Irma Grese
Irma Ida Ilse Grese (Wrechen, 7 de outubro de 1923 – Hameln, 13 de dezembro de 1945) foi uma guarda feminina nos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, Bergen-Belsen e Ravensbruck, durante a Segunda Guerra Mundial. Apelidada de "a Hiena de Auschwitz"[1][2] pelos prisioneiros deste campo por seu comportamento sádico e perverso, foi uma das mais cruéis e notórias criminosas de guerra nazistas, executada na forca pelos Aliados ao fim do conflito.
Irma Grese | |
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Nascimento | 7 de outubro de 1923 Wrechen, Alemanha |
Morte | 13 de dezembro de 1945 (22 anos) Hameln, Alemanha Ocupada |
Nacionalidade | Alemã |
Cargo | Guarda feminina dos campos de: Auschwitz-Birkenau Bergen-Belsen Ravensbruck |
Serviço militar | |
País | Alemanha Nazista |
Serviço | Schutzstaffel (SS) |
Anos de serviço | 1942–1945 |
Patente | SS-Helferin |
Biografia
editarFilha de um leiteiro filiado ao Partido Nazista e de uma mãe suicida, Irma deixou a escola aos quinze anos de idade,[3] devido ao pouco empenho aos estudos e a seus interesses fanáticos em participar da Bund Deutscher Mädel (Liga da Juventude Feminina Alemã), que seu pai não aprovava. Entre outras atividades, trabalhou numa fazenda, numa loja e dois anos num sanatório da SS onde tentou, sem sucesso, se formar como enfermeira.[3]
Em julho de 1942, com 18 anos, se apresentou como voluntária para treinamento no campo de Ravensbruck, o que fez com que fosse expulsa de casa pelo pai, contrário a este trabalho. Entre 1943 e 1945, ela atuou em Ravensbruck, Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belsen, três campos nazistas de concentração e de extermínio, sendo presa em 15 de abril de 1945 pelos britânicos no último deles, junto a outros integrantes da SS.[4][5][6]
Irma foi um dos principais réus no julgamento de criminosos de guerra de Belsen, realizado entre setembro e dezembro de 1945. Sobreviventes dos campos testemunharam contra ela, acusando-a de assassinatos e torturas. Sempre usando pesadas botas, chicote e um coldre com pistola,[3] entre outros atos Irma era conhecida por jogar cachorros em cima dos presos para devorá-los, assassinar internos a tiro a sangue-frio, torturas de crianças, abusos sexuais e surras sádicas com chicote até à morte. Em seu alojamento após a captura do campo, foram encontrados abajures com as cúpulas feitas de pele humana, de três prisioneiros judeus assassinados e escalpelados por ela.[7]
Condenada à forca — aos 22 anos a mais jovem condenada à morte sob leis britânicas no século XX[8] — foi executada na prisão de Hameln, Alemanha, em 13 de dezembro de 1945 e suas últimas palavras ao carrasco foram: "Schnell!" (Rápido!).[9]
O aviador naval britânico Eric Brown, fluente em alemão e que interrogou vários criminosos nazistas nos Julgamentos de Nuremberg, descreveu Irma Grese como "o pior ser humano que eu já conheci".[10]
Ver também
editarBibliografia
editar- Lower, Wendy. "As Mulheres do Nazismo." Editora Rocco, 2014. Adicionado em 8 de Julho de 2014. ISBN 9788532528995 (em português)
Referências
- ↑ «Irma Grese - Excerpts from the Belsen Trial and Biography». Holocaust Education & Archive Research Team. Consultado em 30 de agosto de 2012
- ↑ Möller, Barbara (30 de agosto de 2014). «Sie waren Mörderinnen aus Gelegenheit (Eram assassinas oportunistas)». Die Welt (em alemão)
- ↑ a b c «Irma Grese». auschwitz.dk. Consultado em 30 de agosto de 2012
- ↑ Müller, J. M. (2020). Angeklagte Nr. 9. Die "Hyäne von Auschwitz" im Kreuzverhör [Defendant No. 9 : The "Hyena of Auschwitz" under cross-examination] (em alemão) 1st ed. Norderstedt: BoD. ISBN 978-3-7519-9549-8
- ↑ Kater, Michael H. (2006). Hitler Youth. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. p. 70
- ↑ Willmott, Lauren (10 de junho de 2015). «The Forgotten Brutality of Female Nazi Concentration Camp Guards». TIME (em inglês). Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ «Excerpts from The Belsen Trial (5/5)». Nizkor.org. Consultado em 7 de junho de 2011
- ↑ «Irma Grese». capitalpunishmentuk.org. Consultado em 30 de agosto de 2012
- ↑ Pierrepoint, Albert (1974). Executioner. [S.l.]: Harrap. ISBN 0-245-52070-8
- ↑ Malone, Pat (junho de 2009). «Profile, Captain E M Brown» (PDF). Guild News: The Guild of Air Pilots and Air Navigators (175). p. 9. Consultado em 20 de janeiro de 2021