Igreja de Nossa Senhora da Guia (Lucena)
A Igreja de Nossa Senhora da Guia localiza-se no município brasileiro de Lucena, Estado da Paraíba. No local realiza-se anualmente a «Festa da Guia», um festejo com partes profana e religiosa, envolvendo toda a comunidade local.
Igreja de Nossa Senhora da Guia | |
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Informações gerais | |
Estilo dominante | Barroco Rococó - Tropicalizado |
Arquiteto | Frades Carmelitas |
Início da construção | Século XVI |
Inauguração | Século XVI |
Diocese | Paraíba |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Lucena Paraíba |
Coordenadas | 6° 57′ 14″ S, 34° 52′ 39″ O |
Localização em mapa dinâmico |
História
editarSua fundação é obra dos frades Carmelitas, religiosos que pertenciam à Ordem de Nossa Senhora do Carmo, que chegaram à Paraíba em 1591, tendo um papel importante na catequização dos indígenas locais. Foi iniciada em fins do século XVI, passando depois por fases de construção e acabamento.[1]
No livro O Barroco na Paraíba: Arte, Religião e Conquista pode-se ler:
(...) Erguida num ponto estratégico, do qual se tem, até hoje, uma visão privilegiada de toda foz do rio Paraíba (...) o local onde foi edificado o templo se situava numa área próxima a um aldeamento indígena, cuja conversão e catequese se constituíam num dos principais objetivos dos carmelitas, já que essas eram algumas das condições pelas quais a Coroa Portuguesa doava terras às ordens religiosas. Ora, era muito mais importante que se 'amansassem' os silvícolas, disponibilizando-os para o trabalho nos engenhos de açúcar, do que, efetivamente, se convertesse aquelas almas para o evangelho.[1]
Na época das invasões holandesas à Paraíba (1634–1654) os neerlandeses transferiram índios das localidades de Pontal e Jacuípe para a Guia, mas, não se adaptando, os autóctones abandonaram o local assim que puderam.[2] Já em 1877, a igreja e seu entorno foram transformados em uma colônia para retirantes do sertão.[2][3]
Características
editarA igreja localiza-se estrategicamente em cima de um platô a menos de um quilômetro de distância da foz do rio Soé, no município de Lucena, não muito distante do distrito de Costinha. O acesso se dá de barco, a partir de Cabedelo, ou pelas rodovias estaduais PB-008, PB-025 e PB-019, via Lucena.
A igreja foi construída em estilo denominado barroco Rococó e apresenta em sua fachada desenhos extravagantes, como as figuras popularmente conhecidas como «anjos deformados». Há também em profusão na fachada frutos tropicais, o que caracteriza a Tropicalização do Barroco, levando alguns a denominar "Barroco Tropical" a essas particularidades, porém não existe essa fase na Arte Barroca, também encontram-se coroas, cetros, armas do Império Colonial Português, entre outros motivos, como uma caveira em pedra calcária.[1] É um dos mais representativos monumentos da arquitetura colonial na Paraíba, e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) desde 16 de maio de 1949.
Segundo o historiador Percival Tirapeli, a Guia é a igreja que contém maior altar construído em pedra calcária do Brasil.[4]
Ligações externas
editarReferências
- ↑ a b c OLIVEIRA, Carla Mary S. O Barroco na Paraíba: arte, religião e conquista. [S.l.]: Edição própria. 128 páginas. ISBN : 9788523704254 Verifique
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(ajuda) - ↑ a b MEDEIROS, Coriolando de (1950). Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba. [S.l.]: Departamento de Imprensa Nacional. 289 páginas
- ↑ OLIVEIRA SOBRINHO, Reinaldo de (2002). Anotações para a História da Paraíba, volume 1. [S.l.]: Ideia. 210 páginas. ISBN : 9788575390245 Verifique
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(ajuda) - ↑ Adm. da Arquidiocese da Paraíba (2007). «Igrejas e Capelas tombadas pelo IPHAN». Arquivo Eclesiástico da Paraíba. Consultado em 6 de junho de 2013. Arquivado do original em 12 de novembro de 2010