Sistema de ignição
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Um sistema de ignição é qualquer sistema que inflame[1] uma mistura de ar e combustível.
Sistemas de ignição são bem conhecidos no campo dos motores de combustão interna, tais como os motores a gasolina usados na indústria automotiva, apesar de não se restringirem a estes.
Breve histórico
editarNa prática, ao longo dos últimos cem anos, existiram basicamente cinco sistemas de ignição: por chama piloto, por tubo quente, por magneto, por bateria e mais recentemente a ignição eletrônica.
Primeiro a chama
editarEm uso desde o final da década de 1880, o sistema de ignição por chama teve duas versões: a primeira, envolvia expor parte da mistura ar / combustível à uma chama piloto através de um ou mais orifícios, sistema esse que se mostrou bastante perigoso.[2] O sistema por tubo quente, foi uma evolução, mas se mostrou muito frágil, de comportamento irregular e sujeito à falhas.[3]
Depois a centelha
editarA evolução seguinte, foi substituir a chama por uma centelha, que permitia um controle de temporização da combustão, além de ser mais leve, seguro e durável. Os primeiros sistemas de ignição por centelha utilizavam um pequeno gerador e um imã, ficando conhecido popularmente como magneto. Apesar de a invenção do sistema de ignição por magneto ter sido atribuída a vários inventores, Siegfried Marcus recebeu a concessão de uma patente sobre o sistema em 1883, que se tornou o padrão na indústria automotiva até o surgimento do sistema de ignição por bateria.[3]
O primeiro sistema de avanço manual de centelha foi colocado no mercado em 1901 pela Packard, e dali por diante os motoristas controlavam o avanço do sistema de ignição através de uma alavanca na coluna de direção. A Studebaker foi a pioneira na introdução do avanço à vácuo em 1930, e a Chrysler instalou a primeira unidade combinando avanço centrífugo e à vácuo em 1931.[3]
Em 1961, a divisão Delco da General Motors anunciou um sistema de ignição que eliminava pontos de contato e condensadores usando um circuito eletrônico. A Chrysler apresentou e tornou de uso padrão um sistema semelhante em 1972, tornando o sistema de ignição sem avanço de ponto universal. Durante a década de 1980 os computadores de bordo passaram a administrar o controle de avanço com mapas tridimensionais.[3]
Com o uso da eletricidade, a geração de centelhas ficou bastante facilitada e essa alternativa veio evoluindo ao longo dos anos.
- Os principais sistemas que fizeram uso dessa facilidade são
Por compressão
editarOs motores a diesel utilizam o sistema de ignição por compressão, e não utilizam eletricidade para esta função. É o chamado ciclo diesel, conhecido desde 1900.[4]
Utilização
editarEm turbinas
editarEm turbinas a gás e motores a jato é usado o sistema CDI, apenas durante o acionamento ou no caso da chama da câmara de combustão se apagar.
Em foguetes
editarO sistema de ignição utilizado em foguetes, variou desde a chama direta nas primeiras experiências, passando pelo sistema de ignição pirotécnico e chegando ao sistema de ignição hipergólico utilizado nos chamados "foguetes modernos", desde a década de 1940 com o foguete V-2. O sistema pirotécnico de ignição, faz uso de eletricidade para acender tochas pirotécnicas de combustão lenta, geralmente compostas de algum tipo de combustível sólido, ou no caso do sistema hipergólico, acionar a mistura dos componentes (geralmente líquidos) que entram em combustão por contato.[5]
Em automóveis
editarA criação do sistema de ignição automotivo foi oficialmente atribuída ao americano Charles Kettering que inventou (entre outras coisas), um sistema de ignição elétrico específico para motores de automóveis, efetuando o primeiro teste num Cadillac em fevereiro de 1911. Já em 1912, o sistema foi adotado como padrão nos carros da Cadillac. A invenção foi muito bem recebida, pois deixava de lado o desconfortável, e as vezes perigoso, sistema mecânico de ignição por manivela. A patente desse sistema, só foi concedida à Kettering pelo governo dos Estados Unidos em 1915.[6]
- Componentes e funcionamento
- O Magneto foi o primeiro sistema de ignição, é um gerador de eletricidade. Este componente não é mais utilizado.
- O principal componente é a bobina de ignição, através do fenômeno da indução consegue elevar a baixa voltagem disponível no sistema elétrico do automóvel em uma tensão alta o suficiente para vencer a resistência encontrada dentro da câmara de combustão devido a alta pressão.
- O distribuidor direciona a corrente para a vela do cilindro que se encontra no momento da explosão, para isso trabalha sincronizado com o motor.
- Os cabos de ignição são responsáveis por conduzir a alta tensão produzida na bobina até as velas sem perda, passando ou não pelo distribuidor.
- O platinado é um interruptor liga/desliga que fica posicionado de modo que sua abertura dispare a faísca na bobina, fica localizado dentro do distribuidor em contato ao seu eixo que possui um ressalto. Esse componente está obsoleto, por ter um desgaste elevado.
- A bobina impulsora substitui o platinado, é um gerador de sinal indutivo, ou seja, não entra em contato com o eixo garantindo maior durabilidade.
- A vela conduz a alta tensão para dentro da câmara de combustão através do eletrodo central produzindo a faísca.
- Nos sistemas mais modernos o sistema de ignição foi incorporado à central de injeção eletrônica, onde é controlado e modificado momento do disparo da bobina de acordo com os mapas de ignição contidas na central.
Nos sistemas modernos também está extinto o distribuidor, sendo este substituído pela ignição estática. Ha exemplos de automóveis da Ford, como o modelo Escort MK4, modelos 1993/94 entre outros, onde é utilizado o sistema de ignição eletrônica hall, com bobina plástica, com distribuidor.
Ver também
editarReferências
- ↑ Wikcionário - inflamar
- ↑ Mackey, Andrew K. (Novembro de 2014). «Flame Ignition Basics». Gas Engine Magazine. Gas Engine Magazine. Consultado em 7 de junho de 2015
- ↑ a b c d «IGNITION SYSTEM». Automobile History. motorera.com. Consultado em 6 de junho de 2015
- ↑ Schulz, Daniel (2009). «CICLO DE DIESEL». UFRGS. Consultado em 7 de junho de 2015
- ↑ Huze, Dieter K.; David H. Huang (1992). Modern Engineering for Design of Liquid-Propellant Rocket Engines. Washington - DC: American Institute of Aeronautics and Astronautics. p. 120-126. ISBN 1-56347-013-6. Consultado em 7 de junho de 2015
- ↑ «Ignition». Car history for you. carhistory4u.com. Consultado em 6 de junho de 2015. Arquivado do original em 24 de agosto de 2015
Bibliografia
editar- Crawford MacKeand: Sparks and Flames: Ignition in Engines -- An Historical Approach, Montchanin, Del.: Tyndar Press, 1997, ISBN 978-0-9659-0664-7 (em inglês)
- Rodney Carlisle: Scientific American Inventions and Discoveries: All the Milestones in Ingenuity From the Discovery of Fire to the Invention of the Microwave Oven, Wiley; 1 edition (August 1, 2004), ISBN 978-0-4712-4410-3 (em inglês)
Ligações externas
editar
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- Encyclopedia.com: "ignition" (em inglês)
- Ciclo Termodinâmico Diesel (em português)
- Nicolaus Otto developed the four-stroke combustion engine (em inglês)
- Eletrônica automotiva - 9 (Ignição eletrônica) (em português)
- Building running model "hot bulb" engines (em inglês)
- 1000 Engine Rally 2000 (em inglês)