Ferrovias Indianas

empresa que gere o sistema estatal de ferrovias da Índia
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Ferrovias Indianas
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Criação
Forma jurídica
Sede social
Sector de atividade
Efectivos
1 230 000 ()
Proprietário

As Ferrovias Indianas[1] (em inglês: Indian Railways, abreviado como IR; em hindi भारतीय रेल, abreviado como भारे) são uma agência governamental de propriedade do Ministério das Ferrovias, Governo da Índia, que opera o sistema ferroviário nacional da Índia.[2] Gerencia a quarta maior rede ferroviária do mundo em tamanho, com uma extensão de rota de 67.956 km em 31 de março de 2020. 45.881 km, ou 71% de todas as rotas de bitola larga, eram eletrificados com tração elétrica de 25 kV AC em 1º de abril de 2020.[3]

No ano fiscal encerrado em março de 2020, a IR transportou 8,086 bilhões de passageiros e 1,212 bilhão de toneladas de carga. A IR opera 13.169 trens de passageiros diariamente, em rotas de longa distância e suburbanas, cobrindo 7.325 estações em toda a Índia. Os trens expressos, os tipos mais comuns de trens, operam a uma velocidade média de 50,6 km/h. Os trens-unidades elétricos suburbanos funcionam a uma velocidade média de 37,5 km/h. Os trens de passageiros comuns operam a uma velocidade média de 33,5 km/h. A velocidade máxima dos trens de passageiros varia, com o Expresso Gatimaan operando a uma velocidade máxima de 160 km/h.[3]

No segmento de cargas, a IR opera 8.479 trens diariamente. A velocidade média dos trens de carga é de cerca de 24 km/h. A velocidade máxima dos trens de carga varia de 60-75 km/h, dependendo de sua carga por eixo, com trens de 'contentores especiais' operando a uma velocidade máxima de 100 km/h.[3]

Em março de 2020, o material circulante da IR consistia em 2.93.077 vagões de carga, 76.608 vagões de passageiros e 12.729 locomotivas. A IR possui instalações de produção de locomotivas e carruagens em vários locais na Índia. Tinha 1,254 milhão de funcionários em março de 2020, tornando-se o oitavo maior empregador do mundo. O governo se comprometeu a eletrificar toda a rede ferroviária da Índia até 2023–24 e se tornar uma "ferrovia líquida zero (em emissões de carbono)" até 2030.[4]

Histórico

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A empresa Ferrovias Indianas é fruto de longo processo de fundação de companhias ferroviárias independentes ao longo dos séculos XIX e XX, partindo do interesse das potencias coloniais em reforçar seus domínios, a saber: Índia Portuguesa, Índia Britânica, Índia Francesa e Índia Dinamarquesa. A única colónia que não participou deste processo foi a Índia Neerlandesa, que foi suprimida em 1825.

Século XIX: primeiras ferrovias e empresas

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As primeiras propostas de linhas ferroviárias para a Índia foram feitas no intuito de ligar áreas próximas a Chenai, no ano de 1832.[5] O Caminho de Ferro do Morro Vermelho (Red Hill railway), a primeira linha do país, ia de Sengundram (antigamente Morros Vermelhos ou Red Hills) à ponte Chintadripet, nas zonas próximas a Chenai, em 1837. A ferrovia foi usada principalmente para transportar pedra de laterita para a construção de estradas em Chenai.[5] A composição era rebocada por uma locomotiva rotativa a vapor. Em 1845, uma nova linha ferroviária foi aberta para dar suporte a construção da barragem de Godavari, ligando a vila de Dowleswaram a cidade de Rajahmundry. As primeiras linhas (construídas com projeto do engenheiro britânico Arthur Cotton) foram, portanto, industriais, para dar suporte a empreendimentos.[5]

Para gerir essas primeiras linhas, em 8 de maio de 1845 foi criada a empresa Ferrovia Madras (Madras era o antigo nome de Chenai), que se tornaria a primeira predecessora das Ferrovias Indianas.[5] Seguiu-se, naquele mesmo ano, a criação da empresa Companhia Ferroviária das Índias Orientais, que deveria construir uma malha ferroviária entre Calcutá e Déli, seguindo o vale do rio Ganges.[6]

Em 1º de agosto de 1849 foi criada a empresa Grande Ferrovia Peninsular Indiana, por lei do parlamento;[5] ao contrario das duas anteriores, esta era a primeira empresa férrea com capitais do Estado britânico, embora minoritário. Seguiu-se a este ato, no dia 17 do mesmo mês e ano, o famoso "sistema de garantia", fornecendo terras gratuitas e uma taxa de retorno garantida de cinco por cento para empresas britânicas privadas que desejavam construir ferrovias.[5]

Primeira metade do século XX: fusões de empresas e expansão do sistema

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A empresa Ferrovia Madras foi fundida com a empresa Ferrovia do Sul de Maarastra em 1908 para formar as Ferrovias de Madras e Sul de Maarastra em 1908. A mesma companhia, em 1 de abril de 1944, tornou-se a primeira a ser estatizada pelo governo da Índia, formando o esboço das Ferrovias Indianas.[7]

Segunda metade do século XX: estatização do sistema e eletrificação

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Mapa da rede ferroviária da Índia, em 2006.

A reorganização das ferrovias na Índia em zonas regionais começou em 1951, quando as as Ferrovias de Madras e Sul de Maarastra tornam-se as Ferrovias Indianas.[8] Em 14 de abril de 1951, o capital circulante da companhia Ferrovias de Madras e Sul de Maarastra, juntamente com as companhias Ferrovias do Sul da Índia e Ferrovias do Estado de Maiçor foram fundidas para formar a subsidiária das Ferrovias do Sul, uma das divisões da empresa Ferrovias Indianas. Em 5 de novembro do mesmo ano foram criadas as subsidiárias Ferroviária Central e Ocidental.[9] Naquele ano, o cargo de Comissário Chefe das Ferrovias foi abolido e o Conselho das Ferrovias adotou a prática de tornar seu membro mais antigo o presidente do conselho. No mesmo ano, o governo de Bengala Ocidental estatizou a Companhia de Vias Férreas de Calcutá. As zonas ferroviárias do Norte, Leste e Nordeste foram criados em 14 de abril de 1952. Ao final de 1952 já estavam formadas as 16 subsidiárias de zona das Ferrovias Indianas.[9]

Mesmo após a formação do sistema de zonas das Ferrovias Indianas, e a estatização total do sistema, algumas empresas estatais autônomas funcionam em trechos mais vitais.

Referências

  1. Pereira, Hugo Silveira.; Kerr, Ian J.. (29 de julho de 2019). «Caminhos de ferro e desenvolvimento econômico na Índia e em Portugal: uma comparação entre as linhas de Mormugão e do Tua, c. 1880 - c. 1930 e adiante». São Paulo. Revista Brasileira de História. 39 (81). ISSN 0102-0188 
  2. Roy, Debasish. «Why isn't the Railways a PSU?». The Economic Times. Consultado em 23 de agosto de 2020 
  3. a b c «Indian Railways Year Book 2019-20» (PDF) 
  4. «Thumbs up! Indian Railways to go eco-friendly by becoming world's 1st 100% electrified and 'Net-Zero' railway». TheFinancial Express (em inglês). 16 de outubro de 2019. Consultado em 20 de novembro de 2019 
  5. a b c d e f «[IRFCA] India's First Railways». www.irfca.org 
  6. «Bangladepia». Consultado em 27 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 19 de maio de 2011 
  7. «Chapter 1 - Evolution of Indian Railways-Historical Background». Ministry of Railways website 
  8. «History of Railways». www.kportal.indianrailways.gov.in. Consultado em 24 de julho de 2017. Arquivado do original em 21 de julho de 2017 
  9. a b http://www.indianrail.gov.in/ir_zones.pdf