Igarapé
Igarapé o nome popular utilizado na Amazônia para descrever um curso de água relativamente estreito e pouco profundo[1]. Em outras regiões do Brasil, esses ambientes podem ser chamados de arroio, córregos, riachos ou ribeirão. Eles estão presentes em grande número na Bacia amazônica, onde tem papel importante para o transporte de pessoas e alimentos, por meio de barcos e voadeiras. Esses cursos de água também podem são importantes para o lazer. Geralmente, são associados a cursos de água que correm pelo interior da floresta, mas com o crescimento urbano nos grandes centros como Manaus e Belém, muitos desses ambientes estão sendo impactados pelo desmatamento e entrada de efluentes orgânicos e industriais, reduzindo a integridade ambiental e a biodiversidade nos igarapés[2].
Etimologia
editarA palavra foi adotada do tupi, significando "caminho de canoa", através da junção dos termos ygara (canoa) e apé (caminho)[1].
Características
editarOs igarapés são corpos de água menores que os rios maiores e se distinguem por vegetação ripária. Geralmente são estreitos e cobertos por árvores, o que impede a entrada de muita luz solar. Como resultado, a água é mais fria e há poucas macrófitas ou algas crescendo. A matéria orgânica que alimenta os peixes e invertebrados provém das folhas e galhos da vegetação ripária que caem na água. Dessa forma, os igarapés dependem fortemente da vegetação ao redor, e, caso essa vegetação seja removida, todo o ecossistema do igarapé pode mudar significativamente, afetando muitas espécies.
Os igarapés em áreas não impactadas apresentam pH ácido, baixa condutividade elétrica e fundos arenosos, com trechos cobertos por folhas em decomposição. Troncos e galhos caídos criam pequenos habitats para peixes e outros animais. Cada igarapé pode abrigar espécies únicas de peixes e organismos aquáticos. Por exemplo, um único igarapé preservado na Amazônia pode conter mais espécies de peixes do que todos os rios da Europa juntos[3] .
Referências
- ↑ a b «Igapó ou Igarapé? Entenda a diferença - Portal Amazônia». portalamazonia.com. 18 de janeiro de 2022. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ Martins, Renato T.; Couceiro, Sheyla R.M.; Melo, Adriano S.; Moreira, Marcelo P.; Hamada, Neusa (fevereiro de 2017). «Effects of urbanization on stream benthic invertebrate communities in Central Amazon». Ecological Indicators (em inglês): 480–491. doi:10.1016/j.ecolind.2016.10.013. Consultado em 22 de julho de 2024
- ↑ «A floresta que não conhecemos». 15 de julho de 2015. Consultado em 22 de julho de 2024
Ligações externas
editar- «Folclore amazônico». . Acessado em 11 de abril de 2008.