Isfet
Isfet ou Asfet (significa "injustiça", "caos", ou "violência"; como verbo, “fazer o mal”) é um termo egípcio antigo personificado por uma deusa de mesmo nome, também usado na filosofia, o qual complementava um ideal de dualismo religioso, social e político.[1]
Isfet Jsft
| |||||
---|---|---|---|---|---|
Outros nomes | Asfet | ||||
Princípios e Ideologia
editarNa religião egípcia, Isfet (também conhecida como Asfet) é a deusa do caos. Isfet é a oposição a Maat (deusa da justiça, da retidão, da harmonia e da ordem[2]). De acordo com as crenças do Antigo Egito, Isfet e Maat construíram um dualismo complementar e também paradoxal: uma não poderia existir sem sua contrapartida. Isfet e Maat se equilibram. Um rei egípcio (faraó) foi nomeado para "alcançar" Maat, o que significa que ele tinha que manter e proteger a justiça e a harmonia controlando Isfet, que não poderia ser destruída pois isto desequilibraria o mundo. Os princípios da oposição entre Isfet e Maat são exemplificados em um conto popular do Reino Médio, chamado de "lamentos dos beduínos":
- Aqueles que destroem a mentira promovem Maat;
- Aqueles que promovem o bem apagará o mal.
- Como a plenitude elimina o apetite,
- Como roupas cobrem o nu e
- Como o céu se apaga depois de uma tempestade.[3]
Aos olhos dos egípcios o mundo era sempre ambíguo; as ações e os julgamentos de um rei foram pensados para simplificar esses princípios, a fim de manter Maat, separando a ordem do caos ou o bem do mal. [4][5][1][6] Textos de Coffin (335a) afirmam a necessidade de os mortos serem purificados de Isfet (ou seja, expurgados do mal), a fim de renascer no Duat. [7]
Referências
- ↑ a b Donald B. Redford: The Oxford Encyclopedia of Ancient Egypt: A-F (= The Oxford Encyclopedia of Ancient Egypt, volume 1). Oxford University Press, 2001, ISBN 019513821X, page 485.
- ↑ De acordo com o livro "Ancient Gods" - E.O. James.
- ↑ Jan Assmann: Ma'at. Gerechtigkeit und Unsterblichkeit im Alten Ägypten (= Beck'sche Reihe. Bd. 1403). 1. Auflage, Beck, München 1990, ISBN 3-406-45943-9. page 58.
- ↑ Jan Assmann: Ma'at. Gerechtigkeit und Unsterblichkeit um Alten Ägypten (= Beck'sche Reihe. Bd. 1403). 1. Auflage, Beck, München 1990, ISBN 3-406-45943-9. page 58, 59 & 213–216.
- ↑ Anja Berendine Kootz: Der altägyptische Staat: Untersuchung aus politikwissenschaftlicher Sicht (= Menes. Band 4). Harrassowitz, Wiesbaden 2006, ISBN 3447053194. page 71–73.
- ↑ Karenga (Maulana.): Maat, The Moral Ideal in Ancient Egypt: A Study in Classical African Ethics. Routledge, London 2003, ISBN 0415947537, page 363.
- ↑ Rabinovich, Yakov. Isle of Fire: A Tour of the Egyptian Further World. Invisible Books, 2007.