Homeopatia

medicina alternativa pseudocientífica

Homeopatia (do grego ὅμοιος + πάθος transliterado hómoios - + páthos = "semelhante" + "doença") é uma forma de terapia alternativa pseudocientífica, iniciada pelo alemão Samuel Hahnemann em 1796. Baseia-se no princípio similia similibus curantur (do latim: "semelhante pelo semelhante se cura"), ou seja, o suposto tratamento se dá a partir da diluição e dinamização da mesma substância que produz o sintoma num indivíduo saudável.[1][2] A homeopatia considera os sintomas uma reação contra a doença. A doença seria uma perturbação de uma "energia vital" e a homeopatia buscaria o restabelecimento do equilíbrio.[1][2] O processo homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extremamente diluídas de compostos que são tidos como causas em pessoas saudáveis dos sintomas que pretendem contrariar, mas supostamente potencializados através de técnicas de diluição, dinamização e sucussão que liberariam energia.[2] Proponentes alegam que o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora.[3] Este processo seria para a pessoa como um todo e não somente para a doença.[2][4][5]

Pesquisas científicas têm mostrado que os remédios homeopáticos não são eficazes e seu mecanismo de funcionamento é implausível.[6]consenso na comunidade médica e científica internacional de que a homeopatia é uma pseudociência,[7][8][9][10] e é amplamente considerada charlatanismo.[11] Numerosas revisões sistemáticas indicam que homeopatia não é mais efetiva que o placebo.[12][13] Apesar de preparados homeopáticos, de modo geral, serem inertes e livres de efeitos colaterais, a relutância em buscar tratamento médico convencional, preferindo a homeopatia pode levar a complicações e até mortes.[14][15]

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha os seus estados membros a regular a homeopatia de forma a garantir a inocuidade dos produtos que são comercializados sem prescrição médica. A OMS reconhece que, apesar de se verificar um aumento da utilização de produtos homeopáticos, são poucos os estados com regulamentação aplicável. Segundo esta organização, é necessário contrariar a ideia de que não existem riscos na administração de produtos homeopáticos devido às altas diluições.[16] O documento de Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002 - 2005 “aborda as questões de segurança, qualidade e eficácia da medicina tradicional (MT) e medicina complementar e alternativa (MCA). O principal objetivo destas estratégias é desenvolver um guia técnico de controlo de qualidade e segurança para produtos de MT/MCA.”[16]

Os defensores da homeopatia referem-se regularmente aos documentos produzidos pela Organização Mundial de Saúde afirmando que esta promove a implantação desta prática em todos os sistemas nacionais de saúde.[17][18] Todavia, a OMS condena o uso da homeopatia contra doenças graves como malária, tuberculose, aids, gripe e diarreia infantil.[19]

Generalidades

editar
 
Selo alemão comemorativo dos 200 anos de homeopatia, repetindo a máxima de Hahnemann: similia similibus curantur

A homeopatia é considerada uma filosofia (lato sensu) holística, vitalística, pelo fato de interpretar doenças e enfermidades como causadas pelo desequilíbrio ou distúrbio de uma hipotética energia vital ou força vital no organismo de quem as apresenta. Desse modo, ela vê tais distúrbios como manifestações em sintomas únicos e bem definidos. Sustenta que a força vital tem o poder de se adaptar a causas internas ou externas. É a "lei da suscetibilidade" homeopática, sob a qual um estado mental negativo pode atrair entidades hipotéticas chamadas "miasmas", as quais invadem o organismo e produzem os sintomas das doenças.[20] Hahnemann, contudo, rejeitou a ideia de ser a doença "algo separado, uma entidade invasora" e insistiu em que ela é parte de um "todo vital".[21]

Contexto histórico

editar
 
Homeopatia Olha para os Horrores da Alopatia, uma pintura de 1857 de Alexander Beydeman, mostrando figuras históricas e personificações da homeopatia, observando a brutalidade da medicina do século XIX

Nos séculos XVIII e XIX, a medicina convencional era bastante ineficaz e muitas vezes prejudicial. Práticas como sangrias e purgas eram usadas indiscriminadamente, e misturas complexas com efeitos perigosos eram frequentemente administradas aos pacientes. Um exemplo dessas misturas perigosas é o melaço de Veneza, composto por 64 substâncias, incluindo ópio, mirra e carne de víbora.[22] Esses tratamentos geralmente pioram os sintomas e podem ter resultados fatais.[23] Hahnemann rejeitou essas práticas - que haviam sido exaltadas durante séculos - como irracionais e desaconselháveis.[24][25] Ele defendeu o uso de drogas únicas em doses mais baixas e promoveu uma visão imaterial e vitalista de como os organismos vivos funcionam.[26] Embora os tratamentos em si não tivessem efeito, eles eram muito mais seguros do que a maioria das práticas médicas da época.[27] Ao fim, o resultado de um tratamento inócuo associado a um repouso apropriado era geralmente superior ao da medicina convencional praticada no momento do início da homeopatia.

Conceito de Hahnemann

editar
 
Monumento a Samuel Hahnemann em Washington, com a inscrição "Similia Similibus Curentur" - Semelhante cura semelhante.

O termo homeopatia foi cunhado por Hahnemann e apareceu pela primeira vez em 1807.[28] Hahnemann teve a ideia da homeopatia enquanto traduzia um tratado médico do médico e químico escocês William Cullen para o alemão. Sendo cético em relação à teoria de Cullen sobre o uso de cinchona na cura da malária, Hahnemann ingeriu um pouco de casca especificamente para investigar o que aconteceria. Ele teve febre, tremores e dores nas articulações, sintomas similares aos da própria malária. A partir daí, Hahnemann passou a acreditar que todos os medicamentos eficazes produzem, em indivíduos saudáveis, sintomas semelhantes aos das doenças que tratam, de acordo com a "lei dos similares" proposta por médicos antigos.[29] Um relato dos efeitos da ingestão de casca de cinchona, observado por Oliver Wendell Holmes, e publicado em 1861, não conseguiu reproduzir os sintomas relatados por Hahnemann.[30] :128 A lei de Hahnemann sobre similares é um ipse dixit que não deriva do método científico.[31] Isso levou ao nome "homeopatia", que vem do em grego: ὅμοιος hómoios, "-simiilar" e πάθος páthos, "sofrimento".

Trabalhos científicos posteriores mostraram que a cinchona cura a malária porque contém quinina, que mata o parasita Plasmodium falciparum que causa a doença; o mecanismo de ação não tem relação com as ideias de Hahnemann.[32]

"Provações"

editar

Hahnemann começou a fazer testes para descobrir que efeitos as substâncias produziam em seres humanos, um procedimento que mais tarde se tornaria conhecido como "provação homeopática". Esses testes exigiam que os indivíduos testassem os efeitos da ingestão de substâncias registrando claramente todos os seus sintomas, bem como as condições auxiliares sob as quais eles apareciam.[33] Ele publicou uma coleção de provações em 1805, e uma segunda coleção de 65 preparações apareceu em seu livro; Materia Medica Pura (1810).[34]

Como Hahnemann acreditava que grandes doses de medicamentos que causavam sintomas semelhantes apenas agravariam a doença, ele defendia diluições extremas das substâncias. Ele desenvolveu uma técnica para fazer diluições que acreditava preservar as propriedades terapêuticas de uma substância ao mesmo tempo que removia seus efeitos nocivos.[35] Hahnemann acreditava que esse processo despertava e aprimorava "os poderes medicinais espirituais das substâncias brutas".[36] Ele reuniu e publicou uma visão completa de seu novo sistema médico em seu livro Organon da Arte de Curar (1810), cuja 6ª edição, publicada em 1921, ainda hoje é usada pelos homeopatas.[37]

Miasmos e doenças

editar
 
Uma preparação homeopática feita a partir de chá de pântano : a diluição "15C" mostrada aqui significa que a solução original foi diluída para 1/1030 da sua força original. Dado que o número de moléculas nessa pequena amostra é muitas ordens de magnitude menor que 1030, a probabilidade de que ela contenha mesmo apenas uma molécula da erva original é extremamente baixa.

No Organon, Hahnemann introduziu o conceito de "miasmas" como "princípios infecciosos" subjacentes à doença crônica.[38] Hahnemann associou cada miasma a doenças específicas e pensou que a exposição inicial a miasmas causa sintomas locais, como doenças da pele ou venéreas. Se, no entanto, esses sintomas foram suprimidos pela medicação, a causa foi se aprofundou e começou a se manifestar como doenças dos órgãos internos.[39] A homeopatia sustenta que tratar doenças aliviando diretamente seus sintomas, como às vezes é feito na medicina convencional, é ineficaz porque toda "a doença em geral pode ser atribuída a alguma tendência latente, profunda, subjacente, crônica ou herdada".[40] O miasma imputado subjacente ainda permanece, e as doenças profundas podem ser corrigidas apenas removendo a perturbação mais profunda da força vital.[41]

As hipóteses de Hahnemann para a causa direta ou remota de todas as doenças crônicas (miasmas) eram originalmente apenas três: psora (coceira), sífilis (doença venérea) ou sicose (doença da verruga).[42] Desses três, o mais importante era a psora, descrita como relacionada a qualquer doença pruriginosa da pele, supostamente derivada de sarna suprimida, a qual se afirmava ser a base de muitas outras doenças. Hahnemann acreditava que a psora era a causa de doenças como epilepsia, câncer, icterícia, surdez e catarata. Desde a época de Hahnemann, outros miasmas foram propostos, alguns substituindo uma ou mais das funções propostas pela psora, incluindo miasmas de tuberculose e câncer .[39]

Hahnemann cunhou a expressão " medicamento alopático ", que era usado para se referir pejorativamente à medicina ocidental tradicional.[43]

A teoria do miasma de Hahnemann permanece controversa nos círculos homeopáticos mesmo nos tempos atuais. A teoria foi criticada como uma explicação desenvolvida por Hahnemann para preservar o sistema de homeopatia diante de falhas no tratamento e por ser inadequada para cobrir muitas centenas de tipos de doenças, bem como por não explicar as predisposições de doença, nem fatoresgenéticos, ambientais e o histórico de doenças particular de cada paciente.[44] :148–9

Século XIX: popularidade e críticas iniciais

editar

A homeopatia alcançou sua maior popularidade no século XIX. Foi introduzida nos Estados Unidos em 1825 por Hans Birch Gram, um estudante de Hahnemann.[45] Durante o século XIX, dezenas de instituições homeopáticas apareceram na Europa e nos Estados Unidos,[46] e em 1900 havia 22 faculdades homeopáticas e 15 000 praticantes nos Estados Unidos.[47] Como a prática médica da época dependia de tratamentos ineficazes e muitas vezes perigosos, os pacientes de homeopatas geralmente obtinham melhores resultados do que os médicos da época.[48] Os preparativos homeopáticos, mesmo que ineficazes, quase certamente não causariam danos, tornando os usuários de preparados homeopáticos menos propensos a serem mortos pelo tratamento que deveria estar ajudando-os.[37] O relativo sucesso da homeopatia no século XIX pode ter levado ao abandono dos tratamentos ineficazes e prejudiciais da sangria e purga, além de ter iniciado o movimento em direção a uma medicina mais eficaz e baseada na ciência. Um dos motivos da crescente popularidade da homeopatia foi o aparente sucesso no tratamento de pessoas que sofrem de epidemias de doenças infecciosas.[49] Durante as epidemias do século XIX de doenças como a cólera, as taxas de mortalidade nos hospitais homeopáticos eram frequentemente mais baixas do que nos hospitais convencionais, onde os tratamentos usados na época eram frequentemente prejudiciais e pouco ou nada fizeram para combater as doenças.

Desde o seu início, no entanto, a homeopatia foi criticada pelo meio científico. Sir John Forbes, médico da rainha Vitória, disse em 1843 que as doses extremamente pequenas de homeopatia eram ridicularizadas como inúteis, "um ultraje à razão humana".[50] Em 1853, James Young Simpson declarou em 1853 sobre os medicamentos altamente diluídos: "Não há veneno, por mais forte ou poderoso, faria com que um bilionésimo ou decilionésimo afetasse minimamente um homem ou machucasse uma mosca".[51] O médico e autor americano Oliver Wendell Holmes, Sr. também foi crítico vocal da homeopatia e publicou um ensaio intitulado Homeopatia e seus delírios familiares (1842).[30] Os membros da Sociedade Homeopática Francesa observaram em 1867 que alguns dos principais homeopatas da Europa não apenas abandonavam a prática de administrar doses infinitesimais, como também não a defendiam.[52] A última escola nos EUA que ensinava exclusivamente homeopatia foi fechada em 1920.[37]

Ressurgimento no século XX

editar

Segundo Paul Ulrich Unschuld, o regime nazista na Alemanha era fascinado pela homeopatia e gastou grandes somas de dinheiro na pesquisa de seus mecanismos, mas sem obter um resultado positivo. Unschuld argumenta ainda que a homeopatia nunca mais se firmou nos Estados Unidos, mas permaneceu mais profundamente estabelecida no pensamento europeu.[53] Nos Estados Unidos, a Lei de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos de 1938 (patrocinada por Royal Copeland, senador de Nova York e médico homeopata) reconheceu as preparações homeopáticas como medicamentos. Na década de 1950, havia apenas 75 homeopatas puros praticando nos EUA.[54] No entanto, em meados do final da década de 1970, a homeopatia retornou significativamente e as vendas de algumas empresas homeopáticas aumentaram dez vezes.[55] Alguns homeopatas creditam o esse ressurgimento ao homeopata grego George Vithoulkas, que realizou "uma grande quantidade de pesquisas para atualizar os cenários e refinar as teorias e práticas da homeopatia", começando na década de 1970, mas Ernst e Singh consideram que a causa real tenha ligação com a ascensão do movimento da Nova Era.[24][56][57] De qualquer maneira, as principais redes de farmácias reconheceram o potencial comercial da venda de preparações homeopáticas.[58] A Food and Drug Administration realizou uma audiência em 20 e 21 de abril de 2015 solicitando comentários públicos sobre a regulamentação de medicamentos homeopáticos.[59] O FDA citou o crescimento das vendas de medicamentos homeopáticos vendidos sem receita, que foram de US$ 2,7 bilhões em 2007.[60]

Bruce Hood argumentou que o aumento da popularidade da homeopatia nos últimos tempos pode ser devido às consultas relativamente longas que os médicos estão dispostos a dar a seus pacientes e a uma preferência irracional por produtos "naturais", que as pessoas pensam serem a base dos preparativos homeopáticos.[61]

Século XXI

editar

Desde o início do século XXI que uma série de meta-análises tem vindo a mostrar que as alegações terapêuticas da homeopatia não têm justificativa científica.[62] Em um relatório de 2010, o Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns do Reino Unido recomendou que a homeopatia não recebesse mais financiamento do Serviço Nacional de Saúde (NHS) devido à sua falta de credibilidade científica; o financiamento acabou em 2017.[63] Em março de 2015, o Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália (NHMRC) publicou um documento informativo sobre a homeopatia, que concluiu que 'não existem condições de saúde para as quais haja evidências confiáveis de que a homeopatia seja eficaz". As reações ao relatório provocaram manchetes mundiais, sugerindo que o NHMRC havia constatado que a homeopatia é ineficaz para todas as condições.[64]

Em 2018, as farmácias australianas ignoraram as recomendações para uma proibição homeopática no âmbito mais amplo do governo federal, aceitando apenas três das 45 recomendações feitas pela resenha da Pharmacy Remuneration and Regulation, entregue em setembro de 2017 ao ministro da Saúde Greg Hunt.[65]

Em 2019, o governo canadense parou de financiar a ajuda homeopática a Honduras. A instituição de caridade Terre Sans Frontières (TSF), de Quebec, recebeu US$ 200 000 em cinco anos do Programa de Cooperação Voluntária da Global Affairs.[66] A TSF apoia "curas" homeopáticas da doença de Chagas.[67]

Em julho de 2019, o ministro da saúde francês anunciou que os reembolsos da previdência social para medicamentos homeopáticos serão eliminados antes de 2021. Na França, há muito tempo, há uma crença mais forte nas virtudes dos medicamentos homeopáticos do que em muitos outros países, e lá se localiza o maior fabricante mundial de medicamentos para medicina alternativa, a Boiron.[68]

Princípios

editar
 
Oscillococcinum, um produto homeopático na forma de glóbulos de sacarose

Além da visão holística impressa em toda a obra de Hahnemann, ou seja, a visão do todo sobre as partes, há quatro princípios que orientam a prática homeopática, quais sejam:

  • Lei dos Semelhantes: Resultado de suas releituras dos Clássicos e, sobretudo, de suas próprias experiências, anuncia esta Lei universal da cura: similia similibus curantur. Exemplificando, um medicamento capaz de provocar, em uma pessoa sadia, angústia existencial que melhora após diarreia e febre, curaria uma pessoa cuja doença natural apresente essas características.
  • Experimentação na pessoa sadia: A fim de conhecerem as potencialidades terapêuticas dos medicamentos, os homeopatas realizam provas, chamadas patogenesias; em geral são eles mesmos os experimentadores. Tipicamente não se fazem experiências com animais. Uma condição básica para a escolha dos provandos é que sejam saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca são os efeitos puros dessas substâncias.
  • Doses infinitesimais: A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria que consiste em diluições infinitesimais seguidas de sucussões rítmicas, ou seja: mistura-se uma pequena quantidade de uma substância específica em muita água e/ou álcool e agita-se bastante. A tese é de que essa técnica "desperte" as propriedades latentes da substância. Isso é chamado de "dinamização" ou "potencialização" do medicamento.

Hahnemann enunciou os princípios da homeopatia no final do século XVIII.[69] Depois de Hahnemann, a homeopatia expandiu-se, tendo seu desenvolvimento e sua aceitação atingido diferentes níveis nas várias regiões do mundo. Por exemplo, no Brasil a homeopatia faz parte das políticas oficiais de saúde.[70][71][72] J

Escolas da homeopatia

editar
  • Unicismo: Prescrição de um único composto homeopático, igualmente a Hahnemann.[73]
  • Pluralismo: É chamado também de alternismo, dois compostos homeopáticos administrados em horas distintas, um complementando o outro.[3]
  • Complexismo: São prescritos dois ou mais compostos homeopáticos que podem ser administrados simultâneamente. A indústria produz em larga escala compostos homeopáticos ditos complexos, que tem objetivos de tratar doenças particulares, não considerando a lei dos semelhantes.[74]
  • Organicismo: O composto homeopático é prescrito conforme o órgão doente. Esta prática aproxima-se muito da alopatia.[75]

Compostos homeopáticos

editar
 
Repertório da 'Materia medica' homeopática, de Kent

Para uma lista de medicamentos homeopáticos, veja Lista de remédios homeopáticos.

Preparo dos compostos

editar
 
Almofariz e pilão usados para trituração e moagem de sólidos insolúveis a serem empregados em compostos homeopáticos, inclusive conchas de ostras, quartzo e outros constituintes.

O preparo dos compostos homeopáticos segue princípios e técnicas bem definidos e simples em si [a questão da validade não é aqui discutida]. De ordinário, há as seguintes etapas:

  1. Extração dum princípio mineral ou vegetal da fonte;
  2. Pulverização (trituração e moagem) do insumo, quando necessário;
  3. Dissolução num veículo adequado, aquoso, hidroalcoólico, etc.;
  4. Diluição em sequência centesimal hahnemanniana;
  5. Sucussão, Dinamização ou Potencialização.

Quadro de diluições

editar

As soluções homeopáticas — frequentemente ditas simplesmente diluições homeopáticas — preparam-se segundo uma sequência centesimal. Eis a regra para esse preparo:

"Toma-se uma parte da substância curativa pura e diluir-se em 99 partes de solução hidroalcóolica a 70% (i.e., 70% de álcool etílico e 30% de água): esta é a primeira diluição ou primeira potência (CH1). Depois, da diluição resultante, toma-se 1(uma) parte e dilui-se novamente com 99 partes de solução alcoólica a 70%; esta é a segunda diluição ou segunda potência (CH2). E assim por diante".[76] A homeopatia considera que quanto maior a diluição seguida da sucção, tanto maior será a potência do preparado.

É digno de nota que a diluição primordial é de "1 parte do soluto para 99 partes do solvente (no caso, a solução essencial hidroalcóolica citada)". Se se considera que a parte do soluto — usualmente ínfima em massa e em volume — ao ser adicionada ao solvente resulta uma solução que reúne o volumes do soluto (volume algo alterado por interações físico-químicas moleculares, v.g., solvatação, etc.) e o volume do solvente, pode-se, sem erro significativo, dizer que o volume da solução é de 100 partes; logo a concentração do soluto (na solução, uma fração volumétrica) será de 1:100 ou 0,01 ou 10−2. Representa-se, na homeopatia, por 1C, C1, 1CH ou CH1, que se lê "1ª concentração (diluição ou potência) centesimal hahnemanniana.

Já que as diluições sucessivas são, de ordinário, centesimais, a seguinte generalização representa matematicamente esse processo:

CHx = 10–2.x (em base decimal), ou, equivalentemente, CHx = 100–x (em base centesimal), que expressa diretamente a ideia de diluição centesimal.

Esta expressão relaciona as duas escalas: a escala Centesimal Hahnemanniana (C ou CH) e a escala Decimal Comum (D ou X) para representação das diluições, apresentadas no quadro a seguir.

Escala Centesimal Hahnemanniana (dita Escala CH)
Escala Decimal Comum (dita Escala D ou X)
Concentração química (diluição) do soluto [em partes por 10 X]
Nota
½C, ½CH, C½, CH½
1D, D1, 1X, X1
C = 10−1) Considerada a menor diluição hahnemanniana, todavia a menor "potência", pelo método homeopático.
1C, 1CH, C1, CH1
2D, D2, 2X, X2
C = 10−2) Maior diluição que 1X, isto é, contém menor quantidade de soluto para mesma quantidade de solvente, porém considerada de maior "potência" pelo princípio das doses infinitesimais da Homeopatia.
2C, 2CH, C2, CH2
4D, D4, 4X, X4
C = 10−4)
3C, 3CH, C3, CH3
6D, D6, 6X, X6
C = 10−6)
4C, 4CH, C4, CH4
8D, D8, 8X, X8
C = 10−8) Máxima concentração permitida para o elemento químico arsênio em água potável, segundo a ciência contemporânea.[77]
6C, 6CH, C6, CH6
12D, D12, 12X, X12
C = 10−12)
7C, 7CH, C7, CH7
14D, D14, 14X, X14
C = 10−14)
12C, 12CH, C12, CH12
24D, D24, 24X, X24
C = 10−24) Conforme a Físico-química moderna (limitação quantitativa imposta pela Constante de Avogadro), essa diluição tem cerca de 60% de probabilidade de conter pelo menos uma molécula do soluto original para cada mol deste utilizado no seu preparo.
30C, 30CH, C30, CH30
60D, D60, 60X, X60
C = 10−60) Diluição defendida por Hahnemann para a maioria dos casos: conforme a Físico-química moderna (limitação quantitativa imposta pela Constante de Avogadro), em média, isso significaria administrar dois bilhões de doses por segundo a seis bilhões de pacientes por quatro bilhões de anos para oferecer uma única molécula do[soluto original para algum paciente.
200C, 200CH, C200, CH200
400D, D400, 400X, X400
C = 10−400) Diluição do composto homeopático Oscillococcinum, indicado como antigripal.[78] Considerando uma estimativa de 1080 átomos no Universo,[79] a concentração do composto corresponde a uma probabilidade de uma em 100 mil de haver uma única partícula no Universo.

Homeopatia no Brasil

editar

A prática da homeopatia chegou ao Brasil em 1840, pelas mãos do médico francês Benoit Jules Mure que, na cidade do Rio de Janeiro, fundou a primeira escola para o seu ensino: o Instituto Homeopático Brasileiro. A cisão da homeopatia da prática médica deu-se por volta de 1851, por parte dessa instituição acadêmica. Com o Decreto nº 9554 de 1886, os farmacêuticos ganharam o poder de manipular medicamentos. Com o passar dos anos surgiram leis específicas para a farmácia homeopática, e com muitos esforços da classe médica e farmacêutica, foi elaborado o Decreto nº 78841, aprovando a 1ª edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Em 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia como especialidade médica.[carece de fontes?]

Gastos no Sistema Único de Saúde

editar

O Instituto Questão de Ciência, valendo-se da Lei de Acesso à Informação, tentou aferir exatamente quanto se gasta com as Práticas Integrativas Complementares (PICs) nas capitais brasileiras. A grande maioria das prefeituras simplesmente não sabe quanto gasta com essas práticas, que inclui a homeopatia. Apenas Vitória, Espírito Santo, dispunha de dados detalhados referente aos gastos em conjunto nas seguintes práticas integrativas: fitoterapia, homeopatia, acupuntura, musicoterapia, auricoloterapia, ioga e xian gong. O valor mínimo total gasto, por ano, para manter estas práticas é de R$ 1 540 522,00. Vitória tem 362 mil habitantes, portanto gasta R$ 4,20 em PICs, por pessoa, por ano. Comparativamente, uma dose de vacina de febre amarela custa R$ 3,50 ao erário. Isso quer dizer que com o dinheiro gasto com PICs em Vitória, seria possível vacinar quase meio milhão de brasileiros.[80]

Evidências e eficácia

editar

Escassez de indícios de eficácia

editar

Em agosto de 2005, a revista científica The Lancet publicou uma metanálise de 110 experimentos homeopáticos placebo-controlados e 110 experimentos médicos convencionais, baseados no "Programa para Avaliação de Medicinas Alternativas" do Governo da Suíça. No artigo os pesquisadores apresentam sua conclusão de que afinal "os efeitos clínicos da homeopatia são nada mais que efeitos placebo".[81]

O Parlamento do Reino Unido também fez uma análise da eficácia de remédios homeopáticos. Os resultados apontam que as explicações científicas para a homeopatia não são convincentes. O governo britânico recomenda a interrupção imediata desse tipo de remédio no serviço público de saúde daquele país.[82]

 
Um medicamento homepático preparado a partir da espécie vegetal Ledum palustre ssp.. A diluição 15CH aqui exibida, segundo o método da química analítica moderna, não deve conter sequer uma só molécula do princípio original.

Na pesquisa de qualquer fármaco, um trabalho científico deve ter algumas características específicas para ter valor real. Deve, pois, ser:

  1. Duplo-cego (ou seja, nem o terapeuta, nem o paciente sabem o que vai ser tomado, placebo ou fármaco);
  2. Randomizado (pacientes com mesmo diagnóstico - ver abaixo - são sorteados aleatoriamente para uso de placebo ou fármaco em estudo);
  3. Preferencialmente multicêntrico (com trabalhos feitos em institutos de saúde diferentes para ver se método é reprodutível);
  4. Feito por pesquisadores independentes e sem vínculos de interesse.

Park destaca que Hahnemann provavelmente não estava ciente do limite da ultra diluição porque ele desconhecia o número de Avogadro, uma constante física que torna possível calcular o número de moléculas em uma amostra com uma certa massa de uma substância. Explica o sucesso que a homeopatia teve no início comparando com o uso, à época, de tratamentos verdadeiramente perigosos: "Os médicos ainda tratavam os pacientes com sangria, lavagens e frequentes doses de mercúrio e outras substâncias tóxicas. Se o nostrum infinitamente diluído de Hahnemann não fazia nenhum bem, ao menos não fazia nenhum mal, permitindo às defesas naturais do paciente corrigirem o problema." Park explica, ainda, como os modernos homeopatas concordam que realmente não há nenhuma molécula de medicamento em seus remédios, mas que o líquido inexplicavelmente se "lembra" da substância após o processo de diluição. Como essa pseudomemória da substância é obtida, nunca foi satisfatoriamente explicado. Os críticos também apontam a dissociação espontânea da água em ácido e base (o que explica porque seu pH é 7). A quantidade de ácido em um medicamento homeopático, embora pequena, é geralmente muito maior do que a quantidade de agentes ativos. Estudo realizado na Universidade de Toronto demonstrou existir a "memória da água" sem a presença do soluto, mas "persistente por apenas 50 femtossegundos (1/20.000.000.000.000 de segundo)."[83]

Recentemente, céticos em relação à homeopatia consumiram diante do público grandes quantidade de medicamentos homeopáticos a fim de demonstrar sua falta de efeito. Alguns, como James Randi, Richard Saunders e Peter Bowditch, consumiram caixas inteiras de pílulas homeopáticas para dormir no começo de suas palestras públicas. SKEPP,[84] um grupo de céticos belgas, realizou uma conferência de imprensa na qual céticos tentaram cometer suicídio coletivo tomando diluições homeopáticas de veneno. Ninguém passou mal.[85]

Questão da atenção médica

editar

Consultas realizadas por homeopatas costumam ser mais demoradas e seus questionários mais extensos. Estas características conferem subjetivamente ao paciente um atendimento mais "humanizado" proporcionando um ambiente de maior confiança e empatia por parte de ambos, fortalecendo a relação médico-paciente. Sabe-se que este tipo de relação aumenta a eficácia dos efeitos placebos de toda e qualquer terapia, seja alopática, homeopática ou outra qualquer.[86]

Placebo em bebês e outros

editar

Argumenta-se frequentemente que evidências do efeito favorável da homeopatia em bebês, animais domésticos e plantas seriam provas de que a homeopatia não agiria por efeito placebo, pois estes não estariam suscetíveis a esse efeito. No entanto, bebês e animais domésticos estão sujeitos aos efeitos benéficos do aumento de cuidados e atenção e do efeito placebo, motivo que os remédios e compostos devem ser testados com testes de duplo cego mesmo quando usados em bebês ou animais.[87][88][89]

Campanha 10:23

editar

A Campanha 1023, ou Campanha 10:23, pretende sensibilizar as pessoas para a realidade da homeopatia. É organizada pela Merseyside Skeptics Society, uma organização de céticos do Reino Unido, sem fins lucrativos. A campanha teve participações em cidades por todo mundo, incluindo Portugal e Brasil.[90][91][92]

No Brasil, é conhecida por "Homeopatia: é feita de nada".[93] Em 2011 foram realizados eventos locais em São Paulo, Porto Alegre, Natal e Piracicaba.[94]

A campanha 10:23 em Portugal tem o slogan "Homepatia: é só água com açúcar". É agora organizada pela COMCEPT - Comunidade Céptica Portuguesa.[95] A "overdose coletiva" de 2011 realizou-se no Príncipe Real, em Lisboa.[96]

Aceitação por países

editar

A aceitação da homeopatia como uma forma autônoma e válida de medicina depende da legislação de cada país.

  • Austrália: à semelhança do que ocorre no Reino Unido, a homeopatia é legalizada como prática médica, por ato do parlamento. No entanto, no ano de 2017, o governo australiano encerrou aos subsídios a 17 medicinas ditas alternativas, entre as quais a homeopatia.[97] Em março de 2015, o Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália publicou um documento informativo sobre homeopatia. As principais conclusões do relatório foram 'não existem condições de saúde para as quais haja evidências confiáveis de que a homeopatia é eficaz ".[98]
  • Bélgica: a homeopatia é reconhecida, desde que praticada por "médicos, dentistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiras, parteiras e paramédicos".[99]
  • Brasil: a partir de 1979 a homeopatia passou a constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira e em 1980, do rol de especialidades do Conselho Federal de Medicina, deixando de fazer parte das medicinas alternativas e passando a constituir parte do que hoje se chama medicinas integrativas. O SUS - Sistema Único de Saúde - a inclui em suas rotinas de atendimento e hoje está estabelecida como política de Estado. Há no País médicos, veterinários e odontólogos, além de farmacêuticos, psicólogos e agrônomos, que trabalham oficialmente com homeopatia. Há também a formação em homeopatia ministrada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) onde não se exige graduação na área de saúde, e nem mesmo um curso superior, formando os chamados "terapeutas homeopatas", atividade que tem causado muita controvérsia. A maior parte dos cursos de medicina (sobretudo os das universidades públicas e particulares de ponta) não reconhecem esta modalidade e nem a introduzem em suas ementas. Entre as poucas universidades que permitem o ensino de tais práticas, a maioria deixa a critério dos alunos a opção entre estudá-las ou não, ao definirem as disciplinas relacionadas ao método como eletivas.[100][101] Porém em 2017 o Ministério da Educação listou a homeopatia e técnicas aplicada a medicamentos homeopáticos dentre os conhecimentos requeridos para a graduação em Farmácia.[102]
  • Espanha: o país obrigou os laboratórios homeopáticos a fazerem testes de eficácia iguais aos de medicamentos farmacêuticos. Os medicamentos que não fizeram os testes devem colocar em sua embalagem a mensagem "Não provou sua eficácia terapêutica".[103]
  • Estados Unidos: preparados homeopáticos sem provas de eficácia dos benefícios anunciados precisam informar aos consumidores que "não há nenhuma evidência científica de que o produto funciona" e que as alegadas indicações "baseiam-se em teorias da homeopatia do século XVIII que não são aceitas pela maioria dos especialistas médicos atuais".[103]
  • França: a homeopatia segue as regras estabelecidas por Philippe de Lyon, que só aceita as potências até CH30. Em julho de 2019, o ministro da saúde francês anunciou que os reembolsos da previdência social para medicamentos homeopáticos serão extintos antes de 2021.[104]
  • Reino Unido: a homeopatia é legalizada como prática médica. Um ato do parlamento britânico de 1950 (Ato da Faculdade de Homeopatia) reuniu as leis e regulamentos sobre a prática da homeopatia. Em um relatório de 2010, o Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns do Reino Unido recomendou que a homeopatia não fosse mais um beneficiário do financiamento do Serviço Nacional de Saúde devido à sua falta de credibilidade científica; o financiamento cessou em 2017.[63][105]

Referências

  1. a b Hahnemann, Samuel (1833). The Homœopathic Medical Doctrine, or "Organon of the Healing Art". Traduzido por Charles H. Devrient, Esq. Dublin: W.F. Wakeman. pp. iii, 48–49. Observation, reflection, and experience have unfolded to me that the best and true method of cure is founded on the principle, similia similibus curentur. To cure in a mild, prompt, safe, and durable manner, it is necessary to choose in each case a medicine that will excite an affection similar (ὅμοιος πάθος) to that against which it is employed. 
  2. a b c d BONTEMPO, Márcio. Medicina natural: homeopatia e radiestesia. Nova Cultural, 1992.
  3. a b ULLMAN, Dana.Homeopatia - Medicina para o Século XXI. São Paulo:Cultrix, 1988.
  4. Anvisa. FAQ - Medicamentos Homeopáticos. Acesso em 15 de janeiro de 2012
  5. Isto É. A homeopatia hoje. Acesso em 15 de janeiro de 2012
  6. Ver as seguintes publicações:
  7. The Lancet (2007). «Benefits and risks of homoeopathy». The Lancet 
  8. BBC (2005). «Homoeopathy's benefit questioned». BBC NEWS 
  9. Projeto OKCHAM (2002). «PSEUDOCIÊNCIA - Homeopatia». Projeto OKCHAM 
  10. USP. «Ciencia e Pseudociencia» (PDF). USP 
  11. Wahlberg, A (2007), «A quackery with a difference—New medical pluralism and the problem of 'dangerous practitioners' in the United Kingdom», Social Science & Medicine, ISSN 0277-9536, 65 (11): 2307–16, PMID 17719708, doi:10.1016/j.socscimed.2007.07.024 
  12. Ver as seguintes publicações:
  13. UK Parliamentary Committee Science and Technology Committee - "Evidence Check 2: Homeopathy"
  14. Ernst, Edzard (8 de junho de 2019). «Another child has died because of homeopathy» (em inglês). Consultado em 9 de junho de 2019 
  15. «What's the harm in homeopathy?». whatstheharm.net. Consultado em 9 de junho de 2019 
  16. a b Organização Mundial de Saúde (2009). Safety issues in the preparation of homeopathic medicines (PDF). [S.l.]: WHO Press. pp. 1 e 2. ISBN 9789241598842. Consultado em 20 de março de 2013 
  17. «El Congreso acuerda que la homeopatía sea realizada solo por licenciados en Medicina y Cirugía». El País. 29 de setembro de 2009. Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  18. Ver as seguintes publicações:
  19. «OMS condena uso da homeopatia contra doenças perigosas». Estadão. 21 de agosto de 2009. Consultado em 17 de janeiro de 2012 
  20. Cause of disease, Creighton University School of Medicine, consultado em 31 de julho de 2009, cópia arquivada em 31 de dezembro de 2009 .
  21. Hahnemann S (1833–1921), The Organon of the Healing Art 5th/6th ed.  .
  22. Griffin, J. P. (2004). «Venetian treacle and the foundation of medicines regulation». British Journal of Clinical Pharmacology (em inglês). 58 (3): 317–325. ISSN 1365-2125. PMC 1884566 . PMID 15327592. doi:10.1111/j.1365-2125.2004.02147.x 
  23. «British Medical Journal». BMJ. 1: 283–84. 1871. doi:10.1136/bmj.1.533.283 
  24. a b Edzard Ernst; Singh, Simon (2008). Trick or Treatment: The Undeniable Facts about Alternative Medicine. W. W. Norton. New York: [s.n.] ISBN 978-0-393-06661-6 
  25. Lasagna L (1970) [1962]. The doctors' dilemmas. Collier Books. New York: [s.n.] ISBN 978-0-8369-1669-0 
  26. W. Steven Pray (1 de agosto de 2003). a History of Nonprescription Product Regulation. Psychology Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-7890-1538-9 
  27. Christopher Wanjek (13 de maio de 2013). «What is Homeopathy?». LiveScience (em inglês) 
  28. Dean ME (2001). «Homeopathy and "the progress of science"» (PDF). Hist Sci. 39: 255–83. PMID 11712570. doi:10.1177/007327530103900301 
  29. Robert W. Ullman; Judyth Reichenberg-Ullman (1 de outubro de 1994). The patient's guide to homeopathic medicine. Picnic Point Press. [S.l.: s.n.] pp. 1–2. ISBN 978-0-9640654-2-0 
  30. a b Holmes, Oliver Wendell (1861). «Homoeopathy and its kindred delusions: Two lectures delivered before the Boston Society for the Diffusion of Useful Knowledge». Currents and counter-currents in medical science. [S.l.]: Boston, Ticknor and Fields. pp. 72–188. OCLC 1544161. OL 14731800M 
  31. J. D. White; John Hugh McQuillen; George Jacob Ziegler; James William White; Lovick Pierce Anthony (eds.). «A wail from the waste-basket». The Dental Cosmos (editorial). 36: 1030–32 
  32. Atwood, Kimball. «Homeopathy and evidence-based medicine: back to the future». Science Based Medicine 
  33. Richard Haehl (1922). Samuel Hahnemann: His Life and Work : Based on Recently Discovered State Papers, Documents, Letters, Etc. B. Jain Publishers. [S.l.: s.n.] ISBN 978-81-7021-693-3 
  34. Anne Taylor Kirschmann (2004). A vital force: women in American homeopathy. Rutgers University Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-8135-3320-9 
  35. «Dynamization and dilution». Complementary and Alternative Medicine. Creighton University Department of Pharmacology 
  36. Hahnemann S (1833). The organon of the healing art 5 ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-87983-228-5 . Hahnemann S (1842). The organon of the healing art 6 ed. [S.l.]: 1921. ISBN 978-0-87983-228-5 
  37. a b c «History of Homeopathy». Creighton University Department of Pharmacology 
  38. John Henry Clarke (1 de janeiro de 2001). Homeopathy explained. Nanopathy. [S.l.: s.n.] 22 páginas. GGKEY:JWCD56EF80T 
  39. a b King S. «Miasms in homeopathy». Classical homeopathy 
  40. Ward JW. «Taking the history of the case» 
  41. «Cause of disease in homeopathy». Creighton University Department of Pharmacology 
  42. Encyclopædia Britannica. Encyclopædia Britannica, Inc. 13 Encyclopædia Britannica ed. [S.l.: s.n.] 1911 
  43. Whorton JC (2004). Nature Cures: The History of Alternative Medicine in America. Oxford University Press US. New York: [s.n.] pp. 18, 52. ISBN 978-0-19-517162-4 
  44. Shelton, JW (2004). Homeopathy: How it really works. Prometheus Books. Amherst, New York: [s.n.] ISBN 978-1-59102-109-4 
  45. Miller, Timothy (1995). America's alternative religions. State University of New York Press, Albany. [S.l.: s.n.] pp. 80. ISBN 978-0-7914-2397-4 
  46. Winston J (2006). Homeopathy Timeline. Whole Health Now. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-473-05607-0 
  47. Toufexis A, Cole W, Hallanan DB (September 25, 1995). "Is homeopathy good medicine?". Time.
  48. «Homeopathy revisited». Archives of Internal Medicine. 156: 2162–4. 1996. PMID 8885813. doi:10.1001/archinte.156.19.2162 
  49. Coulter HL (1973). Divided Legacy. North Atlantic. Berkeley: [s.n.] pp. II:544–46; III:267–70, 298–305. OCLC 9538442 
  50. Forbes J (1846). Homeopathy, allopathy and young physic. London: [s.n.] 
  51. Simpson JY (1853). Homoeopathy, its tenets and tendencies, theoretical, theological and therapeutical. Sutherland & Knox. Edinburgh: [s.n.] 
  52. Allen JA, ed. (1867). «Homœopathists vs homœopathy». Chic Med J. 24: 268–69 
  53. Paul Ulrich Unschuld (9 de agosto de 2009). What Is Medicine?: Western and Eastern Approaches to Healing. University of California Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-520-94470-1 
  54. «Homeopathic Hassle». Time 
  55. Rader WM. «Riding the coattails of homeopathy's revival». FDA Consumer Magazine 
  56. Lockie, Andrew (2000). Encyclopedia of Homeopathy. Dorling Kindersley 1st ed. New York: [s.n.] ISBN 978-0-7566-1871-1 
  57. Jonas (2003). «A critical overview of homeopathy.». Annals of Internal Medicine. 138: 393–99. PMID 12614092. doi:10.7326/0003-4819-138-5-200303040-00009 
  58. O'Hara M. «A question of health or wealth?». The Guardian 
  59. «FDA takes new look at homeopathy». Science. Under FDA guidelines issued in 1988, a company can sell homeopathic products over the counter without demonstrating their safety or efficacy, and―unlike dietary supplements―their packaging can include claims about treating specific conditions, as long as they are "self-limiting" and not chronic. Such conditions include sprains, colds, or allergies. 
  60. «Homeopathic Product Regulation: Evaluating the Food and Drug Administration's Regulatory Framework After a Quarter-Century; Public Hearing». Federal Register 
  61. Bruce M. Hood (7 de abril de 2009). SuperSense. HarperCollins. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-06-186793-4 
  62. «Death by homeopathy: issues for civil, criminal and coronial law and for health service policy». Journal of Law, Medicine & Ethics. 19: 454–78. 2012. PMID 22558899 
  63. a b Donnelly, Laura (5 de junho de 2018). «High Court backs NHS decision to stop funding homeopathy». Daily Telegraph. Consultado em 26 de agosto de 2018 
  64. «The Australian report». HRI Research 
  65. «Pharmacies avoid homeopathy ban as government parks recommendations». Sydney Morning Herald 
  66. «Canada cancels homeopathic foreign aid to Honduras». BBC News 
  67. «Homeopathic care Diversifying front-line health care». TSF 
  68. France will end healthcare refunds for homeopathic drugs.
  69. «Filosofia Homeopática | BVS Homeopatia». Consultado em 16 de maio de 2021 
  70. «Portal da Secretaria de Atenção Primária a Saúde». aps.saude.gov.br. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  71. «Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso» (PDF). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde. 2 ed. 2015. ISBN 978-85-334-2146-2. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  72. http://revista.aph.org.br/index.php/aph/article/view/18
  73. CHOFFAT, François. Homeopatia e medicina - Um novo debate. São Paulo: Loyola, 1996
  74. LOPES, Antônio Carlos. Diagnóstico e Tratamento. Barueri: Manole, 2006.
  75. Homeopatia Veterinária. HOMEOPATIA. Acesso em 15 de janeiro de 2012
  76. Homeopatia: ciência ou superstição. WINDISCH NETO, Hermann. Acesso em 2009.08.27
  77. «MENDES, Gisele (MsC). Fotocatálise heterogênea na oxidação de arsênio e sua remoção de águas da região do Quadrilátero Ferrífero – MG». Viçosa (MG): UFV. Julho de 2007. Consultado em 29 de agosto de 2009. Arquivado do original em 7 de novembro de 2011 
  78. «Oscillococcinum: Bula original, extraída manualmente da Anvisa | CR». Consulta Remédios. Consultado em 16 de janeiro de 2021 
  79. Villanueva, John Carl (30 de julho de 2009). «How Many Atoms Are There in the Universe?». Universe Today (em inglês). Consultado em 16 de janeiro de 2021 
  80. Natalia Pasternak, Carlos Orsi (novembro de 2019). «Brasil desperdiça recursos com terapias alternativas». Jornal da USP 
  81. Shang, Aijing; Huwiler-Müntener, Karin; Nartey, Linda; Jüni, Peter; Dörig, Stephan; Sterne, Jonathan AC; Pewsner, Daniel; Egger, Matthias (2005), «Are the clinical effects of homoeopathy placebo effects? Comparative study of placebo-controlled trials of homoeopathy and allopathy», The Lancet, 366 (9487): 726–732, PMID 16125589, doi:10.1016/S0140-6736(05)67177-2 
  82. «Homeopatia não tem comprovação, diz estudo britânico»  - Jornal Nacional, 22 de fevereiro de 2010 (visitado em 23-2-2010).
  83. M.L. Cowan, B.D. Bruner, N. Huse, J.R. Dwyer, B. Chugh, E.T.J. Nibbering, T. Elsaesser, and R.J.D. Miller, Ultrafast Memory Loss and Energy Redistribution in the Hydrogen Bond Network of Liquid H2O, Nature 2005, 434(7030), 199-202.[1]
  84. Committee for Skeptical Inquiry
  85. «Homeopathy protesters to take 'mass overdose' outside Boots»  por Sam Jones. Guardian, 29 de janeiro de 2010.
  86. Ballone GJ, Ortolani IV - O Placebo e a Arte de Curar, in 2003
  87. McMillan, Franklin D. “The placebo effect in animals.” J Am Vet Med Assoc 1999; 215, No. 7:992–999.
  88. McMillan, Franklin D. “Effects of human contact on animal health and well-being.” J Am Vet Med Assoc 1999; 215, No. 11:1592–1598.
  89. http://www.medcenter.com/medscape/Content.aspx?id=7178 ClinicalTrials NCT00182312
  90. «Lisboa adere a overdose homeopática» 
  91. «Associação marca "overdose" de produtos homeopáticos» 
  92. «Campanha 10:23 Portugal». COMCEPT. Consultado em 28 de março de 2013 
  93. 1023.haaan.com. «Desafio 10:23». Consultado em 28 de março de 2013 
  94. «Desafio 10:23 pelo Brasil». 7 de fevereiro de 2011. Consultado em 28 de março de 2013 
  95. L Abrantes (9 de abril de 2012). «COMCEPT e o evento 10:23 Portugal». 10:23 Portugal. Consultado em 28 de março de 2013 
  96. «"Homeopatia - Overdoses" para todos os gostos». Visão. 17 de fevereiro de 2011. Consultado em 7 de março de 2010 
  97. Gavura, Scott. «Australia ends insurance subsidies for naturopathy, homeopathy, and more». sciencebasedmedicine.org (em inglês). Consultado em 3 de abril de 2019 
  98. «The Australian report». HRI Research. Hri Research. 6 de abril de 2017. Consultado em 13 de agosto de 2018 
  99. «Belgium» (em inglês). The European Committee for Homeopathy. Consultado em 31 de outubro de 2020 
  100. «A presença da homeopatia nas faculdades de medicina brasileiras resultados de uma investigação exploratória». Revista Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro. Julho–setembro de 2008 
  101. «Homeopatia na USP». Consultado em 26 de junho de 2010. Arquivado do original em 17 de agosto de 2007 
  102. MEC (19 de outubro de 2017). «Resolução CNE/CES nº 6, de 19 de outubro de 2017 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia e dá outras providências.» (Nota de imprensa). Consultado em 13 de agosto de 2018 
  103. a b Ansede, Manuel (29 de novembro de 2016). «Homeopatia nos EUA terá que colocar avisos de que não funciona». Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  104. France-Presse, Agence (10 de julho de 2019). «France to stop reimbursing patients for homeopathy». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 30 de julho de 2019 
  105. «NHS to ban homeopathy and herbal medicine, as 'misuse of resources'». Daily Telegraph. 21 de julho de 2017. Consultado em 21 de julho de 2017 

Bibliografia

editar

Secundária

editar

Primária

editar

Ligações externas

editar
 
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Homeopatia