Hadendoas
Hadendoa (ou Hadendowa) é uma subdivisão nômade dos bejas, conhecida por seu apoio à Guerra Madista durante as décadas de 1880 a 1890.[1] A área historicamente habitada pelos Hadendoa é hoje parte do Sudão, Egito e Eritreia.
Hadendoa | |||
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Mulher Hadendoa (1912) | |||
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Beja |
Etimologia
editarDe acordo com Roper (1930), o nome Haɖanɖiwa é composto por haɖa, que significa "leão" e (n)ɖiwa, que significa "clã". Outras variantes são Haɖai ɖiwa, Hanɖiwa e Haɖaat'ar (filhos da leoa).[2]
Idioma
editarHistória
editarOs Beja-do-sul faziam parte do reino cristão de Axum durante os séculos VI a XIV. No século XV, a Islamização da região do Sudão derrubou Axum e, embora os bejas nunca tenham sido inteiramente convertidos, foram absorvidos pelo Islã através de casamentos e contratos comerciais. No século XVII, alguns dos Beja expandiram-se para o sul, conquistando melhores pastagens. Estes se tornaram os Hadendoa, que no século XVIII eram o povo dominante do leste do Sudão, e sempre em guerra com a tribo dos Bixarins.[3]
Uma extensa pesquisa antropológica foi feita sobre as tribos egípcias no final de 1800 e um número de crânios de pessoas da tribo Hadendoa foram levados para o Royal College of Surgeons para serem medidos e estudados[5][6]
Os Hadendoa eram tradicionalmente um povo pastoreiro, governado por um chefe hereditário, chamado Ma'ahes. Um dos chefes mais conhecidos era um general Madista chamado Osman Digna. Ele liderou-os nas batalhas, de 1883 a 1898, contra o Sudão Anglo-Egípcio. Lutaram contra a infantaria britânica em muitas batalhas, como na Batalha de Tamai em 1884 e na Batalha de Tofrek em 1885 e ganharam reputação por sua selvageria. Após a reconquista do Sudão Anglo-Egípcio (1896–1898), os Hadendoa aceitaram a nova liderança sem questionar.[7]
Na Segunda Guerra Mundial, os Hadendoa se aliaram aos britânicos contra os italianos que, por sua vez, eram apoiados pela tribo Beni-Amer.
Na cultura popular
editarSeu estilo de cabelo ganhou o nome de Fuzzy-Wuzzy entre as tropas britânicas durante a Guerra Madista, após a guerra, Rudyard Kipling escreveu o poema com o mesmo nome.[8]
Referências
editar- ↑ Martin, Hugh (1899) Kassala: An Historical Sketch in The United Service Magazine. London: William Clowes & Son. 1899. pp. 58–
- ↑ Roper, E. M. (1928). Tu Bedawie: an elementary handbook for the use of Sudan government officials. [S.l.]: Hertford: Stephen Austin and Sons, Ltd. Consultado em 25 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 12 de julho de 2017
- ↑ a b Burckhardt, John Lewis (1819). Travels in Nubia: by the late John Lewis Burckhardt. [S.l.]: Association for Promoting the Discovery of the Interior Parts of Africa. Consultado em 24 novembro de 2016
- ↑ Jenkins, Dr. Orville Boyd. «Profile of the Beja People of Sudan, Eritrea and Egypt». strategyleader.org. Consultado em 7 de julho de 2018
- ↑ The Journal of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland. [S.l.]: Royal Anthropological Institute. p. 607
- ↑ Foole, Reginald Stuart (1887). «The Egyptian Classification». The Journal of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland. 16: 370–379. Consultado em 10 de dezembro de 2016
- ↑ F.R. Wingate, "The True Story of Osman Dinga", The Graphic.
- ↑ «A Man of Permanent Contradictions»