Hidarnes I
Hidarnes I (em grego: Ιδάρνης; romaniz.: Hydárnēs; em persa antigo: 𐎻𐎡𐎭𐎼𐎴; romaniz.: Vidṛna), foi um oficial militar do Império Aquemênida, ativo no século VI a.C. durante o reinado do xainxá Dario I (r. 522–486 a.C.). Compunha o grupo chamado de Sete Persas que derrubou o usurpador Esmérdis e manteve-se ativo nas campanhas de Dario para reafirmar sua posição como rei.
Hidarnes I | |
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Sátrapa da Armênia | |
Reinado | século VI a.C. |
Antecessor(a) | Tigranes (?) |
Sucessor(a) | Hidarnes II |
Sátrapa da Média | |
Predecessor(a) | Desconhecido |
Sucessor(a) | Hidarnes II |
Nascimento | século VI a.C. |
Descendência | |
Dinastia | hidárnida |
Pai | Bagabigna |
Nome
editarHidarnes (Hydárnēs) é a transliteração grega do persa antigo Vidṛna, que por sua vez se relaciona ao elamita Mitarna, Miturna, ao babilônico Úmidārnaʾ e Ú(ʾ)dārna-ʾ, ao lício Widrñna- e talvez ao aramaico Wdrn. Em grego, o nome ainda foi registrado como Idérnēs e Idárnēs, e em latim como Idarnes. No que diz respeito à etimologia desse antropônimo, ainda há debates a respeito de seu significado. L. Isebaert, por exemplo, propôs que significaria "aquele que está perfurando o culpado".[1]
Vida
editarDe acordo com a Inscrição de Beistum de Dario I (r. 522–486 a.C.), Hidarnes era filho do nobre Bagabigna.[2] Alega-se que tivesse origem bactriana.[3] Era amigo íntimo de Aspatines, que o convenceu a se juntar à conspiração dos Sete Persas (Intafrenes, Otanes, Gobrias, Megabizo, Ardumanis [Aspatines] e Dario) que pretendia derrubar o usurpador Esmérdis (r. 522 a.C.).[2] No reinado de Dario, serviu como vassalo fiel e comandante do exército. Quando eclodiram revoltas contra a autoridade do xainxá, Hidarnes foi designado para lidar com a revolta instigada por Fraortes na Média,[1] enquanto Dario lidava com a revolta de Vaiasdata em Pérsis. Jona Lendering sugeriu que Dario já estava ciente da possibilidade de Vaiasdata se rebelar e enviou Hidarnes à Média em outubro, o que lhe deu tempo de controlar os passos montanhosos e impediu que os revoltosos entrassem em contato.[4]
Hidarnes conseguiu vencer os rebeldes da Média na Batalha de Maru (30 quilômetros ao sul de Iazde) de 12 de janeiro (27 de Anamaca) de 521 a.C., que terminou com 3 827 mortos e 4 329 capturados, mas seu sucesso parece ter sido menor do que alegado na inscrição de Beistum, pois Hidarnes decidiu aguardar a chegada de Dario em Campanda (60 quilômetros a sudoeste de Iazde), de onde suas forças conjuntas continuaram a campanha. Em 1 de setembro, por sua vez, Hidarnes foi enviado à Babilônia, onde reprimiu a revolta de Arca em 27 de novembro e empalou o conspirador e os nobres que o apoiaram.[5]
Por seus resultados, foi recompensado como a posição de sátrapa da Armênia, que tornar-se-ia uma província semi-hereditária de seus descendentes;[1] Orontes I (m. 344 a.C.), o ancestral da dinastia orôntida, era descendente de Hidarnes.[6] De acordo com alguns tabletes de Persépolis, Hidarnes também serviu como sátrapa da Média sob Dario.[7] Hidarnes deixou ao menos dois filhos: Hidarnes II, que o sucedeu como sátrapa; e Sisâmnes, que serviu como comandante sob o xainxá Xerxes I (r. 486–465 a.C.).[2]
Referências
- ↑ a b c Schmitt 2004, p. 588-590.
- ↑ a b c Shahbazi 1994, p. 41–50.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 287.
- ↑ Lendering 1996.
- ↑ Briant 2002, p. 117 e 123.
- ↑ Boyce & Grenet 1991, p. 310–311.
- ↑ Briant 2002, p. 136.
Bibliografia
editar- Boyce, Mary; Grenet, Frantz (1991). Beck, Roger, ed. A History of Zoroastrianism, Zoroastrianism under Macedonian and Roman Rule. Leida: Brill. ISBN 978-9004293915
- Briant, Pierre (2002). From Cyrus to Alexander: A History of the Persian Empire. Ann Arbor, Michigan: Eisenbrauns. ISBN 978-1575060316
- Lendering, Jona (1996). «Hydarnes (1)». Livius
- Schmitt, Rüdiger (2004). «Hydarnes». In: Yarshater, Ehsan. Encyclopædia Iranica Vol. XII, Fasc. 6. Nova Iorque: Encyclopædia Iranica Foundation
- Shahbazi, Shapur (1994). «Darius I the Great». In: Yarshater, Ehsan. Encyclopædia Iranica Vol. VII. Nova Iorque: Encyclopædia Iranica Foundation
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press