International Ultraviolet Explorer
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International Ultraviolet Explorer (IUE) foi um satélite astronômico originalmente projetado para estudos na faixa ultravioleta do espectro. O IUE foi um projeto colaborativo entre a NASA, a Science Research Council do Reino Unido e a Agência Espacial Europeia (ESA).
International Ultraviolet Explorer | |
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Concepção artística do IUE em órbita. | |
Descrição | |
Tipo | Observatório espacial |
Operador(es) | NASA ESA SERC |
Identificação NSSDC | 1978-012A |
Identificação SATCAT | 10637 |
Website | ESA Science and Technology NASA IUE Archive |
Duração da missão | 18 anos, 8 meses e 4 dias |
Propriedades | |
Massa | 672 kg |
Missão | |
Data de lançamento | 26 de Janeiro de 1978, 17:36:00 UTC |
Veículo de lançamento | Delta 2914 |
Local de lançamento | Cabo Canaveral |
Desativação | 30 de Setembro de 1996 (descomissionado) |
Especificações orbitais | |
Referência orbital | Geocêntrica |
Periastro | 26000 km |
Apoastro | 42000 km |
Período orbital | 24 horas |
Portal Astronomia |
O IUE foi proposto em 1964 por um grupo de cientistas do Reino Unido, e foi lançado em 26 de janeiro de 1978 a bordo de um foguete Delta da NASA. O tempo mínimo de vida útil previsto para a missão era de 3 anos, mas este limite foi ultrapassado em muito. A vida útil do satélite excedeu em mais de seis vezes a expectativa dos cientistas e engenheiros. Infelizmente, em 1996 o satélite ainda estava operando próximo de sua eficiência original, quando a missão foi interrompida por razões de orçamento. O IUE foi o primeiro observatório espacial a ser operado em tempo real pelos astrônomos a partir das estações terrenas localizadas nos Estados Unidos e na Europa. Os astrônomos podiam fazer mais de 104 mil observações de diferentes objetos usando o IUE, incluindo planetas, cometas, estrelas, gás interestelar, supernovas, galáxias e quasares.
História do Projeto
editarO conceito para um satélite astronômico espectrográfico ultravioleta foi proposto pela primeira vez ao ESRO, um setor do ESA, por um grupo de cientistas britânicos em 1964. Naquela época, o projeto estava além da capacidade tecnológica do ESA e assim o projeto foi proposto à NASA pelo astrônomo Robert Wilson. A NASA a acolheu o projeto e iniciou o desenvolvimento do satélite, que recebeu o nome de SAS-D (Small Astronomy Satellite-D). O Science and Engineering Research Council (SRC) do Reino Unido se juntou ao projeto e ofereceu as câmeras Vidicon para os espectrógrafos, bem como o software para controle dos instrumentos científicos. A ESA ofereceu as células solares para o fornecimento de energia elétrica para o satélite, bem como os serviços de uma estação terrena em Villafranca del Castillo, Espanha. A NASA montou o telescópio, o espectrógrafo, e o satélite; fez o lançamento e também disponibilizou uma segunda estação terrena em Greenbelt, Maryland no Goddard Space Flight Center.
O acordo assinado pelos diferentes participantes dividia o tempo de observação, sendo que 2/3 ficavam para a NASA, 1/6 para o ESA e 1/6 para o SRC do Reino Unido.
Principais descobertas científicas
editar- A primeira detecção da existências de uma aurora em Júpiter.
- A primeira detecção de enxofre em um cometa.
- A primeira determinação quantitativa de perda de água em um cometa (algumas dezenas de toneladas por segundo).
- A primeira evidência de um forte campo magnético em estrelas quimicamente peculiares.
- A primeira curva de velocidade radial orbital para uma estrela Wolf-Rayet permitindo a determinação de sua massa.
- A primeira deteção de estrelas anãs brancas como companheiras de variáveis Cepheidas binárias.
- A primeira evidência observacional de perda semi-periódica de massa em estrelas muito massivas.
- A primeira descoberta de ventos de alta velocidade em outras estrelas (até então isto só tinha sido observado no Sol).
- A primeira indicação de um progenitor de supernova na história (SN 1987A).
- A descoberta de movimentos em larga escala nas regiões de transição de estrelas com baixa gravidade.
- A descoberta de efeitos de alta temperatura em estrela nos estágios iniciais de formação.
- A descoberta de ventos de alta velocidade em variáveis cataclísmicas.
- A descoberta do efeito da abundância química sobre a taxa de perda de massa das estrelas.
- A primeira determinação da temperatura e do gradiente de densidade em uma corona estelar.
- A primeira detecção de feixes de gás dentro e fluindo para fora de estrelas binárias.
- A determinação de que nenhuma estrela do tipo nova ejeta material com abundâncias solares.
- A descoberta da nova "O-Ne-Mg", onde o excesso desses elementos pode estar diretamente relacionado com a composição química das estrelas anãs brancas mais massivas.
- A descoberta de um anel ao redor da supernova SN 1987A, inexistente em estágios evolutivos anteriores.
- A primeira detecção direta do halo da galáxia.
- As primeiras observações de estrelas simbióticas extragaláticas.
- A primeira curva de luz contínua de estrelas com mais de 24 horas de duração.
- A primeira detecção de fótons em comprimentos de onda menores do que 50 nm, oriundos de outras fontes astronômicas que não o Sol.
- A primeira determinação direta do tamanho das regiões ativas no núcleo de galáxias Seyfert (mini-quasares).
- O satélite IUE foi o primeiro engenho astronômico a gerar dados totalmente reduzidos (tratados) dentro de 48 horas para a comunidade científica.
- A criação do primeiro arquivo de dados astronômicos reduzidos, disponibilizando na internet 44 mil espectros por ano (5 espectros por hora) aos astrônomos de 31 países.
Referências
editar- Exploring the Universe with the IUE Satellite ed. Y. Kondo 1987,1989 ISBN 90-277-2380-X
- ESA Science and Technology: International Ultraviolet Explorer