Instituto Promundo
Com sede em Distrito Federal, Brasil, o Instituto Promundo é uma Organização não governamental brasileira, fundada em 1997 em Brasília com o objetivo de promover a equidade de gêneros e o fim da violência através de discussões concomitantes sobre masculinidades e femininilidades. Legalmente registrado no Brasil.[1]
Tipo | ONG |
Fundação | 1997 |
Propósito | Igualdade de gêneros, masculinidades e femininidades, prevenção de violência, violência baseada em gênero, violência contra jovens, violência contra crianças |
Sede | Brasília, Brasil |
Línguas oficiais | português |
Pessoas importantes | Dr. Miguel Fontes (Diretor-executivo) |
Sítio oficial | www.promundo.org.br/ |
História
editarFundado em 1997, o Promundo nasceu da frustração oriunda dos discursos predominantes relacionados com equidade de gêneros e dos esforços para se colocar estes discursos em ação, prática e criação de políticas. O Instituto tem se concentrado no desenvolvimento de intervenções avaliadas e estratégias de advocacy objetivando a equidade de gêneros e focando o engajamento de homens e meninos em prol da mudança de formas de masculinidades violentas e desiguais.
O Promundo trabalha local, nacional e internacionalmente:
- na condução de pesquisas aplicadas e prevenção de violência;
- no desenvolvimento, implementação e avaliação de perspectivas que visem promover mudanças positivas de normas de gênero; comportamentos e estruturas entre indivíduos, famílias e comunidades,
- advogando a integração de perspectivas de gênero equitativas em políticas públicas.
O Promundo desenvolve, implementa e avalia suas pesquisas e programas baseados em evidências em cooperação íntima com organizações civis locais sem fundos lucrativos. Nos últimos anos, o Promundo tem sido, de forma crescente, reconhecido pela sua promoção da importância do papel de homens e meninos objetivando a equidade de gêneros e a valorização das paternidades ativas.
Principais programas e atividades
editarPrograma H
editarEm 1999 o Promundo, em parceria com a ECOS Comunicação em Sexualidade (São Paulo, Brasil), o Instituto Papai (Recife, Brasil) e Salud y Género (México), com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a International Planned Parenthood Federation/Western Hemisphere Region (IPPF/WHR), a JohnSnowBrasil e a Durex – SSL International desenvolveu o Programa H (letra inicial de homens em português e hombres em castelhano).[2] O material nasceu como parte de uma ampla pesquisa baseada em uma comunidade.
O Programa H visa engajar homens jovens e suas comunidades em reflexões críticas sobre normas rígidas relacionadas com a masculinidade. Inclui atividades educacionais em grupo, campanhas comunitárias, e modelos de avaliação de masculinidades. Concluiu-se que o programa leva a mudanças significativas nos comportamentos entre jovens homens, além de relatos de aumento no uso de preservativos, melhora na comunicação do casal e redução nos relatos de uso de violência de homens contra suas parceiras. O programa H foi reconhecido como a "melhor prática" para a promoção de equidade de gêneros pela OPAS, e pelos Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),[3] Fundo de População das Nações Unidas, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Mundial e Ministério das Relações Exteriores do Brasil.[4]
Programa M
editarEm 1999 o Promundo em parceria com a ECOS, o Instituto Papai, Salud y Género e World Education (Estados Unidos), e apoio da Oak Foundation, da MacArthur Foundation, da Nike Foundation e da Secretaria de política para as mulheres desenvolveram o Programa M (letra inicial de mulheres em português e mujeres castelhano).[2]
O Programa M visa promover a saúde e empoderamento de jovens mulheres através de reflexões críticas sobre gênero, direitos e saúde. Consiste de atividades educacionais, campanhas comunitárias e novos instrumentos de avaliação para medir o impacto do programa nos comportamentos de mulheres jovens relacionados com gênero e eficácia auto-avaliada em relacionamentos interpessoais.
Campanha do laço branco
editarEm 2000 o Promundo, o Instituto Papai e outras organizações parceiras lançaram a Campanha brasileira do laço branco. O Promundo também trabalha com o Instituto Noos (Rio de Janeiro, Brasil) e com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para iniciar um dos primeiros programas de intervenção no Brasil, que mais tarde inspirou o Governo Federal brasileiro a implementar programas similares em outros Estados.[5]
Vídeo contra a homofobia
editarDevido ao fato de um estudo avaliatório realizado no Brasil em 2005 ter comprovado ser a homofobia o comportamento de menor grau de mudança em relação a posições anteriores, o Promundo, o Ecos, Salud y Género, o Papai e outros parceiros do Programa H, com o apoio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, desenvolveu o vídeo chamado Medo de quê?[6] como uma ferramenta educacional complementar visando especificamente tratar da questão da homofobia para a juventude heterossexual.[7]
Simpósio global engajando homens e meninos na igualdade de gêneros
editarEntre 30 de março e 3 de abril de 2009, o Promundo e seus parceiros organizaram o Simpósio global engajando homens e meninos na igualdade de gêneros no Rio de Janeiro. O evento reuniu 439 ativistas, pesquisadores e profissionais de 77 países para compartilhar suas experiências ao desafiar normas rígidas de gênero e ao engajar homens e meninos na redução de violência contra mulheres e meninas, promoção de saúde sexual e reprodutiva; prevenção e tratamento do HIV/AIDS; e paternidade e cuidados infantis. O evento foi organizado em colaboração com a MenEngage Alliance.[8][9]
Referências
editar- ↑ «Promundo: Apresentação». Promundo. Consultado em 26 de outubro de 2011
- ↑ a b «El Programa H y el Programa M: Involucrando a hombres jóvenes y empoderando a mujeres jóvenes para promover la igualdad de género y la salud» (PDF) (em espanhol). Promundo. Dezembro de 2010. Consultado em 26 de outubro de 2011[ligação inativa]
- ↑ UNICEF (2006). «5: Reaping the Double Dividend of Gender Equality». The State of the World's Children: Women and Children – The Double Dividend of Gender Equality (PDF) (em inglês). Nova York: UNICEF. p. 86. ISBN 9789280639988. Consultado em 26 de outubro de 2011
- ↑ «Um exemplo de sucesso». Ministério das Relações Exteriores. 27 de outubro de 2011. Consultado em 28 de outubro de 2011. Arquivado do original em 7 de abril de 2012
- ↑ A cada hora, cem mulheres são agredidas (Entrevista). Rio de Janeiro, Brasil: Jornal da Band. 22 de outubro de 2011. Consultado em 7 de novembro de 2011
- ↑ Medo de quê? (VHS, DVD, WMV) (desenho animado). Rio de Janeiro, Brasil: Promundo. 2005. Consultado em 26 de outubro de 2011
- ↑ «Miedo de quê?» (PDF) (em espanhol). Promundo. 2005. Consultado em 26 de outubro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 12 de novembro de 2010
- ↑ «Global Symposium Engaging Men & Boys in Achieving Gender Equality» (PDF) (em inglês). Promundo. 2 de abril de 2009. Consultado em 26 de outubro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 25 de agosto de 2011
- ↑ «Press Release: I Simpósio Global Engajando Homens e Meninos pela Igualdade de Gênero». UNFPA. Consultado em 27 de outubro de 2011