Haçane ibne Cataba

 Nota: Para outros significados, veja Haçane.

Haçane ibne Cataba ibne Xabibe Altai (Al-Hasan ibn Qahtaba ibn Shabib al-Ta'i - lit. "Haçane, filho de Cataba, filho de Xabibe Altai"; 713 - 797) foi um militar sênior do início do Califado Abássida.

Haçane ibne Cataba ibne Xabibe Altai
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Progenitores Pai: Cataba
Ocupação General
Religião Islamismo

História

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Dinar de ouro de Almançor (r. 754–775)
 
Dirrã de Almadi (r. 775–785)

Foi o filho de Cataba ibne Xabibe Altai, que junto com Abu Muslim Coraçani liderou a Revolução Abássida que derrubou o Califado Omíada. Junto com seu irmão Humaide ibne Cataca, Haçane foi ativo na causa abássida em Coração durante os anos antes da revolução, servindo como um vice-nácibe.[1] Durante a revolução em si, junto com seu pai, foi um dos principais comandantes na campanha que trouxe os exércitos abássidas de Coração ao Iraque; ele tomou parte na perseguição de Nácer ibne Saiar e a vitória de Nemavande, e apesar da morte de seu pai contra o governador omíada Iázide ibne Omar Alfazari, Haçane liderou um exército de Coração em Cufa.[2][3]

Após a revolução, Haçane serviu o futuro califa Almançor (r. 754-775) como vice-governador na Armênia, que ajudou a pacificar, e ficou ao lado de Almançor contra a rebelião de Abedalá ibne Ali na Síria em 754.[4] Depois disso, foi ocasionalmente nomeado para a fronteira com o Império Bizantino, onde liderou os raides de verão na Ásia Menor em 766, 779 e 780.[1] Provavelmente também pode ser identificado como o Muquésia (Μουχεσίας) das fontes bizantinas, o que indica que uma das ordens do califa Almadi (r. 775–785) foi seu envolvimento em perseguições e conversões forçadas de cristãos na Síria.[5]

Embora distinguido como um membro do seleto ahl al-bayt, a elite coraçane do regime abássida, e muito rico — como muitos comandantes abássidas, recebeu porções da recém-construída capital, Bagdá, como uma concessão — Haçane desempenhou quase nenhum papel político na corte. Morreu em 797 com 84 anos.[3] Seus filhos, Maomé, Ali e Saíde, também ocuparam cargos de governador em várias províncias. Na Quarta Fitna, eles permaneceram com Alamim (r. 809–813) contra Almamune (r. 813–833).[1] Tal como muitas das antigas famílias abássidas, eles perderam poder, embora não sua riqueza, após o triunfo de al-Ma'mun na guerra civil.[6]

Referências

  1. a b c Crone 1980, p. 188.
  2. Zarrinkub 1999, p. 54–55.
  3. a b Kennedy 1986, p. 79.
  4. Kennedy 1986, p. 79.
  5. Winkelmann 2000, p. 120.
  6. Kennedy 1986, p. 80.

Bibliografia

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  • Crone, Patricia (1980). Slaves on horses: the evolution of the Islamic polity. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52940-9 
  • Kennedy, Hugh (1986). The Early Abbasid Caliphate: A Political History. [S.l.]: Taylor & Francis. ISBN 0-7099-3115-8 
  • Winkelmann, Friedhelm; Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Pratsch, Thomas; Rochow, Ilse (2000). «al-Ḥasan ibn Qaḥṭaba (#2542)». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 2. Band: Georgios (#2183) – Leon (#4270) (em alemão). Berlim e Nova Iorque: Walter de Gruyter 
  • Zarrinkub, Abd al-Husain (1999). «The Arab conquest of Iran and its aftermath». In: Frye, R. N.; Fisher, William Bayne; Gershevitch, Ilya; et al. The Cambridge History of Iran, Volume 4: From the Arab Invasion to the Saljuqs. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20093-8