A ilha Manoel (em maltês: Il-Gżira Manoel) é uma ilha da República de Malta, na cidade de Gżira. Antigamente era conhecida como ilha do Bispo ou Gżira tal-Isqof em maltês. Encontra-se unida à cidade de Gżira por uma pequena ponte.

Manoel
Il-Gżira Manoel
Manoel está localizado em: Malta
Manoel
Coordenadas: 35° 54' 13" N 14° 30' 8" E
Geografia física
País  Malta
Arquipélago Ilhas Maltesas
Ponto culminante 17 m
Área 0,3  km²

Fotografia aérea da ilha Manoel

Em 1643, Jean Paul Lascaris, grão-mestre da Ordem de Malta, construiu na ilha um hospital para enfermos de peste e de cólera, duas doenças então frequentes a bordo dos barcos.

A ilha deve o seu nome ao grão-mestre português António Manoel de Vilhena, que em 1726 fez construir um forte na parte oriental da ilha.

Vista da ilha Manoel.

Geografia

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A ilha Manoel é plana, em forma de folha. Está no meio do porto de Marsamxett, com a baía de Lazzaretto a sul e a baía de Sliema a norte. A ilha está ligada à ilha de Malta por uma ponte. Toda a ilha é visível a partir das fortalezas da capital La Valeta.[1]

História

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Em 1570 a ilha passou para mãos do Cabido da Catedral de Mdina e passou a ser propriedade do bispo de Malta. Foi então que passou a chamar-se ilha do Bispo. Depois da epidemia de peste de 1592, foi ali construído um hospital de quarentena, conhecido como Lazzaretto. O hospital consistia em cabanas de madeira e foi demolido um ano após o término da epidemia.

Em 1643, durante o governo do Grão-Maestre João de Lascaris-Castellar, da Ordem de São João, a ilha voltaria para as mãos da Igreja por troca com uma propriedade rural em Rabat, e foi quando foi mandado construir um hospital permanente para controlar os casos periódicos de peste e cólera que surgiam com as visitas dos barcos. O hospital serviu inicialmente como residência para passageiros de barcos emn quarentena. Foi melhorado constantemente durante o período em que governaram os grão-mestres Nicolás Cotoner y de Oleza, Gregorio Carafa e António Manoel de Vilhena.[2]

Entre 1723 e 1733, durante o governo de António Manoel de Vilhena, foi contruído um novo forte na ilha, que recebeu o nome Forte Manoel, dando também nome à ilha. A fortaleza é um típico exemplo da engenharia militar do século XVIII, tendo planos originais de René Jacob de Tigné que poderão ter sido muodificados pelo seu amigo e sócio Charles François de Mondion, enterrado na cripta debaixo do forte. O forte possui um magnífico pátio quadrilateral, uma praça de armas e arcadas. Existe uma capela barroca dedicada a Santo António de Lisboa, administrada diretamente pela Ordem. Durante o domínio britânico, a missão do Hospital continuou e entre 1837 e 1838, sob Sir Henry Bouverie como Governador, o hospital foi mesmo ampliado. Foi brevemente utilizado como quartel militar, mas foi restaurado à sua função original em 1871. No século XIX, algumas cartas e pacotes recebidos foram descontaminados no Gabinete de Desinfeção do hospital para evitar a propagação de doenças. Durante a Segunda Guerra Mundial, durante o Cerco de Malta, a Ilha Manoel e o seu forte foram utilizados como base naval da Marinha Real Britânica, com o nome de código "HMS Talbot" e "HMS Phoenicia". O forte permaneceu abandonado durante muitos anos e tanto o Forte Manoel como o Hospital foram devastados. A renovação do forte começou no início do século XXI.[3]

Atualidade

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Atualmente a ilha Manoel alberga um estaleiro de iates e uma marina para embarcações de recreio até 80 metros de calado, contando com um total de 350 amarrações.

Ver também

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Referências

  1. «Manoel Island». Local Councils' Association. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  2. Muscat, Ben (27 de outubro de 2008). «Brief history of the lazaretto (1)». Times of Malta. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  3. Said, Frans H. (27 de outubro de 2008). «Brief history of the lazaretto (2)». Times of Malta. Consultado em 22 de agosto de 2014 

Ligações externas

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