Guy Debord
Guy Debord (Paris, 28 de dezembro de 1931 – 30 de novembro de 1994) foi um escritor marxista francês e um dos pensadores da Internacional Situacionista e da Internacional Letrista. Seus textos foram uma das inspirações para as manifestações do Maio de 68, especialmente a retorno que propunha à última das teses sobre Feuerbach de Karl Marx, de modo que Debord percebe a filosofia como: "Aquilo que Marx atribuiu automaticamente ao proletariado, os Situacionistas associam a isso o ato de ir além e realizar a arte".[1]
Guy Debord | |
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Nascimento | Guy-Ernest Debord 28 de dezembro de 1931 Paris, França |
Morte | 30 de novembro de 1994 (62 anos) Bellevue-la-Montagne |
Cidadania | França |
Cônjuge | Alice Becker-Ho |
Alma mater | |
Ocupação | Cineasta, Escritor, e Teórico Libertário. |
Escola/tradição | Situacionismo |
Principais interesses | Sociedade do Espetáculo, Economia, Filosofia, Educação, Política, Anarquismo, Marxismo. |
Movimento estético | Internacional Situacionista, Letterist International |
Causa da morte | perfuração por arma de fogo |
Assinatura | |
A Sociedade do Espetáculo é o trabalho mais conhecido de Guy Debord. Em termos gerais, as teorias de Debord atribuem a debilidade espiritual, tanto das esferas públicas quanto da privada, a forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização decorrente do final da Segunda Grande Guerra.
Ele faz a crítica, como duas faces da mesma problemática, tanto ao espetáculo de mercado do ocidente capitalista (o espetacular difuso) quanto o espetáculo de estado do bloco socialista (o espetacular concentrado).
O que vemos é tentativa de mudanças no pensamento em relação a produção cultural vigente, ressaltou que é um ato de coragem executar um evento deste porte, mas vem em tempo oportuno, pois mudança similar a esta só foi vista há quinhentos anos no período renascentista com invenção da imprensa. Em tempos que a pesquisa ganhou um aliado forte com a internet, com apenas um clique podemos acessar os melhores acervos bibliográficos. Também ajuda a pensar como as redes sociais estão alterando a sensibilidade das pessoas, favorecendo a emergência de valores anticivilizatórios, explorados pela nova direita.[2]
No entanto, Guy Ernest Debord não é apenas um competente leitor de Marx. Em sua obra podemos encontrar também referências outras como Mikhail Bakunin ou Sigmund Freud. Sua obra A sociedade do Espetáculo é o resultado de uma série de debates e leituras acerca dos conceitos desenvolvidos por Marx. Debate este que tem recebido contribuições enriquecedoras de diversas pessoas e de diversas ações. Pessoas como Anselm Jappe e Robert Kurz.
O ponto central de sua teoria é que a alienação é mais do que uma descrição de emoções ou um aspecto psicológico individual. É a consequência do modo capitalista de organização social que assume novas formas e conteúdos em seu processo dialética de separação e reificação da vida humana. Como uma constituição moderna da luta de classes, o espetáculo é uma forma de dominação da burguesia sobre o proletariado e do espetáculo, sua lógica e sua história, sobre todos os membros da sociedade.
Ao desenvolver sua ideia da sociedade do espetáculo, retoma e aprofunda o conceito de Marx do fetiche de mercadorias.[3]
Debord constrói algumas estratégias que buscam resistir à alienação, como o (contra) cinema, os textos teóricos e a sua epistolografia, através da supressão ou derivação da realidade espetacular, destruindo os valores burgueses tal como a submissão ao mundo do trabalho. Em 30 de novembro de 1994, Guy Debord tirou a própria vida.[4]
Ver também
editar- Maio de 68 Francês
- Internacional Situacionista
- Teoria da deriva
- La Société du Spectacle
- Fetichismo da mercadoria
- Theodor W. Adorno, autor da Escola de Frankfurt que analisa o conceito de fetiche de mercadoria na música e no cinema.
Referências
- ↑ «Le prolétariat doit réaliser l'art » éditions Arthème Fayard (1997) ed. Internationale situationniste (em francês) (1). Junho de 1958: 8
- ↑ Di Carlo, Josnei. «Matrix bolsonarista para a acumulação sádica do capital». Boletim Lua Nova
- ↑ DEBORD: ESPETÁCULO, FETICHISMO E ABSTRATIFICAÇÃO. Viana, Nildo. Revista Panorama, nº I, Agosto de 2011. edição on-line. Universidade Federal de Goiás. Acessível em: http://seer.ucg.br/index.php/panorama/article/viewFile/1601/1008 Arquivado em 27 de julho de 2016, no Wayback Machine. Visitado em: Sáb Out 10 00:37:13 BRT 2015.
- ↑ Galhardo, Davi (3 de abril de 2018). «DÉTOURNEMENT E COMUNICAÇÃO HISTÓRICA: O (CONTRA) CINEMA DE GUY DEBORD». Polymatheia - Revista de Filosofia. 10 (17). ISSN 1984-9575
Ligações externas
editar- O Wikiquote possui citações de ou sobre: Guy Debord
- O Wikisource possui fontes primárias relacionadas com Guy Debord
- O declínio e queda da economia espetacular-mercantil, de Guy Debord.
- Introdução à Obra Cinematográfica Completa de Guy Debord
- Arquivos de Guy Debord no portal Marxists.org
- "A Sociedade do Espetáculo" em português no ebooksbrasil.org
- Que as ideias voltem a ser perigosas