A guerra de espadas (também conhecida de luta de espadas) é uma tradição popular do Nordeste brasileiro, que ocorre durantes as festas juninas nas cidades do Recôncavo Baiano como Cruz das Almas, Muritiba, Governador Mangabeira, dentre outras da região e na cidade de Estância, no estado do Sergipe.[1] A guerra acontece em ruas abertas das cidades, onde os espadeiros atiram espadas e busca-pés em meio aos outros. A tradição é centenária e apesar da ausência de registros oficiais existe desde a fundação do município, segundo relatos dos moradores locais.[2]

Em 2011, a Vara Criminal de Cruz das Almas proibiu a guerra de espadas na cidade após ação pública do Ministério Público da Bahia solicitando a proibição.[3] Em 2019, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luíz Fux proibiu a guerra de espadas na cidade de Senhor do Bonfim.[4]

Fabricação das espadas

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As espadas e busca-pés são fabricadas com taboca, uma espécie de bambu nativo do Brasil.[1] Dentro das tabocas, são misturados pólvora negra, limalha de ferro e selados com barro: as espadas apenas soltam fagulhas, já os busca-pés explodem no final. A fabricação destes fogos de artifício geralmente é feita pelos próprios espadeiros de maneira artesanal em barracões e depósitos improvisados espalhados pela cidade. Alguns espadeiros chegam a fabricar entre 1,5 mil espadas e 4 mil buscapés.[1][5]

Apesar de toda a tradição por trás da guerra de espadas, o Ministério Público da Bahia reforça que a atividade é ilegal e passível de prisão. O artigo 16 da lei nº 10.826/03 considera que a posse, fabrico e detenção de artefatos explosivos e incendiários sem autorização ou em desacordo com a lei pode ser punido com prisão de três a seis anos e multa.[6]

Referências

  1. a b c Carvalho, Moacir (2009). «Brincando com fogo: Origem e transformações da guerra de espadas em Cruz das Almas» (PDF). Consultado em 19 de outubro de 2020 
  2. da Silva Oliveira, Adriana (2010). Identidade espadeira: A construção de um adjetivo cultural e social. Queima de espadas da cidade de Cruz das Almas - Bahia 1980-1990. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. pp. 1–8 
  3. hugoalex (11 de junho de 2019). «Proibição de Guerra de Espadas é mantida por recomendação do MP; suspensão chega ao 3º ano em Sr. do Bonfim». Portal SóAgitos. Consultado em 19 de outubro de 2020 
  4. Estado', 'Agência (20 de junho de 2019). «Fux proíbe Guerra de Espadas em Senhor do Bonfim». Acervo. Consultado em 19 de outubro de 2020 
  5. «Globo Reporter - Rede Globo». globoreporter.globo.com. Consultado em 19 de outubro de 2020 
  6. Arnaldo Cezarinho, Filipe (2018). «A GUERRA DE ESPADAS EM CRUZ DAS ALMAS (BA) - (1980-2016)» (PDF). UNICENTRO. Consultado em 19 de outubro de 2020 
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