Grandes Observatórios Astronómicos
A série de Grandes Observatórios Espaciais da NASA, agência espacial norte-americana, consistia em um grupo de quatro grandes observatórios, baseados no espaço. O projeto designa-se, em língua inglesa, por Great Observatories Program.
Cada um dos observatórios tinha ou tem um tamanho e um custo semelhantes e cada um fez uma contribuição substancial à astronomia. Cada telescópio procurou focar uma determinada faixa do espectro eletromagnético, a fim de obter uma análise mais precisa e mais profunda de cada espectro e desta forma melhor entender como o Universo nasceu e como ele se desenvolve.
Assim, por várias ocasiões, um mesmo corpo celeste foi observado por distintos telescópios, obtendo uma visão mais profunda sobre ele.
Telescópio Espacial Hubble
editarO Telescópio Espacial Hubble (Hubble Space Telescope (HST)) foi denominado anteriormente como "Space Telescope (ST)".
Destina-se a observar preferencialmente luz ultravioleta, luz visível e ondas próximas ao infravermelho.
Recebeu um total de 5 visitas de Ônibus Espaciais, a primeira de 12-13 de dezembro de 1993[1] - para correção de falhas do projeto que causavam distorção nas imagens obtidas -, e a última em 11-24 de maio de 2009[2] - onde recebeu nova atualização de equipamentos.
Foi o primeiro telescópio a ser lançado, em 24 de abril de 1990[3].
Observatório de Raios Gama Compton
editarO Observatório de Raios Gama Compton (Compton Gamma Ray Observatory - CGRO) foi denominado anteriormente como "Gamma Ray Observatory (GRO)".
Destinava-se a observar radiação de alta energia, conhecidas como "radiação gama" e podia registrar muitos processos físicos do Universo, tais como; erupções solares, rajadas de raios gama, pulsares, explosões de novas e supernovas, emissão de quasares e interações de raios cósmicos com o meio interstelar.
Foi o segundo telescópio a ser lançado, em 5 de abril de 1991[4]. Compton foi retirado de orbita ao ser lançado à atmosfera da Terra de forma segura em 4 de junho de 2000[4].
Observatório de Raios-X Chandra
editarO Observatório de Raios-X Chandra (Chandra X-ray Observatory - CXO) foi denominado anteriormente como "Advanced X-ray Astronomical Facility (AXAF)".
Destina-se a detectar e observar emissões de radiação de raio-X, buracos-negros, quasares e gases em alta temperatura, ajudando os cientista a entenderem a estrutura e evolução do universo. Devido à absorção dos Raios X pela atmosfera terrestre, o observatório deve orbitar acima dela, em uma altitude de 139.000 km no espaço.
Foi o terceiro telescópio a ser lançado, em 23 de julho de 1999[5].
Telescópio Espacial Spitzer
editarO Telescópio Espacial Spitzer (Spitzer Space Telescope - SST) foi denominado anteriormente como "Space Infra-red Telescope Facility (SIRTF).
Destina-se a observar a radiação infravermelha. Devido à absorção deste tipo de radiação pela atmosfera terrestre, é necessário que ele permaneça fora da atmosfera, permitindo o estudo de partes escondidas dos telescópios terrestres como; o centro das galáxias e formações de novos sistemas planetares.
Para operar corretamente o telescópio precisa ser simultaneamente aquecido e resfriado até poucos graus acima do zero absoluto - 0º K (-459º F ou -273º C). O telescópio foi criado para durar até 2,5 anos mas a fase de resfriamento durou cerca de 5,5 anos, sendo concluída em 15 de maio de 2009[6], dando início à "missão de aquecimento". Spitzer pode continuar operando até o final da década.
Foi o quarto telescópio a ser lançado, em 25 de agosto de 2003[7].
Estado do programa
editarDe todos estes satélites, somente o Compton não está operacional. Um dos seus giroscópios falhou e a NASA optou por lançá-lo contra a atmosfera, de forma segura, em 4 de junho de 2000. A NASA divulgou oficialmente que vai futuramente desativar o Hubble, mas, em maio de 2009, uma missão tripulada do ônibus espacial Atlantis, comandada pelo astronauta Scott Altman, realizou uma manutenção em seus equipamentos e troca de outros que lhe deu uma sobrevida de mais 4 ou 5 anos.
Spitzer era único dos Grandes Observatórios que não foi lançado a bordo de um Ônibus Espacial. Pretendeu-se originalmente utilizá-lo, mas devido ao desastre da Columbia, optou-se por utilizar o foguete Delta II, que o colocou em uma órbita heliocêntrica.
Os sucessores do programa original
editarJames Webb Space Telescope
editarO Telescópio Espacial James Webb (em inglês James Webb Space Telescope, JWST) é um telescópio espacial, com a finalidade de captar radiação infravermelha. O telescópio deverá observar a formação das primeiras galáxias, estrelas e planetas, estudar suas evoluções e ver a produção dos elementos formados pelas estrelas. Foi lançado pelo foguete Ariane 5 a partir da Guiana Francesa em 25 de dezembro de 2021.[8]
Constellation-X
editarConstellation-X é o projeto de um Telescópio Espacial de raios-x operado pela NASA. Ele abre uma nova janela sobre os raios-x para a astrofísica, pois consegue ver muito bem buracos negros super massivos, e em consequência disso, faz filmes da órbita dos buracos negros e talvez além do Horizonte de eventos.
Telescópio Fermi Gamma-ray Space
editarO Fermi Gamma-ray Space Telescope, foi denominado anteriormente como "Gamma-ray Large Area Space Telescope (GLAST)[9].
É um poderoso observatório espacial destinado a observar o comportamento da radiação de alta energia. Fermi permite aos cientistas responder perguntas persistentes sobre uma ampla gama de assuntos, incluindo: sistemas de buracos-negros supermassivos, pulsares, a origem dos raios cósmicos e pesquisa por sinais da "Nova Física".[10]
O telescópio foi lançado em 11 de junho de 2008[11] e após 5 anos em operação entrou na fase estendida da missão. É previsto que complete uma década de observações, finalizando seu funcionamento em 2018.[10]
INTEGRAL
editarO INTErnational Gamma-Ray Astrophysics Laboratory (INTEGRAL) é um telescópio com a finalidade de detectar parte da radiação energética que é emitida no espaço.[12]
É o observatório de raios-gama mais sensível já lançado. O INTEGRAL proporciona uma nova visão dos mais violentos e exóticos objetos do Universo, como buracos-negros, estrelas de nêutrons e supernovas, ajudando também a entender o processo de formação de novos elementos químicos e a misteriosa rajada de raios gama - o fenômeno mais energético do Universo.[13]
O INTEGRAL é uma missão da ESA com a cooperação da Agência Espacial Russa e a NASA.[14] O lançamento ocorreu em 17 de outubro de 2002, no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.[15]
Referências
- ↑ «The Hubble Program - Servicing Missions - SM1». asd.gsfc.nasa.gov. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «The Hubble Program - Servicing Missions - SM3B». asd.gsfc.nasa.gov. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «The Hubble Program - Servicing Missions - Deployment». asd.gsfc.nasa.gov. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ a b «CGRO Science Support Center». heasarc.gsfc.nasa.gov. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «Chandra :: About Chandra». chandra.harvard.edu. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «Mission Overview - NASA Spitzer Space Telescope». Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «Fast Facts - NASA Spitzer Space Telescope». Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «The James Webb Space Telescope». jwst.nasa.gov. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ «NASA - NASA Renames Observatory For Fermi, Reveals Entire Gamma-Ray Sky». www.nasa.gov. Consultado em 22 de julho de 2015
- ↑ a b «About the Fermi Gamma-ray Space Telescope». Consultado em 22 de julho de 2015
- ↑ «NASA - Launch of GLAST Aboard a Delta II Rocket». www.nasa.gov. Consultado em 22 de julho de 2015 line feed character character in
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at position 8 (ajuda) - ↑ «ESA Science & Technology: Summary». sci.esa.int. Consultado em 22 de julho de 2015
- ↑ «ESA Science & Technology: Objectives». sci.esa.int. Consultado em 22 de julho de 2015
- ↑ «ESA Science & Technology: INTEGRAL». sci.esa.int. Consultado em 22 de julho de 2015
- ↑ «Launch vehicle» (em inglês). Agência Espacial Europeia. 28 de maio de 2008. Consultado em 9 de março de 2017