Instituto Histórico e Geográfico do Pará
O Instituto Histórico e Geográfico do Pará (abreviado IHGP,[1] inicialmente chamado "Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Pará") é uma instituição científica (histórica, geográfica, cultural e etnográfica) do Estado do Pará, localizada no Solar Barão de Guajará na cidade brasileira e capital paraense Belém, fundado em 1900 no contexto da Primeira República do Brasil,[2][3] durante as comemorações do "Quarto Centenário do Descobrimento do Brasil" com objetivo de resguardar a história regional e manter a memória nacional.[1] É uma associação representada por pessoas da historiografia e intelectualidade, possuindo 40 cadeiras que são ocupadas por sócios efetivos.[4]
Emblema. | |
Tipo | Instituto Histórico e Geográfico, reconhecido de utilidade pública. |
Fundação | 3 de maio de 1900 (124 anos) |
Estado legal | Ativa |
Propósito | Promover o estudo e o desenvolvimento da História e Geografia do Brasil, em compromisso com o desenvolvimento da cultura historiográfica e geográfica nacional, principalmente voltadas ao estado do Pará, e sua preservação e disponibilização à sociedade. |
Sede | Belém Pará Brasil |
Línguas oficiais | Português |
O Instituto foi fundado na mesma ocasião de instituição da Academia Paraense de Letras e da Liga Humanitária.
História
editarSua criação aconteceu em 3 de maio de 1900,[2] devido comemoração do governo do Pará ao 4º Centenário do descobrimento do Brasil na então administração de Paes de Carvalho, a data 3 de maio foi escolhida como uma referência ao dia em que era considerado a descoberta do Brasil.[5] Além disso, assim como os outros institutos históricos e geográficos, o Instituto nasceu com o intuito de resguardar a história regional e manter a memória nacional.[1]
Alguns anos depois, muitos sócios do Instituto começaram a se dispersar o que fez com que o IHGP quase desaparecesse. No entanto, em 1916, sua reinstalação foi estimulada com a comemoração do Tricentenário da Fundação de Belém. O Instituto Histórico e Geográfico do Pará acabou se tornando uma instituição científico-cultural no contexto pós-1917 depois que foi refundada quebrando ligações com a Academia Paraense de Letras.[1]
A reinauguração do IHGP retomou as publicações da RIHGP (Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará), que antes havia tido apenas 3 edições entre 1900 e 1917.Seu objetivo era ter alcance tanto nacional quanto internacional e difundir a história e a geografia amazônica. [1]
Em 1924 ocorreu a primeira paralisação após a refundação do IHGP devido a um movimento militar, de esfera nacional, liderado por Isidoro Dias Lopes, em São Paulo. Somado com a crise da borracha em 1925, os intelectuais passaram a ver a história do Pará como decadente. [1]
Durante a década de 70 o Instituto é completamente abandonado pelo governo e parte de seus sócios. Com o avanço da ciência no final do século XX e no início do século XIX, o interesse dos sócios era o reconhecimento das especificidade da Amazônia e mais tarde reivindicam o status da IHGP como órgão representativo da região e não somente do Estado do Pará. [1]
Curiosidades
editarO Instituto Histórico e Geográfico do Pará tem uma revista online,[6] para informar as matérias cientificas e culturais acerca dos assuntos trabalhados dentro do instituto.[7]
Ele também oficializou um hino composto por Célio Simões (letra) e Vicente Fonseca (musica), ambos moram em Belém, o evento ocorreu na APL (Academia Paraense de Letras).
O Instituto possui em seu acervo, uma grande coleção de originais fotográficos que retratam registros desde a época do Império até o começo da República.[5]
No ano de 2015, o governo dos Estados Unidos proporcionou, patrocinando a recuperação do acervo, a digitalização do material. Há também telas de grande valor histórico, como belíssimos retratos de Dom Pedro II, feitos pelo artista paraense Constantino Chaves da Motta.[5]
Parceria com o Museu de Artes da UFPA
editarEm Junho do ano de 2016, o Museu de Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA) laçou em uma vernissage, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, a exposição de arte "Diálogo entre Coleções". Essa foi a primeira oportunidade do público geral ter acesso a coleção inédita do IGHP, recuperada em 2015 pelos Estados Unidos.
Além do acervo do Instituto, a exposição contou com peças da coleção contemporânea do museu, incluindo fotos de Walda Marques e obras de Teodoro Braga, Carmem Souza e Marinaldo Santos.[5]
Sócios fundadores
editarRelação dos fundados do instituto em 1900:[8][9]
- Arthur Otávio Nobre Viana
- Américo Santa Rosa
- Arthur Lemos
- Augusto Olímpio de Araújo e Souza
- Antônio Firmo Dias Cardoso
- Armando Gentil
- Antonio Passos de Miranda
- Antônio da Costa e Silva
- Antônio José de Lemos
- Antônio Sérgio Ferreira
- Bento Miranda
- Bernardino Pinto Marques
- Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha
- Celestino Ferreira
- Domingos Antônio Raiol (Barão de guajará)
- Cônego Domiciano Herculano Perdigão Cardoso
- Monsenhor Domingos Maltez
- Emil Augusto Goeldi
- Eneias Martins
- Estephânio Barroso
- Ernesto Adolpho de Vasconcelos Chaves
- Euphrosino Nery
- Eládio de Amorim Lima
- Estephânio Francisco da Silva
- Francisco Ferreira de Vilhena Alves
- Flávio Cardoso
- Comandante Felipe Duarte
- Francisco José de Sales
- Gentil Bitencourt
- João Lúcio de Azevedo
- Higino Amanajás
- João Antônio Luís Coelho
- Cônego João Ferreira de Andrade Muniz
- Henrique Santa Rosa
- Genuino amazonas de Figueiredo
- José Coelho da Gama e Abreu (Barão de Marajó)
- José Olintho Barroso Rebelo
- Justiniano de Serpa
- Jacques Huber
- João Luis de La-Rocque
- José Barbosa Rodrigues
- Luiz Demétrio Tavares
- Manoel Ignácio da Cunha
- Manoel Baena
- Manoel Miranda Simões
- Misael Corrêa Seixas
- Otávio Pires
- Raimundo Bertoldo Nunes
- Raimundo Meschiades Alves da Costa
- Raimundo Ciríaco Alves da Cunha
- Samuel Wallace MacDowell
- Sabino Henrique da Luz
- Major Thomaz Cavalcante
- Theodoro de Brito Pontes
- Virgílio Cardoso de Oliveira
- Victor Manoel de Azevedo Barranca
Referências
- ↑ a b c d e f g FREITAS, Iza Vanesa Pedroso de. «O Patronato das Letras: Cultura e Política no Instituto Histórico e Geográfico do Pará (1930-1937)» (PDF). Universidade Federal do Pará
- ↑ a b Revista de História,Universidade de São Paulo; Humanitas Publicações (jul. 1998). «Arquivo palma muniz: um novo espaço para a pesquisa». Consultado em 4 de agosto de 2010[ligação inativa]
- ↑ «Instituto Histórico e Geográfico do Pará garante a preservação da cultura paraense». Assembleia Legistaliva do Estado do Pará. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ «Professor da UFPA assume cadeira do Instituto Histórico e Geográfico do Pará». Arquivado do original em 27 de Abril de 2017
- ↑ a b c d «MUFPA e Instituto Histórico e Geográfico promovem exposição»[ligação inativa]
- ↑ [diadorim.ibict.br/handle/1/987 «Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Para»] Verifique valor
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(ajuda). Revista IFGB. 2015. Consultado em 28 de abril de 2017 - ↑ «Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará Citefactor.org-Journal|Research Paper|Indexing|Impact factor». www.citefactor.org (em inglês). Consultado em 29 de abril de 2017
- ↑ «IHGP: História, sócios e, objetivos» (PDF). Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Revista IHGP online. 14
- ↑ CARDOSO, WANESSA CARLA RODRIGUES CARDOSO (2013). “ALMA E CORAÇÃO”: O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARÁ E A CONSTITUIÇÃO DO CORPUS DISCIPLINAR DA HISTÓRIA ESCOLAR NO PARÁ REPUBLICANO (1900-1920) (PDF). Belém-PA: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGED UFPA)