Insígnia de nacionalidade das aeronaves militares
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Novembro de 2014) |
A insígnia de nacionalidade das aeronaves militares, geralmente conhecida como cocar, é utilizada pelas diferentes aviações militares como distintivo nacional dos respectivos países nas suas aeronaves.
Pode se dizer que os cocares se tornaram símbolos distintivos da diferentes Forças Aéreas, similar ao que ocorreu com as bandeiras navais (Marinhas de Guerra) e os Brasões de Armas (Forças Terrestres).
A maioria destas insígnias são de formato redondo e baseiam-se nos cocares ou laços nacionais dos respectivos países. No entanto há algumas exceções:
- 8 países usam formas geométricas distintas do círculo (6 usam triângulos: Botsuana, Estónia, Hungria, Macedónia do Norte, México e Mianmar; a Indonésia usa um pentágono; o Chile usa o seu Escudo Nacional)
- 9 países usam barras horizontais (China, Panamá, Filipinas, Senegal, Sri Lanka, Estados Unidos, Venezuela, Vietname e Coreia do Sul)
- 5 países usam Bandeiras Nacionais (Belize, Honduras, Iraque, Islândia e Laos)
- 5 países usam estrelas (Bielorrússia, Brasil, Nepal, Rússia e Tajiquistão)
- 3 países usam cruzes (Alemanha, Portugal e Lituânia)
- 2 países usam quadrados (Comores e Polónia)
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Insígnia do consórcio de desenvolvimento do Eurofighter agrupando os cocares dos quatro países participantes.
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Insígnia em forma de suástica da Aviação Finlandesa, usada até à Segunda Guerra Mundial.
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Insígnia em forma de barra da antiga Força Aérea do Vietname do Sul.
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Insígnia em forma de triângulo da Aviação Neerlandesaa durante a Segunda Guerra Mundial.
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Insígnia em forma de estrela da Força Aérea da Bulgária, usada durante o regime comunista.
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Insígnia da Aviação Russa.
História do seu uso militar
editarO primeiro uso de um cocar num avião militar foi feito durante a Primeira Guerra Mundial pelo Exército Francês. O desenho reproduzia um cocar ou laço nacional francês com as cores azul-branco-vermelho. Os restantes países aliados, na sua maioria, seguiram o exemplo francês e identificaram as suas aeronaves com cocares baseados nas respectivas cores nacionais.
Os britânicos, que até aí usavam como distintivo de nacionalidade bandeiras nacionais pintadas nas fuselagens, começaram a substituí-las por um cocar com as cores inversas das francesas, uma vez que as cruzes daquelas bandeiras se confundiam com as cruzes identificativas da aviação militar alemã. O desenho do cocar britânica foi também utilizados pelas forças aéreas do império britânico, que, mais tarde procederam à substituição do ponto central vermelho por emblemas específicos de cada país (Folha de bordo para o Canadá, Canguru para a Austrália e Quivi para a Nova Zelândia).
Atualmente, nas aeronaves susceptíveis de utilização em combate de diversas forças aéreas, as insígnias de nacionalidade coloridas foram substituídas por reproduções em cores de baixa visibilidade.
Uso pelas aeronaves militares portuguesas
editarEm 1914, à semelhança do que vinha sendo feito pela maioria das aviações dos países aliados, o Exército Português começou a identificar as suas aeronaves com os cocares nacionais portuguesas de cores verde-vermelha. Os mesmos distintivos foram utilizados a partir de 1917, pelas aeronaves da Marinha Portuguesa. Nessa altura, os cocares eram pintadas normalmente apenas nas asas (parte superior dos extremos das asas superiores e parte inferior dos extremos das asas inferiores). Os aviadores portugueses que combateram em esquadrilhas francesas e britânicas na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial identificavam a sua nacionalidade de duas maneiras: ou pintando bandas diagonais verdes e vermelhas nas fuselagens dos seus aviões ou pintando as partes azuis e brancas dos cocares franceses, da cor verde, deixando a parte vermelha original e formando assim os cocares verde-vermelho de Portugal.
Em 1918 a Aeronáutica Militar começou a utilizar outra insígnia de nacionalidade, a Cruz de Cristo. A mesma insígnia foi também adotada pela Aviação Naval que, contudo, ainda utilizou cocares verde-vermelhos até ao princípio da década de 1920. Na Aeronáutica Militar a Cruz de Cristo era normalmente colocada sobre um círculo branco e passou, além das asas, a ser aplicada também na lateral das fuselagens. Já nos aviões da Marinha, a Cruz de Cristo continuou, na maioria dos casos, a ser aplicada apenas nas asas e sem o círculo branco. A partir da década de 1940 a Aviação Naval adotou o sistema de colocar as insígnias de nacionalidade apenas sobre a parte superior da asa direita e sob parte inferior da asa esquerda.
Com a unificação das aviações do Exército e da Marinha, na Força Aérea Portuguesa em 1952 foi também adotado um sistema único de identificação das aeronaves. No que diz respeito às Cruzes de Cristo, passaram ser aplicadas na fuselagem traseira e na parte superior da asa direita e na inferior da asa esquerda das aeronaves.
No início da década de 1970, fruto da experiência da Guerra do Ultramar que então decorria, com o objetivo de aumentar o grau de camuflagem das aeronaves empregues em operações de combate, além da mudança da sua pintura base, procedeu-se também à redução do tamanho das insígnias de nacionalidade. Algumas das aeronaves foram inclusivamente empregadas sem as Cruzes de Cristo.
A partir da reforma das pinturas das aeronaves da Força Aérea em 1980, as Cruzes de Cristo deixaram de ser aplicadas nas asas dos aparelhos camuflados. Na década de 1990, em alguns aviões, começaram a ser utilizadas Cruzes de Cristo de baixa visibilidade pintadas em cinzento.
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Insígnia das aeronaves militares portuguesas antes de 1918
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Insígnia das aeronaves militares portuguesas a partir de 1918
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Insígnia de baixa visibilidade, usada em algumas aeronaves a partir de 1988
Uso pelas aeronaves militares brasileiras
editarInicialmente a nacionalidade das aeronaves das aviações do Exército e da Marinha do Brasil era identificada por um cocar azul-amarelo-verde.
Em 1934 a insígnia das aeronaves do Exército foi alterada para uma reprodução simplificada da estrela das armas nacionais (estrela gironada de verde e vermelho, subposta a um círculo azul, com uma coroa branca). As aeronaves da Marinha mantiveram o cocar tricolor.
Em 1941 dá-se a unificação das aviações do Exército e da Marinha, dando origem à Força Aérea Brasileira. As aeronaves da FAB passam a ostentar as estrelas usadas até então pela aviação do Exército.
Durante a Segunda Guerra Mundial para facilitar a sua identificação pelas forças aliadas, os Aviões da Força Aérea Brasileira a operar na Itália usam uma insígnia baseada na dos EUA, onde a estrela branca destes era substituída pela estrela brasileira.
Em 1957 a aviação da Marinha foi reativada, voltando a identificar as suas aeronaves com os cocares azul-amarelo-verde.
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Insígnia da aviação da Marinha do Brasil (usada também pela Aviação Militar, integrante do Exército, até 1934)
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Insígnia da aviação da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial
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Insígnia da Força Aérea Brasileira (anteriormente usada pela Aviação Militar, integrante do Exército, entre 1934 e 1941)
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Insígnia das aeronaves do Exército Brasileiro
Insígnias de nacionalidade de aviões militares por país
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França (Marinha)
Insígnias de Força Aéreas de países extintos
editar-
Império Austro-Húngaro
1912-19 -
Checoslováquia
1945-93 -
República Democrática Alemã
1956-90 -
Império Russo
1915-17 -
Iémen do Norte
?-1990 -
Reino da Líbia
1959-69 -
Reino do Egito
1945-52 -
Sérvia e Montenegro / Jugoslávia
2003-06 -
Vietname do Sul
1954-75 -
Reino do Laos
1954-75 -
Iémen do Sul
1967-90 -
República Árabe Unida (Egito e Síria) -
Jugoslávia Socialista
1945-91 -
Líbia
1977-2011 -
Iraque
1930-2003