Grande Hotel Beira
Arquiteto | |
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Período de construção | |
Abertura |
1955 (68–69 anos) |
Estilo | |
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Estatuto patrimonial | |
Pisos |
3 |
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Coordenadas |
O Grande Hotel Beira foi um hotel de luxo localizado na cidade da Beira, em Moçambique, funcional entre os anos de 1955 e 1963. Após esse período, continuou sendo utilizado durante a década de 1960 como um centro de conferências, bem como sua grande piscina. Durante a Guerra Civil de Moçambique (1977-1992), contudo, tornou-se um campo de refugiados. Atualmente, o antigo hotel está ocupado por cerca de 3.500 pessoas[1] que vivem em condições precárias. O governo considera removê-las eventualmente, mas a situação se arrasta por anos.
História
editarO hotel foi aberto em 1955, então anunciado como o "Orgulho da África", considerado como o maior e mais requintado hotel de todo o continente africano. Contudo, o prédio contava com apenas 3 andares e, segundo o anúncio no Anuário do Turismo de Ultramar (1959-60), possuía 122 quartos. Seus proprietários projetaram a inclusão de um casino, mas não conseguiram garantir a autorização governamental necessária. Apesar de grandes festas e recepções, como o grandioso casamento de Patucha Jardim, filha de Jorge Jardim, um dos secretários de Salazar, acredita-se que o hotel nunca tenha sido rentável, não atraindo as elites tal como se pretendia inicialmente. Assim, o hotel foi fechado já na década de 1960. As salas de conferências e piscina continuaram sendo usadas durante os anos 1960 e mesmo após a independência em 1975. O último evento realizado no hotel foi a festa de Passagem de Ano em 1980-81.
Após a independência, em 1975, sua cave foi usada como célula para manter os presos políticos. Alguns membros da polícia e do exército começaram a usar o terceiro andar, como salas de estar. Depois de 1981, foi retomado pela população em geral. Os novos ocupantes usaram o novo piso de parquet inteiro como combustível. O edifício não tem água corrente ou eletricidade.
Hoje
editarO jornalista Florian Plavec descreve uma visita ao hotel em um artigo de Julho de 2006 no Jornal Kurier da Áustria. Segundo suas contas, praticamente tudo o que tem qualquer valor tem sido saqueados do hotel, incluindo a sua casa de banho em mármore e azulejos, pisos de madeira, pias e banheiras. A antiga piscina serve agora como um coletor de água para lavar roupas, e o bar desta como um mictório. O hotel também tem experimentado danos estruturais, como as árvores continuam a crescer nos terraços e pavimentos que desabam. No seu atual estado de decadência, o hotel foi fotografado pelo fotógrafo Sul-Africano Guy Tillim em sua série "Avenue Patrice Lumumba", em 2007 (publicado pela Prestel Verlag) e aparece ainda no documentário sobre a língua portuguesa chamado Língua - Vidas em Português, lançado em 2001 e dirigido pelo cineasta Victor Lopes.
Documentários
editar- Língua - Vidas em Português (2001) - dirigido por Victor Lopes[2]
- Grande Hotel (2007) - dirigido por Anabela de Saint-Maurice[3]
- Hospedes da Noite (2007) - dirigido por Licinio Azevedo
Galeria
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Antiga cozinha, Bloco D, térreo.
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Abrigo montado no antigo salão de baile do hotel.
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Pessoas a usar a piscina, de água bastante poluída.
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Interior do antigo átrio, Bloco A, térreo.
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Exterior do hotel, de frente ao Bloco B.
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Lixo acumulado na fachada do terraço.
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Pessoas a usar a piscina, de água bastante poluída.
Referências
- ↑ Documentários: É Tudo Verdade[ligação inativa]
- ↑ «Terra: Sinopse de Língua: Vidas em Português». Consultado em 13 de junho de 2010. Arquivado do original em 10 de janeiro de 2010
- ↑ RTP-EPG: Grande Hotel