Hiram Abiff

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Hiram Abiff é uma figura alegórica mencionada no ritual maçônico, que é figurado como mestre de construção do templo do Rei Salomão.

Representação de Hiram Abif, desenho de Pierre Méjanel

Hiram na Bíblia

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O nome Hiram Abiff não consta na Bíblia, mas existem referências a pessoas chamadas Hiram que são:

Nome de origem hebraica, posto os dois Hiram referidos na Bíblia proviessem do Líbano. Temos Hiram ou Hirão rei de Tiro e Hiram Abiff, o artífice que esse Rei enviara a Salomão para o embelezamento do Grande Templo. Hiram, o arquiteto, era filho de uma mulher da tribo de Dan e de um homem tírio chamado Ur, que significa "forjador de ferro", consoante o relato bíblico em II Crônicas, 10; ou filho de uma viúva da tribo de Naftali consoante refere Reis I, 7:13. O nome Hiram pode ser traduzido como "Vida Elevada". A lenda apresenta Hirão-Abi como salvador maçônico, e apregoa um rito de morte e ressurreição do seu salvador. Na lenda, Hirão-Abi é abordado três vezes para revelar o segredo de um Mestre Maçom, no projeto do Templo, senão perderá sua vida. Por duas vezes Hirão-Abi recusa com a frase: "Perco minha vida, mas não revelo os segredos", e por essa recusa é ferido. Na terceira vez, negando novamente os segredos a um terceiro enviado para obtê-los, Hirão-Abi é morto. No dia seguinte, Salomão envia um grupo para investigar e descobrir a respeito de Hirão-Abi. Seu corpo é encontrado embaixo de um pé de acácias.

Finalmente, então, meus irmãos, imitemos nosso Grande Mestre, Hirão-Abi, em sua conduta virtuosa, sua piedade genuína a Deus, em sua inflexível fidelidade ao que lhe está confiado, para que, como ele, possamos receber o severo tirano, a Morte, e recebê-lo como um gentil mensageiro enviado por nosso Supremo Grande Mestre, para nos transportar desta imperfeita para perfeita, gloriosa e celestial Loja lá em cima, em que o Supremo Arquiteto do Universo preside.[4]

Lynn Perkins escreve:

Portanto, a Maçonaria ensina que a redenção e salvação são ambos o poder e a responsabilidade do maçom individual. Salvadores como Hirão-Abi podem mostrar o caminho, mas os homens precisam sempre seguir e demonstrar, cada um por si, seu poder de salvarem-se a si mesmos.[5]

Albert Mackey esclarece que a história de Hiram visa

...ensinar a imortalidade da alma. Esse, ainda, é o principal propósito do terceiro grau da Maçonaria. Esse é o escopo e objetivo do seu ritual. O Mestre Maçom representa o homem em suas três fases - infância, adulta e velhice -, que são tão fugidias quanto as sombras, porém ressuscitado do túmulo da iniquidade, e despertado para uma outra e melhor existência. Por sua lenda e por todo seu ritual, é implícito que fomos redimidos da morte do pecado... O Mestre Maçom representa um homem salvo do túmulo da iniquidade, e ressuscitado para a fé da salvação.[6]

Fontes Bíblicas e a Lenda

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O relato bíblico tece louvores à habilidade profissional de Hiram, contudo, por ocasião da consagração do Templo, não é mencionado.

Em torno desse personagem, criou-se a Lenda de Hiram Abiff, que o dá como tendo sido assassinado por três maus companheiros. Lenda é um relato fantasioso que parte de um fato verídico; Hiram, o arquiteto, existiu; a história dos Hebreus o refere; e ele foi assassinado por três construtores porque ele era o único que sabia decifrar as escrituras do Templo de Salomão, as quais alguns tinham cobiça. Alguns autores asseveram que a Lenda teria sido criada para dar sustento político à casa real dos Stuart.

Ver :II Crônicas, 10; Reis I, 7:13.

Simbologia Maçônica

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Todos os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria contêm uma parcela da Lenda de Hiram Abiff e um dos Landmarks determina que seja observada essa Lenda. Na realidade, ela possui uma simbologia esotérica e toda liturgia iniciática maçônica a envolve.

O Assassinato

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Os assassinos de Hiram: Jubela, Jubelo e Jubelum, o Juwes

Na lenda de Hiram Abiff, surgem três "Assassinos", que feriram mortalmente o Mestre com golpes dos instrumentos de trabalho: a régua, o esquadro e o maço. Todos os golpes contribuíram para essa morte e todos os produziram com excessivo dolo. Diz-se, em Maçonaria, "assassino", aquele que "trai" os ideais maçônicos, pois "destrói" a vida espiritual. Ele é assassinado por Jubela, Jubelo e Jubelum, o Juwes.[7]

Simbolismo da palavra Abiff

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Trata-se de uma palavra composta pelas seguintes letras do alfabeto hebraico: Aleph, Bet, Yud (Iod) e Vav. O interesse maçônico diz respeito a Hiram Abif. Significa "seu pai". É também, um título de respeito. O Rei de Tiro ao referir ao seu artífice chama-o de "meu amo Hiram". No Livro de Crônicas, é chamado de "Seu Pai, Hiram Abiff". O sobrenome resulta em seu título de honra: Hiram, o pai da construção do Grande Templo.

Ver também

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Fontes

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  • CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. São Paulo, Madras Editora, 2001. ISBN 85-7374-251-8
  • MARQUES, A. H. de Oliveira. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa, Editorial Delta, 1986.
  • NERVAL, Gérard de. A lenda de Hiram: história da Rainha da Manhã & de Solimão Príncipe dos Génios. Lisboa, Hugin Editores, 2001. ISBN 972-794-026-9
  • Hulse, David Allen - Key of it All (Book two: Western Mysteries) - Llewellyn Publications, (date?) - ISBN 1-56718-429-4
  • Ripa Montesano Domenico V. - Vademecum di Loggia, Edizione Gran Loggia Phoenix – Roma Italia 2009 ISBN 978-88-905059-0-4.
  • Mackey, Albert Gallatin - A Lexicon of Freemasonry - Charleston (South Carolina), 1845.

Notas

  1. «Hirão, rei de Tiro, enviou-lhe (a David) mensageiros com madeira de cedro, carpinteiros e pedreiros, para lhe construírem um palácio»
  2. Hiram, rei de Tiro, que sempre fora amigo de David, soube que Salomão tinha sido ungido rei (...)»
  3. «Salomão enviou arautos a Tiro para trazerem Hiram. Este era filho de uma mulher viúva, da tribo de Neftali, e seu pai era de Tiro. Hiram era dotado de grande sabedoria, inteligência e habilidade para fabricar toda a espécie de trabalhos em bronze; ele apresentou-se ao rei Salomão e executou-lhe todos os trabalhos»
  4. Ritual do Terceiro Grau
  5. The Meaning of Masonry, p. 95
  6. Manual of the Lodge (Macoy and Sickles, 1802), p. 96
  7. Stephen Knight, "Jack the Ripper: The Final Solution", London: Bounty Books, (1976; rev. 1984; repr. 2000), ISBN 0-7537-0369-6, p.24-39.