Igreja de Nossa Senhora da Oliveira (Guimarães)
Tipo | |
---|---|
Parte de | |
Estilo | |
Estatuto patrimonial |
Monumento Nacional (d) |
Localização |
---|
Coordenadas |
---|
A Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, também referida como Insigne e Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, Igreja e Colegiada de Guimarães e Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Oliveira,[1] localiza-se na atual freguesia de Oliveira, São Paio e São Sebastião, no Centro Histórico de Guimarães, no distrito de Braga, em Portugal.[2]
É um dos mais significativos exemplares de arquitectura gótica no norte do país.[carece de fontes]
Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.[2]
História
editarA ocupação do local tem origem num mosteiro pré-românico, fundado por Mumadona Dias em 949.[3] Para a proteção deste mosteiro foi erguida uma fortificação que antecedeu o atual Castelo de Guimarães. No início do século XII, este mosteiro daria lugar à Colegiada de Santa Maria de Guimarães, uma das mais importantes e ricas instituições religiosas do país na Baixa Idade Média.
Da construção original românica restam poucas peças materiais, e a documentação é insuficiente para a sua compreensão. Conserva-se uma quadra do claustro do século XII, embora bastante modificada durante o período Manuelino, onde são visíveis alguns capitéis, e a frontaria da sala do capítulo. Um capitel românico, datado da segunda metade do século XII e proveniente do portal principal da igreja [nota 1], revela uma iconografia tipicamente beneditina, alusiva ao confronto entre o bem e o mal.
Durante o século XIV a Colegiada tornou-se um importante centro de peregrinação em função da veneração da imagem de Santa Maria, a mesma que seria objeto de devoção por parte de João I de Portugal na véspera da batalha de Aljubarrota. Em 1387, como cumprimento de um voto a Santa Maria, o próprio soberano financia a remodelação do edifício. As obras estariam concluídas na sua quase totalidade em 1401, tendo cessado os trabalhos em 1413.
Características
editarA igreja possui uma estrutura planimétrica simples de três naves com três tramos, com transepto saliente, solução comum no gótico mendicante. A ruptura é dada por outros elementos. A janela do nível superior da fachada, de grandes dimensões, e organizada como um retábulo, constitui um dos melhores programas iconográficos góticos em Portugal. É integralmente dedicado à genealogia da Virgem, composta por uma Árvore de Jessé e a Anunciação da mensagem mariana. Da época gótica é ainda visível parte das asnas da cobertura das naves, decoradas com painés de pinturas com iconografia heráldica e bestiária.
O projeto tem autoria de João Garcia de Toledo, arquitecto da corte e ligado às principais obras do reinado de Fernando I de Portugal que se manteve no cargo após a crise de 1383-85.
Durante a época moderna o edifício sofreu várias alterações e remodelações. A nova capela-mor, data do reinado de Pedro II de Portugal e é bastante mais profunda que a original. O interior foi revestido com talha dourada cuja autoria é atribuída a Pedro Alexandrino de Carvalho.
A Igreja de Nossa Senhora da Oliveira marca o final de uma fase do gótico nacional, sendo as décadas seguintes marcadas pela enorme influência de gosto Inglês que o Mosteiro da Batalha iria exercer em todo o território.
Toponímia - Lenda da Nossa Senhora da Oliveira
editarConta a lenda que Wamba, o rei godo, trouxe do Jardim das Oliveiras de Jerusalém uma Oliveira que plantou em S. Torcato, para que com o seu azeite pudesse depois alumiar o corpo do santo bispo. No séc. XIV, a Oliveira foi plantada na Praça Maior da Vila, mas não resistiu e acabou por secar. Assim permaneceu, até que, em 1342, foi colocada junto a ela uma cruz, a mesma que se encontra atualmente no centro do Padrão do Salado. Este cruzeiro foi oferecido por Pero Esteves, um negociante vimaranense que, segundo a lenda, o terá trazido da Normandia. Três dias depois, a oliveira reverdece, com novos rebentos. Os habitantes de Guimarães atribuíram esse facto a um milagre de Nossa Senhora da Vitória que, desde então, passou a ser chamada de Nossa Senhora da Oliveira.[carece de fontes]
A “oliveira do milagre” permaneceu na praça aproximadamente até 1870, data em que foi removida. Todavia, em 1985, aquando do último restauro da praça, uma Oliveira voltou a ocupar o lugar da árvore original. No polígono de pedra que a envolve, encontram-se assinaladas as três datas mais importantes da sua história: 1342, 1870 e 1985.[carece de fontes]
Ver também
editarNotas
- ↑ Conservado no Museu Alberto Sampaio.
Referências
- ↑ «Igreja de Nossa Senhora da Oliveira: Guimarães Turismo». www.guimaraesturismo.com. Consultado em 8 de fevereiro de 2017
- ↑ a b Ficha na base de dados SIPA
- ↑ «DGPC | Pesquisa Geral». www.patrimoniocultural.pt. Consultado em 8 de fevereiro de 2017
Ligações externas
editar- «Igreja de Nossa Senhora da Oliveira». , ficha no IGESPAR.