^ Em 1147, na carta de foro concedida a San Juan de Tardajos, aparecem todos os irmãos excepto Rodrigo e Fernando Furtado:Ego comes Malricus, una cum fratribus et sororibus nostris Albar Petriz et Nun Petriz, comitissa domna Elvira, Mari Petriz, Milia Petriz, concedimus et confirmamus. Cfr. Sánchez de Mora (2003), p. 202
[b] ^ Em algumas genealogias, aparece como a esposa de Guilherme VIII de Montpellier, casado com uma Inês, castelhana, embora nao foi esta. Inês aparece na documentação medievais em várias ocasiões, por exemplo: em 1184 no Mosteiro de Santa Maria la Real em Aguilar de Campoo com seu esposo Fernando Roiz Duc vendendo uma herdade no Alfoz de Aguilar; dois anos mais tarde em 1186 outra vez com seu esposo em Santa Cruz de Valcárcel fazendo uma doação a dona Elo e a seu convento; em 1195 com seu filho Rodrigo Fernandes em outra venda da uma parte de sua herdade em Ermidanos; e sua última aparição em 1208, declarando-se filha do conde Gomes e doando uma propriedade em Melgarejo. Tudo isso mostra que era casada com Fernando Roiz e que viveu em Castela.
[c] ^ O historiador Julio González em sua obra sobre Afonso VIII, supone que Gomes e Milia teve uma filha chamada Mafalda (Mahalda) esposa de Pedro Rodrigues de Guzmão, embora não aporta referências.Cfr. Sánchez de Mora (2003), p. 351. Jaime de Salazar y Acha opina que a Mafalda que casou-se com Pedro Rodrigues de Guzmão, pode ser uma filha ilegítima do Guilherme VIII de Montpellier, nascida antes de seus dois matrimônios. Cfr. Salazar y Acha (1990), pp. 224-225.

Referências

Bibliografia

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